Lista completa:
A maioria dos réus responde por cinco crimes:
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- tentativa de golpe de Estado;
- organização criminosa armada;
- dano qualificado; e
- deterioração de patrimônio.
Quando somadas, as penas por esses crimes podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Jair Bolsonaro
Apontado pela PGR como o líder da organização criminosa. Segundo a acusação, foi responsável pelas principais decisões.
A PF também acredita que Bolsonaro liderou a propagação de ataques ao sistema eleitoral, e a pressão sobre os comandantes militares para que aderissem a um suposto plano para reverter a eleição.
Ele também é acusado de ter editado a versão final de um decreto para convocar Estado de Sítio. A defesa nega as acusações.
Walter Braga Netto (General e Ex-ministro da Casa Civil e da Defesa)
Considerado um dos articuladores centrais. A PGR afirma que ele participou de reuniões para planejar as ações.
Além disso, é acusado de ter pressionado militares que não aderiram à trama e atuou no financiamento de atos
Ele também estava previsto como o coordenador-geral de um "gabinete de crise" que seria instaurado após a ruptura.
Augusto Heleno (General e Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional - GSI)
Acusado de auxiliar diretamente Bolsonaro no plano criminoso. Segundo a PGR, teve papel importante na construção dos ataques ao sistema eleitoral e teria participado do planejamento para descumprir decisões judiciais.
Registros em sua agenda indicariam conhecimento sobre um esquema de monitoramento de figuras públicas.
Anderson Torres (Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF):
Acusado de replicar as narrativas de fraude nas urnas e atuar para implementar bloqueios da Polícia Rodoviária Federal no Nordeste durante as eleições.
Além disso, Anderson é investigado por elaborar documentos que seriam usados na trama, como a minuta de decreto de Estado de Defesa encontrada em sua casa.
Ele também é investigado por omissão nos atos de 8 de janeiro.
Paulo Sérgio Nogueira (Ex-ministro da Defesa):
Segundo a PGR, participou de uma reunião em que Bolsonaro teria pedido a todos os presentes que propagassem seu discurso de fraude nas urnas.
A acusação também aponta que ele instigou a ideia de uma intervenção das Forças Armadas no processo eleitoral e apresentou uma versão do decreto aos comandantes militares.
Almir Garnier Santos (Almirante e Ex-comandante da Marinha):
As investigações indicam que ele foi o único dos comandantes das Forças Armadas que aderiu prontamente ao plano.
Em uma reunião em dezembro de 2022, teria se colocado à disposição de Bolsonaro para seguir as ordens do decreto.
Alexandre Ramagem (Deputado Federal e Ex-diretor-geral da ABIN)
Acusado de prestar auxílio direto a Bolsonaro na construção e direcionamento das mensagens de ataque às urnas eletrônicas.
Ele também teria comandado um grupo de policiais e agentes que se valeu da estrutura de inteligência do Estado de forma indevida.
Mauro Cid (Tenente-coronel e Ex-ajudante de ordens da Presidência):
Parte do "núcleo crucial", mas com "menor autonomia decisória", segundo a PGR. Atuou como porta-voz de Bolsonaro, transmitindo orientações ao grupo.
Em seu celular, foram encontrados diversos documentos relacionados à trama. Mauro Cid se tornou o principal delator do suposto plano.
O que vai acontecer com eles depois do interrogatório?
Após a conclusão dos interrogatórios desta semana, o ministro Alexandre de Moraes abrirá um prazo para que a acusação e as defesas de cada um dos réus apresentem suas "alegações finais" por escrito.
Depois dessa etapa, o processo estará pronto para o julgamento final pela Primeira Turma do STF, que é composto pelos ministros:
- Alexandre de Moraes,
- Flávio Dino,
- Luiz Fux,
- Cristiano Zanin e
- Cármen Lúcia.
A expectativa é que a decisão sobre a condenação ou absolvição dos réus ocorra no segundo semestre deste ano.
Leia também:
O jornalismo da Brasil Paralelo existe graças aos nossos membros
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais pessoas tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo.
Clique aqui.