O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, negou ter participado ou assessorado o ex-presidente em qualquer plano de golpe.
Anderson Torres, que é um dos oito réus do chamado "núcleo crucial", foi o quarto a ser ouvido pela Primeira Turma do STF.
Bolsonaro será ouvido às 14:30 horas. Acompanhe o depoimento ao vivo no canal do youtube da Brasil Paralelo:
Veja os principais pontos de sua fala:
Questionado sobre o documento apreendido em sua residência pela Polícia Federal (PF), que previa a instauração de um Estado de Defesa, Torres afirmou que não sabe quem escreveu o texto e que nunca discutiu o assunto:
"Não é a minuta do golpe. Eu brinco que é a minuta do Google, porque está no Google até hoje. [...] Eu nunca trabalhei isso. O documento era muito mal escrito. Não sei quem fez, não sei quem mandou fazer e nunca discuti esse tipo de assunto."
Era comum que ele levasse documentos de seu gabinete para casa devido à sobrecarga de trabalho e a cópia encontrada deveria ter sido "destruída há muito tempo", afirmou.
Moraes também pressionou Torres sobre sua participação em uma reunião ministerial em 5 de julho de 2022 na qual ele teria criticado o sistema eleitoral.
Em sua defesa, Torres negou ter encontrado qualquer indício de fraude nas urnas e disse que suas falas se baseavam em sugestões técnicas apresentadas por peritos da PF:
"Eu nunca questionei a lisura do processo eleitoral. Todas as minhas falas são em relação às sugestões de melhorias que os peritos trouxeram naqueles documentos."
Segundo o ex-ministro, sempre que questionado por Bolsonaro e outras autoridades sobre a segurança das urnas, sua posição era a de que não havia provas de fraude:
"Tecnicamente falando nós não temos nada que aponte fraude nas urnas. Nunca chegou essa notícia até mim. E quando era questionado pelo presidente ou por qualquer autoridade eu sempre passei isso. Que nós não tínhamos tecnicamente nada a dizer sobre as urnas eletrônicas."
Na mesma reunião, Torres também fez críticas ao STF. Durante o interrogatório, Torres pediu desculpas pelo tom e justificou sua fala dizendo que aquele era um momento "muito acirrado na relação entre o Executivo e o Judiciário".
O ex-ministro disse que tentou manter a harmonia entre os poderes ao longo de seu mandato:
"Eu fui um dos que mais me esforcei para que essa relação não se esbagaçasse. Eu tentei de todas as formas manter o diálogo, mas eu sentia uma pressão muito grande."
O interrogatório também abordou os protestos de 8 de janeiro. Anderson Torres não entregou seu celular à Polícia Federal quando se apresentou para ser preso preventivamente naquele mês, em 2023.
Na época dos atos, ele era o Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas estava de férias com a família nos Estados Unidos.
O ex-ministro alegou que perdeu o aparelho por ter ficado "completamente transtornado" com a notícia da ordem de prisão contra ele:
"Foi o momento mais duro da minha vida. Saí daqui como secretário de segurança e saiu minha prisão. Isso me deixou completamente transtornado. Eu perdi o equilíbrio completamente com aquela notícia da prisão. [...] Eu não tinha nada a esconder. Tanto que forneci a senha da nuvem do celular à Polícia Federal."
Ele culpou os eventos de 8 de janeiro a uma "falha grave no cumprimento do protocolo de ações integradas" em Brasília.
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