John Ronald Reuel Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis, não escondia sua fé católica. Segundo o Padre Paulo Ricardo, dois amores sustentavam sua vida espiritual: a Eucaristia e a Virgem Maria.
Essa devoção, cultivada desde a infância, acabou marcando sua obra literária, ainda que de forma velada.
A ligação começou cedo. Sua mãe, Mabel, converteu-se ao catolicismo quando Tolkien tinha oito anos, enfrentando o abandono da família e dificuldades financeiras. Para o escritor, ela foi “uma mártir”, pois sua saúde fragilizada não resistiu à falta de apoio.
Antes de morrer, confiou a tutela dos filhos ao padre Francis Morgan, que assumiu a educação religiosa do futuro autor. A devoção à Virgem Maria se tornou parte de sua rotina.
Anos depois, já consagrado como escritor, Tolkien escreveu ao amigo jesuíta Robert Murray uma frase que revela a base espiritual de seu imaginário:
“É sobre Nossa Senhora que a minha percepção de beleza está fundada, tanto em majestade quanto em simplicidade. O Senhor dos Anéis é basicamente um trabalho religioso e católico. No começo eu não estava ciente disso; percebi durante a revisão.”
Embora rejeitasse a ideia de alegoria, Tolkien reconhecia que a figura de Maria inspirou alguns de seus personagens femininos. A mais evidente é Galadriel, a rainha dos elfos.
Em sua obra, ela oferece descanso, conselhos e proteção aos viajantes, lembrando o papel de intercessão mariana.
Em versões tardias de seus escritos, Tolkien chegou a retratá-la como livre de qualquer “culpa original” élfica, aproximando-a ainda mais da imagem com a qual os católicos retratam a mãe de Jesus.
- Tolkien e sua obra fazem parte da produção original da Brasil Paralelo A Guerra do Imaginário. Assista e descubra essa guerra silenciosa em uma trilogia que narra a jornada de três de seus maiores heróis.





.jpg)


.jpg)





.jpg)











