O MST fez a aula inaugural do Curso Nacional de Especialização em Educação e Infância nos Movimentos Sociais do Campo.
As atividades ocorreram na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.
O curso é uma parceria que envolve também o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA).
A aula inaugural foi conduzida por Guillermo Arias Beatón, professor aposentado da Universidade de Havana, que apresentou reflexões sobre a experiência educacional cubana.
Beatón destacou a importância de movimentos sociais promoverem uma educação para formar "seres humanos ativos, conscientes e plenos":
"Essa educação é essencial para formar seres humanos ativos, conscientes e plenos, que possam, por sua vez, contribuir para o desenvolvimento da sociedade e da humanidade."
Não é a primeira vez que o grupo usa funcionários do governo cubano para formar militantes e simpatizantes.
Em maio deste ano, o MST fez um evento de formação junto com a Fundação Perseu Abramo na Universidade Ñico López.
A universidade foi criada por Fidel Castro para formar quadros do Partido Comunista Cubano.
O curso recebeu o nome “Formação Política: vinculação das forças políticas e dos movimentos sociais e populares”.
A representante do setor de educação do MST, Greti Aparecida Pavani, afirmou que o movimento tem uma necessidade de mais educadores:
“O Movimento, desde seus primeiros passos, sempre observou com cuidado as necessidades das crianças Sem Terrinha. Ao longo das décadas, a elaboração coletiva trouxe a demanda pela formação contínua dos educadores que atuam nas escolas do campo, nas cirandas infantis e em outros espaços pedagógicos.”
Os Sem Terrinhas são crianças, geralmente filhas de acampados ou assentados pelo MST, que são educadas e envolvidas nas atividades ideológicas do movimento desde cedo.
O movimento afirma que o objetivo dos "Sem Terrinhas" é promover a educação no campo, a cidadania e a conscientização sobre desigualdades sociais.
Através de oficinas, brincadeiras e atividades artísticas, o movimento busca conectar as crianças à "luta pela terra".
O ex-integrante do grupo, Pedro Pôncio, conta que foi educado dentro das fileiras do movimento.
Ele relatou no documentário da Brasil Paralelo, MST: Terra Prometida, que o movimento ensinava as crianças a seguir na luta desde cedo:
“Eu não sabia o que era esquerda ou direita. Só sabia que havia um inimigo: o latifundiário, o agronegócio, a propriedade privada. A gente aprendia isso antes de aprender a escrever direito.”
Quando começou a ficar mais velho, Pôncio começou a questionar a narrativa do movimento, e viu que o MST não era aberto a discordâncias:
“Se você discordasse da liderança, era isolado. Se falasse em autonomia, era visto como traidor.”
Conheça a história do MST e as táticas do movimento através de relatos de ex-membros, políticos e especialistas com MST: Terra Prometida.
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