“Tudo cede à fortuna de César: Alexandria abre-lhe seus portos; o Egito torna-se uma província romana; Cleópatra, desejada de poder conservar seu reino, suicida após Antônio; Roma estende os braços a César, que permanece, sob o nome de Augusto e sob título de imperador, único senhor de todo o Império”
(Jacques Bossuet, Discurso sobre a História Universal).
Grande parte das inovações e instituições que desfrutamos nos dias de hoje vieram do período da pax romana. Graças ao desenvolvimento de Roma, muitos benefícios perduraram pela história.
Pax Romana é a denominação do período de paz e prosperidade do Império Romano durante a transição do período republicano para o período imperial, no século I a.C. A administração do primeiro Imperador romano, Otávio Augusto, trouxe estabilidade às fronteiras romanas e cessou as guerras civis, sendo, por isso, chamado período da paz romana.
As características da pax romana
As principais características da pax romana são: fortediminuição dos conflitos bélicos; menor número de rebeliões bárbaras; desenvolvimento da produção artística e econômica de Roma e seus territórios e união da religião e cultura romana com as dos povos conquistados.
Após uma sucessão de conflitos internos, o Imperador buscava traçar uma política de unidade após tantas divisões internas.
As divisões causavam problemas em variadas áreas, tanto na falta de produção de alimentos e outros itens essenciais, como na falta de produção cultural.
Augusto, após conquistar poder total, passou a promover a aculturação das regiões que tinham problemas com a cultura romana.
Ao mesmo tempo que ele promovia o latim e a religião romana perante os outros povos, a própria cidade de Roma, centro do poder político e cultural do Império, recebia a cultura dessas mesmas nações em seu território.
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A cultura local dos locais conquistados passou a ser permitida e incentivada.
Festas e costumes de outras nações mesclavam-se à cultura romana. Seus deuses eram inseridos no panteão. Roma recebia até mesmo os sacerdotes de outras religiões e entregava-lhes templos.
Isso permitiu que os povos não enxergassem mais Roma com olhos hostis e vivessem harmoniosamente com os conquistadores.
A produção começou a aumentar em todo Império, produziam-se e negociavam-se riquezas em todo o mediterrâneo.
Projetos vindos do próprio governo levavam também desenvolvimento econômico para as províncias.
Algumas das resoluções romanas de destaque, foram a construção de estradas e aquedutos e melhorias no plantio agrícola.
Aqueduto romano.
Dentre as iniciativas do imperador Otávio, algumas das mais importantes são:
reforma do sistema romano de tributação;
desenvolvimento de redes de estradas com um sistema de correio oficial;
estabelecimento de um exército permanente e da guarda pretoriana;
serviços oficiais de policiais e bombeiros para Roma;
reconstrução de grande parte da capital durante seu reinado.
Entretanto, não apenas a transmissão da cultura romana e o desenvolvimento econômico garantiram a pax romana.
Em alguns casos, o Império Romano usou da força para manter o controle. Para isso, contou com as legiões romanas, muito mais bem preparadas e organizadas que os demais exércitos, além de possuírem mais soldados que os inimigos.
A presença das legiões romanas nas províncias agradava a população local em muitos de seus territórios.
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Povos inimigos habitavam as fronteiras de muitos dos povos dominados. Com as legiões, tanto Roma como os nativos estavam em segurança.
O avançado sistema político e administrativo de Roma permitia que os representantes do Imperador conseguissem administrar as suas províncias com ordem e paz, garantindo a integridade de todo o enorme império.
Plutarco, historiador do século I d.C., exaltou a pax romana por perceber que ela livrou os gregos de suas constantes guerras e lhes deu oportunidade de viver harmoniosamente.
A pax romana, estabelecida em 27 a.C., durou até o ano de 180 d.C. A morte do Imperador Marco Aurélio é considerada como o marco do início do período de decadência do Império Romano.
Como surgiu a pax romana?
A pax romana surgiu a partir do uso da força militar e da união social que o imperador Otávio Augusto promoveu, no século I d.C.
A fama e a importância da pax romana se dá pelo fato da grande quantidade de revoltas com as quais os romanos tinham que lidar no vasto império e na sua política local. Roma nunca havia passado por um período de tanta calma e progresso.
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Antes da pax romana, gastava Roma grande parte de seus esforços para conter revoluções internas e intrigas políticas.
Poucos anos antes da coroação de Otávio Augusto, entre 73 e 71 a.C., um movimento que ecoaria pela história abalava os alicerces do Império: A Revolta de Espártaco.
Espártaco liderou uma grande revolta de escravos que lutavam pelo fim da condição servil e buscavam melhores condições de vida. Pela primeira vez, um movimento foi contra a prática que sustentava toda a economia romana.
Posteriormente, o senador Catilina tentou subverter o Império e tornar-se rei, gerando as célebres Catilinárias do filósofo e político Marco Túlio Cícero.
Foi com o general e cônsul, Júlio César, que os caminhos da pax romana começaram a se delinear.
Estátua de Júlio César.
O general conquistou territórios estratégicos já desejados por muitos líderes do Império.
Suas conquistas se alastraram pelo Império e o general e cônsul era cada vez mais louvado.
Grande parte do povo desejava ver César como chefe de Roma. Alguns senadores chegaram a oferecer-lhe o título de poder máximo (considerado infame por grande parte do povo romano).
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Temendo-lhe o poder, os senadores romanos, os dirigentes do Império, assassinaram o general.
Mais uma vez, Roma entrava em caos. Agora de forma absoluta, já que o problema foi gerado entre os chefes do poder central.
Otávio Augusto, pupilo e sobrinho de César, buscando vingar seu mestre e organizar o Império Romano, partiu em uma das maiores empreitadas militares da história.