O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é uma força influente no Brasil, conhecido pelas invasões a fazendas e sua luta pela reforma agrária. Dentro de sua estrutura, destaca-se um grupo que gera tanto curiosidade quanto preocupação: os Sem Terrinhas, crianças envolvidas nas atividades do movimento.
Quem são essas crianças? Qual é o propósito de sua participação? Este artigo explora a origem, as práticas e as controvérsias dos Sem Terrinhas, incluindo a educação marxista do movimento. Confira.
Os Sem Terrinhas são crianças, geralmente filhos de trabalhadores rurais acampados ou assentados pelo MST, que são educados pelos membros do movimento e participam de suas atividades ideológicas.
Fundado em 1984, o MST surgiu com a missão de lutar pela redistribuição de terras improdutivas, pela agricultura orgânica e por uma sociedade ordenada com estilo marxista. Os primeiros membros eram ativistas de esquerda, camponeses e membros da teologia da libertação, segundo disse um dos fundadores, José Pedro Stédile.
A partir dos anos 1990, o movimento começou a organizar eventos específicos para crianças, como o "Encontro Nacional dos Sem Terrinhas", com o objetivo de integrá-las à luta social.
Segundo o MST, os Sem Terrinhas têm como objetivo promover a educação no campo, a cidadania e a conscientização sobre desigualdades sociais. Em 2014, durante uma ocupação do Ministério da Educação em Brasília, crianças do MST cobraram a criação de escolas no campo e melhores condições de infraestrutura.
A ação destacou a luta por um sistema educacional que valorize a realidade do campo e combata a desigualdade social, segundo o site do MST.
Por meio de oficinas, brincadeiras e atividades artísticas, como produção de cartazes e apresentações culturais, o MST busca fortalecer a identidade das crianças com a luta pela terra e a vida no campo, conectando-as à história do movimento.
As crianças são incentivadas a compreender os ideais do movimento, como a luta pela reforma agrária e a resistência contra desigualdades, participando de atividades que desenvolvem sua consciência crítica e engajamento social, de acordo com o site do movimento.
Essa é a realidade dos Sem Terrinha que mais gera polêmica. Em entrevista ao mais novo documentário da Brasil Paralelo, MST - Terra Prometida, diversos ex-integrantes do MST falaram sobre a experiência no grupo.
Segundo Pedro Pôncia e Liva Costa, o movimento usa as crianças como escudo humano em confrontos com a polícia. Eles ainda afirmam que as escolas são centros de doutrinação comunista. Segundo Liva:
Um internauta comentou em um vídeo sobre o uso de escudo humano pelo MST:
Desde sua fundação, o MST foi se desenvolvendo e passou a atuar em diferentes áreas. Além da luta no campo em prol da reforma agrária, os membros do grupo trabalham com setores de núcleos de ação, especialmente nas áreas:
Outras polêmicas cercam o movimento, como:
A controvérsia parte do pensamento dos críticos de que o projeto de ocupar terras seria autoritário e prejudicaria o equilíbrio natural gerado pelo livre mercado.
Segundo o economista Roberto Campos, o governo brasileiro foi ineficiente na aplicação do Estatuto da Terra, acabando por não utilizar os impostos progressivos para a reforma agrária, meio primário segundo a lei, mas sim, a desapropriação de terras, meio que deveria ser utilizado apenas em casos excepcionais segundo a legislação.
Mesmo com o governo autorizando a reforma agrária, muitas famílias continuam sem terra devido a ineficiência do governo. Roberto afirmou no Roda Viva que o Estatuto da Terra foi tomado por gestores com mentalidade anticapitalista, desfavorecendo empresários e produtores do ramo da agricultura e tornando as ações do governo ineficientes.
O educador financeiro Bruno Perini aponta o exemplo do governo da Venezuela. Para realizar uma extensa reforma agrária no país, Hugo Chávez estatizou as terras de seu país e as distribuiu para aliados políticos, sendo grande parte deles militares, não agricultores.
Atualmente, o país não possui comida suficiente, o país não produz mais os itens necessários para a sobrevivência dos venezuelanos.
Em 2017, a Pesquisa sobre Condições de Vida (Encovi), realizada a partir da união das principais universidades da Venezuela, afirmou que a média de peso dos venezuelanos diminuiu 11 quilos. Uma das principais causas apontadas foi a falta de comida.
A advogada Maria Diniz Lion ressalta que a reforma agrária poderia começar com o governo doando primeiramente as terras públicas para famílias carentes ao invés de doar terras que já possuem proprietários, como é a reforma agrária brasileira na prática.
A pesquisa "A Quem Pertencem as Terras Brasileiras?", publicada na revista Land Use Policy mostra que 36,1% de todas as terras brasileiras são públicas e 16,6% não são registradas ou têm propriedade desconhecida. Dessa forma, a advogada Maria defende que o governo comece doando suas terras ou terras sem dono, não desapropriando.
No livro O Caminho da Servidão, o economista Hayek discorre sobre a possibilidade da intervenção do Estado na economia, como em uma reforma agrícola.
Para ele, autorizar ações arbitrárias do governo contra o mercado e contra direitos humanos básicos conduziriam o país ao autoritarismo.
Para os economistas liberais clássicos como John Locke e outras escolas, como a Escola Austríaca de Economia, permitir que o Estado ataque um direito natural como o direito à propriedade é um caminho para o autoritarismo.
Para eles, o Estado deve proteger os direitos básicos e naturais, não interferir na economia. Os economistas dão exemplos da União Soviética e até mesmo exemplos recentes como Venezuela e Cuba.
Nesses países, não existe democracia e respeito aos direitos humanos. Quando um dos direitos fundamentais é ferido, todos os outros direitos são relativizados e podem ser feridos.
Em relatório divulgado em agosto de 2022, a ONU apontou que os serviços de inteligência da Venezuela cometeram crimes contra a humanidade sob ordens das esferas mais elevadas do governo para reprimir a oposição.
O MST ensina aos Sem Terrinhas marxismo, socialismo e teorias que, para os autores citados, são autoritárias e anti-naturais.
MST: Terra Prometida, o novo documentário da Brasil Paralelo, é fruto de uma investigação profunda que percorreu o Brasil rural em busca de respostas.
Visitamos assentamentos, ouvimos quem vive essa realidade por dentro e expomos os bastidores de um sistema que, em vez de emancipar, aprisiona.
No dia 22 de maio, MST: Terra Prometida, estreia gratuitamente para todo o Brasil, e com ele, a chance de entender por que o movimento que é um dos maiores donos de terra do país mantém seus próprios integrantes sem futuro e sem o direito de parar de marchar.
Prepare-se para conhecer a realidade dos desapropriados e dos assentados, a dependência instalada, a insegurança jurídica e o ciclo de violência que se perpetua longe dos grandes centros urbanos.
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