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min de leitura

Maduro e MST: quais são as motivações da doação de terras da Venezuela para o MST?

Em março de 2025, Nicolás Maduro, anunciou a entrega de 180 mil hectares de terras ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
2/5/2025 19:29
Foto da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos.

Em março de 2025, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a entrega de 180 mil hectares de terras no estado de Bolívar, sul do país, ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil. 

A área, maior que a cidade de São Paulo, foi cedida sob a justificativa de desenvolver um projeto agroecológico chamado “Pátria Grande do Sul”. 

Segundo Maduro, o MST utilizará o terreno para produzir alimentos como feijão, banana, mandioca, mamão, cana-de-açúcar, além de carne e leite, destinados ao consumo na Venezuela, no norte do Brasil e para exportação. 

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O que você vai encontrar neste artigo?

Mas qual a motivação da parceria entre o ditador venezuelano e o movimento brasileiro?

A iniciativa, anunciada com honra na TV estatal venezuelana, é apresentada como uma colaboração para fortalecer a soberania alimentar e combater a escassez no país vizinho. 

Rosana Fernandes, representante do MST, celebrou a doação como um “ato de reafirmação do compromisso com o povo venezuelano”, destacando a produção agroecológica e a formação política e técnica. 

No entanto, críticos apontam que a parceria vai além da agricultura e levanta questões sobre interesses políticos e estratégicos na fronteira Brasil-Venezuela.

Contexto e Controvérsias

O MST, historicamente ligado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao chavismo, mantém relações próximas com o regime de Maduro, mesmo após críticas do governo Lula às eleições venezuelanas de 2024, consideradas fraudulentas por opositores e governos estrangeiros. 

Curiosamente, um dia antes do anúncio de Maduro, o governo brasileiro assinou um acordo de cooperação técnica em agricultura com a Venezuela. O Itamaraty negou relação entre os eventos.

A doação ocorre em um momento delicado para a Venezuela, que enfrenta sanções dos EUA, inflação galopante e uma crise econômica que já levou milhões de cidadãos a emigrarem. 

  • A Brasil Paralelo foi a Venezuela e mostrou detalhes de como é a vida no país - saiba mais aqui.

A entrega de terras expropriadas a um movimento estrangeiro também desperta críticas internas, com analistas questionando a legalidade e a viabilidade do projeto. Além disso, a localização estratégica do terreno, próximo à fronteira com o Brasil, levanta temores sobre possíveis implicações geopolíticas.

O que dizem os críticos?

A revista Veja destacou que a proximidade do MST com Maduro reforça a percepção de uma aliança ideológica que pode comprometer a soberania brasileira na região.

  • Outros representantes do MST e de uma fundação ligada ao PT foram a Cuba para ter uma “formação política” - confira

Por outro lado, defensores do projeto argumentam que a iniciativa é uma resposta à crise alimentar venezuelana e uma oportunidade para o MST expandir seu modelo de agricultura familiar. 

A Carta Capital enfatizou que o projeto reforça laços de solidariedade entre movimentos populares da América Latina, enquanto a CNN Brasil apontou que a produção pode beneficiar tanto a Venezuela quanto o norte do Brasil.

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