
O presidente argentino Javier Milei venceu as eleições legislativas deste domingo (26) e ampliou sua força no Congresso.
Seu partido, La Libertad Avanza (LLA), obteve 40,84% dos votos em todo o país e ampliou o número de cadeiras no Congresso, o equivalente à Câmara e ao Senado no Brasil.
O pleito serviu como um teste de popularidade para o governo, já que metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado foram renovados.
Na prática, a votação define se o presidente terá força suficiente para aprovar suas reformas econômicas e privatizações até o fim do mandato.
A coalizão peronista Fuerza Patria, ligada ao grupo da ex-presidente Cristina Kirchner, ficou em segundo lugar, com cerca de 31% dos votos.
Já o bloco Provincias Unidas, formado por governadores regionais, não conseguiu se consolidar como uma terceira força nacional.
A participação eleitoral foi de 67,85%, uma das mais baixas em eleições de meio de mandato no país, onde o voto é obrigatório, como no Brasil.
A La Libertad Avanza venceu em 11 províncias, o equivalente a estados brasileiros,, entre elas Córdoba, Mendoza, Santa Fé, Salta, Entre Ríos, Corrientes, San Luis, Chaco, Jujuy, Tierra del Fuego e a Cidade de Buenos Aires, onde contou com apoio do partido PRO, no poder local desde 2007.
A disputa mais acirrada ocorreu na província de Buenos Aires, reduto histórico do peronismo.
Depois de perder por 13 pontos nas eleições de setembro, o partido de Milei conseguiu virar o resultado.
O libertário Diego Santilli ficou à frente do ex-chanceler Jorge Taiana por meio ponto percentual.
Com o novo resultado, o partido de Milei deve passar de 37 para 93 deputados e somar mais de 20 aliados, tornando-se a maior minoria da Câmara.
O partido ainda precisará de cerca de 15 votos para abrir sessões e aprovar leis, mas terá maior controle sobre vetos presidenciais e proteção contra tentativas de impeachment.
No Senado, a legenda deve alcançar 19 cadeiras, após vencer em seis das oito províncias que renovaram seus representantes.
“Temos uma oportunidade histórica. A partir de 10 de dezembro, teremos o Congresso mais reformista da história”, disse Milei após o resultado.
O peronismo manteve maioria em Formosa, Tucumán, Santiago del Estero, Catamarca, La Rioja e La Pampa, mas com margens menores.
O governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, reconheceu a derrota e afirmou que o governo não deve ignorar “o sofrimento do povo argentino”.
O desempenho enfraquece a Fuerza Patria, que tenta se reorganizar após a prisão de Cristina Kirchner, condenada por corrupção.
A eleição também marcou a estreia do voto único em papel e a suspensão das primárias (PASO), pela primeira vez desde 2011.
O pleito ocorreu em meio a escândalos de corrupção que atingiram nomes próximos ao presidente, como Karina Milei e o assessor Eduardo “Lule” Menem.
Gravações vazadas citaram supostos pedidos de propina na Agência Nacional de Pessoas com Deficiência (Andis).
Nas últimas semanas, o ex-presidente americano Donald Trump liberou um pacote de apoio financeiro, com uma linha de swap de US$20 bilhões e US$1 bilhão para compra de pesos argentinos. A medida visava conter a desvalorização da moeda local.
O americano também afirmou que o auxílio continuará apenas se Milei vencer a eleição presidencial de 2027.
O jornal Clarín descreveu o resultado como “uma vitória surpreendente”, com Milei superando o peronismo em quase todo o país. A votação consolidou o maior crescimento parlamentar de um governo argentino desde 2001.
Desde 1985, apenas Néstor Kirchner (2005) e Mauricio Macri (2017) haviam ampliado apoio nas eleições legislativas. Milei agora entra para essa lista.
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