Parlamentar culpou José Dirceu e inocentou Lula
Jefferson voltou suas acusações mais pesadas contra o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, apontado como o verdadeiro mentor e comandante do esquema:
“Marcos Valério, Delúbio Soares e Sílvio Pereira não teriam capacidade de montar o esquema milionário. Foi José Dirceu quem urdiu essas negociações, organizando um exército de mercenários, auxiliado pelo ex-ministro da Comunicação Luiz Gushiken.”
O parlamentar também procurou inocentar Lula durante o depoimento, alegando que o presidente não sabia de nada:
“O presidente Lula não sabia de nada porque preferiu ser chefe do Estado, preocupado com negociações de alto nível. Ele delegou as funções de administração pública a Dirceu”
Em um dos momentos mais marcantes de seu depoimento, o deputado pediu que o ministro assumisse a culpa:
"Dirceu, se você não sair daí rápido, você vai fazer réu um homem inocente, o presidente Lula."
O delator, no entanto, não apresentou provas materiais de suas acusações, afirmando que caberia à CPI dos Correios, que investigava o caso, apurá-las.
Jefferson também confessou ter cometido crime eleitoral, ao admitir que seu partido havia recebido R$4 milhões em dinheiro vivo do PT, entregues dentro de duas malas.
Roberto Jefferson foi preso, mas recebeu indulto
Anos depois o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Roberto Jefferson a mais de sete anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ele foi preso em 2014, passando um período em regime fechado e depois passou para prisão domiciliar.
Em 2016, Roberto Jefferson recebeu perdão da pena pela então presidente Dilma Rousseff.
Roberto Jefferson virou apoiador de Bolsonaro
Após reconquistar seus direitos políticos, ele retornou à cena pública como presidente do PTB e se tornou apoiador de Bolsonaro.
Em 2022, na véspera das eleições, ele teve uma nova ordem de prisão preventiva decretada por incitar ataques a autoridades.
Ao resistir à prisão, ele chegou a disparar tiros de fuzil e lançar granadas contra os policiais federais que cumpriam o mandado. Ele só se rendeu após negociações.
Condenado novamente, desta vez a mais de nove anos, Roberto Jefferson hoje cumpre pena em regime fechado.
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