No início do século IV, os cristãos enfrentavam um dos períodos mais duros de perseguição no Império Romano. 

Sob o governo do imperador Diocleciano, a fé era tratada como ameaça à ordem pública, seus seguidores eram presos, torturados e mortos. 

Foi nesse contexto que viveu Genésio, um comediante e malabarista, conhecido por espetáculos populares com mensagens anti-cristianistas. 

Pagão de vida libertina, agradava o imperador ao usar seus espetáculos para ridicularizar os cristãos.

Durante uma apresentação diante de uma grande plateia que incluía Diocleciano e membros da corte imperial, Genésio decidiu encenar o sacramento do Batismo.

Para isso, estudou o ritual cristão, distribuiu papéis entre os atores e conduziu a peça como uma sátira.

Durante a encenação, ele fingia estar à beira da morte e pedia para ser batizado. A cerimônia foi representada de forma sarcástica, provocando risos no público. No entanto, algo inesperado aconteceu no meio da peça. 

Enquanto a zombaria continuava, Genésio recebia as águas enquanto um ator dizia “eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, como é feito até os dias de hoje.

Naquele momento, Genésio passou por uma mudança interior súbita. Ele interrompeu a encenação e se declarou cristão diante de todos.

O ator afirmou que havia sentido o toque da graça divina assim que as águas tocaram sua cabeça. 

Ele também disse ter visto o céu se abrir e um anjo com um livro no qual estavam registrados seus pecados, falando que eles haviam sido apagados. 

Diante do imperador, confessou que antes ridicularizava o cristianismo, mas que agora renunciava à idolatria e reconhecia Jesus Cristo como verdadeiro Deus.

A princípio, a grande multidão que acompanhava o espetáculo acreditou que era tudo parte da encenação e caiu na gargalhada.

Quando ficou claro que Genésio falava sério, a reação foi imediata. Diocleciano ordenou que ele fosse despido, açoitado e preso. 

O prefeito Plauciano recebeu a missão de torturá-lo diariamente para o obrigar a renegar a fé em Cristo.

Genésio foi esticado no cavalete, ferido com ganchos de ferro e queimado com tochas. Mesmo assim, se recusou a obedecer às ordens. 

Declarou que o imperador era apenas um homem mortal e que permaneceria fiel ao “Rei imortal do céu e da terra”. Diante da resistência, Diocleciano determinou sua execução.

Genésio foi decapitado no ano 303, virando um dos mártires do período das grandes perseguições. 

Com o tempo, passou a ser venerado pela tradição cristã e ficou conhecido como São Genésio de Roma.

Por ter sido ator e por ter encontrado a fé no palco, ele se tornou o padroeiro dos atores, comediantes e músicos. 

Essa história mostra que basta um momento para que nada mais seja como antes na vida de uma pessoa.

O Natal representa o dia em que isso aconteceu com toda a humanidade. O nascimento de Jesus dividiu a história e a vida de bilhões entre antes e depois.

Todos os anos, a Brasil Paralelo faz um especial para relembrar o sentido da festa e o poder transformador da fé. Assista ao especial completo abaixo: