Há 20 anos, o Brasil descobria o escândalo de corrupção que abalou o primeiro governo Lula: o Mensalão.
Parlamentares da base aliada recebiam uma mesada de cerca de R$30 mil todos os meses para votar a favor de projetos de interesse do governo no Congresso.
O Mensalão foi descoberto por causa do deputado Roberto Jefferson (PTB), que começou a denunciar após ter sido acusado de envolvimento em corrupção nos Correios
O parlamentar acusou o publicitário Marcos Valério de ser o papel de operador financeiro da trama.
Assim, ele foi apontado pela Procuradoria-Geral da República como o chefe do "núcleo operacional" do Mensalão.
As empresas de Valério tomavam empréstimos em bancos como o Banco Rural e o Banco BMG.
O dinheiro também viria de contratos de publicidade com empresas e órgãos públicos.
O Banco do Brasil foi um dos órgãos públicos afetados pelo esquema. O então diretor de marketing, Henrique Pizzolato, teria ajudado a desviar recursos em troca de propina.
O dinheiro era repassado ao tesoureiro do PT, Delúbio Soares, que distribuía os valores a deputados da base aliada:
“O dinheiro saía das minhas empresas, mas não era meu. Era para financiar campanhas e manter a base aliada”.
Valério acusou o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, de ser o "aval maior" para as operações financeiras e que "sabia de tudo o que se passava".
Ele também disse ter ouvido do ex-secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, que Dirceu tinha conhecimento dos empréstimos feitos por suas empresas para o partido:
“... o Senhor Delúbio Soares cansou de me falar que o senhor José Dirceu sabia das operações”
Em seu depoimento à Justiça Federal, no entanto, ele afirmou que a alta cúpula do partido sabia do esquema:
“Todos sabiam. Não foi só o Delúbio. O Zé Dirceu sabia, o Silvio Pereira sabia, todo mundo sabia”
Naquele momento, Valério buscou inocentar Lula:
"Eu nunca dei nenhum centavo a nenhum Ministro, a nenhum Presidente da República."
Isso mudaria anos mais tarde. Em 2012, Valério prestou novo depoimento à Procuradoria-Geral da República, no qual disse que Lula não apenas sabia, como havia autorizado os empréstimos:
“Delúbio disse que tudo que estava sendo feito era do conhecimento e da autorização de Lula”.
Essa versão seria reforçada em 2016, em novo depoimento prestado ao Ministério Público de Minas Gerais.
Marcos Valério detalhou o envolvimento de Lula, afirmando que o presidente teria autorizado o esquema.
O publicitário foi condenado a mais de 37 anos de prisão pelos crimes de peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro.
Em 2022, o ministro Luís Roberto Barroso concedeu a ele a progressão para o regime aberto, mantendo, porém, a prisão domiciliar.
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