Em 1946, a Faculdade de Direito da Universidade de Harvard negociou alguns materiais com um vendedor de livros em Londres.
Um dos produtos comprados foi um antigo pergaminho que custou aproximadamente R$2.654, em valores atuais.
Por quase 80 anos, o documento ficou catalogado como uma cópia da Magna Carta no acervo da biblioteca.
Mal sabiam os bibliotecários e acadêmicos que não guardavam uma reprodução, mas um tesouro histórico de valor incalculável.
A verdade veio à tona apenas após investigações iniciadas no final de 2023, enquanto o historiador medievalista, professor David Carpenter, realizava uma pesquisa online no acervo digitalizado da biblioteca de Harvard.
Ele se deparou com o arquivo do manuscrito identificado pelo código HLS MS 172 e percebeu que poderia ser um documento original.
"Chego ao 172 e vejo uma única folha de pergaminho da Magna Carta… e penso: ‘Meu Deus, isso me parece – porque eu li – um original’".
Imediatamente, ele contatou Nicholas Vincent, professor de história medieval na Universidade de East Anglia, outro especialista britânico no assunto:
"David mandou com a pergunta: ‘O que você acha que é isso?’. Respondi em segundos: ‘Você e eu sabemos muito bem o que é isso!’"
A partir desse momento, os dois acadêmicos uniram forças para confirmar a autenticidade do documento.
Ao compará-lo com os outros seis exemplares originais conhecidos da Magna Carta emitida pelo Rei Eduardo I em 1300, encontraram semelhanças precisas como:
- as dimensões (489 mm x 473 mm),
- o texto e
- em detalhes na caligrafia.
A confirmação final veio após a biblioteca de Harvard submeter o manuscrito a análises com luz ultravioleta e técnicas de imagem espectral.
Esses testes revelaram detalhes invisíveis a olho nu que puderam confirmar a originalidade do documento com certeza.
"A Carta Magna de Harvard merece ser celebrada, não como uma mera cópia, manchada e desbotada, mas como um original de um dos documentos mais significativos da história constitucional mundial, uma pedra angular das liberdades passadas, presentes e ainda a serem conquistadas", afirmou o professor Carpenter.





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