Ronny Pessanha de Oliveira é um ex-agente do BOPE que foi preso no início deste ano por envolvimento com facções criminosas no Rio de Janeiro.
A Polícia Civil do estado o acusa de usar o treinamento de elite que recebeu para dar aulas de táticas de combate a traficantes do Comando Vermelho (CV).
A prisão de Ronny, conhecido como "Caveira" ou "Neguinho do Bope", aconteceu durante a Operação Contenção, que investiga a disputa por territórios na Zona Oeste da cidade.
Segundo as investigações, o ex-BOPE cobrava valores altos. Os treinos custavam entre R$1.000 e R$1.500 por hora.
As aulas incluíam um preparo físico intenso e tiro ao alvo, com o objetivo de melhorar as habilidades de combate do tráfico.
Entre os "alunos" de Ronny estavam nomes conhecidos do mundo do crime, como William Sousa Guedes, o "Corolla" e Manoel Cinquine Pereira, o "Paulista", apontado como um dos líderes do CV no Complexo da Penha.
Um áudio obtido pela polícia durante as investigações registra Ronny Pessanha reclamando do cansaço após uma sessão de treinamento com "Corolla".
Na gravação, ele fala que está preocupado em manter sua forma física para eventuais confrontos:
"Hoje fui na casa do Corolla. Cheguei lá em cima morto, cara, morto. Isso não pode acontecer, não. Vai que preciso incursionar, fazer algum bagulho, eu vou morrer. Sou referência nessa questão de combate."
Apesar de seu histórico como servidor público, Ronny Pessanha exibia um padrão de vida incompatível com seus rendimentos declarados.
Ele era visto com veículos caros, incluindo uma McLaren avaliada em R$3 milhões. Além disso, utilizava suas redes sociais para ostentar viagens e promover um serviço de aluguel de jet skis.
A Polícia Civil investiga a empresa de segurança "Skull 47 Segurança e Vigilância Patrimonial LTDA", registrada em nome dele e de sua mãe, como uma possível fachada para lavagem de dinheiro.
A empresa não tem funcionários registrados e recebeu depósitos suspeitos em dinheiro vivo.
As acusações contra o ex-BOPE incluem também a expulsão de moradores de comunidades sob ameaça armada para a tomada de seus imóveis.
Ele é investigado por suspeita de envolvimento em dois homicídios na Muzema, crimes que teriam relação com a disputa por condomínios populares na região.
Além disso, Ronny Pessanha é apontado como proprietário de um dos prédios irregulares que foram demolidos pela prefeitura em 2021.
As investigações apontam que mesmo antes de ser expulso da polícia em 2023, Ronny já teria envolvimento com grupos milicianos na Zona Oeste do Rio.
O Ministério Público do Rio de Janeiro já havia acusado Ronny de cobrar taxas de construtores na comunidade da Muzema em 2021.
Após deixar a corporação, sua colaboração com o Comando Vermelho teria se intensificado, ajudando a facção na conquista de territórios de grupos rivais.
Em março de 2024, ele também foi detido em flagrante portando uma arma de fogo ilegal e uma identidade policial falsa.
Na ocasião, estava em sua Mercedes, e foi liberado após pagar uma fiança de R$8 mil para responder ao processo em liberdade.
A Operação Contenção, que levou à sua prisão, continua em andamento com o objetivo de impedir a expansão da facção na Zona Oeste do Rio.
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