Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o governo dos Estados Unidos conduziu uma operação secreta para recrutar cientistas que serviram à Alemanha Nazista.
As forças armadas americanas sabiam que os alemães estavam anos à frente em áreas como propulsão de foguetes, mísseis balísticos e armamentos guiados.
Tecnologias como o foguete V-2, usado para bombardear Londres, e o míssil de cruzeiro V-1 chamavam a atenção.
Esse tipo de conhecimento seria fundamental para garantir vantagem no conflito que começava a se desenhar com a queda de Hitler, a Guerra Fria.
Alguns desses cientistas participaram dos crimes contra a humanidade cometidos pelo regime nazista. As atrocidades foram tão graves que deram origem do termo genocídio.
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A seleção foi feita a partir de uma lista elaborada pelo engenheiro alemão Werner Osenberg.
Ele foi um dos responsáveis pela mobilização de cientistas para os esforços de guerra nazistas e havia catalogado alguns dos maiores especialistas da Alemanha.
Osenberg tentou evitar que os aliados conseguissem a lista, rasgando o documento e descartando os pedaços em uma privada da Universidade de Bonn.
No entanto, as informações foram recuperadas, possibilitando que os americanos selecionassem os cérebros do Reich nazista.
Os oficiais responsáveis selecionavam cientistas nazistas para serem levados aos Estados Unidos.
Nesse procedimento, os dossiês dos candidatos de interesse eram marcados com um clipe de papel, paperclip em inglês.
O historiador Brian Crim comenta que o clips era um sinal para que a vida daquelas pessoas não fosse investigada a fundo:
“A razão para isso foi indicar aos investigadores que os cientistas deveriam receber apenas a revisão mais superficial de seu registro. A maioria dos cientistas era membro do partido nazista ou pertencia a organizações nazistas proibidas, incluindo Schutzstaffel, também conhecida como SS. O clipe de papel basicamente anunciava: ‘Não olhe muito de perto — esse cara é um dos nossos'”
Daí veio o nome pelo qual a operação veio a ser conhecida.
Até a década de 1960, o governo americano conseguiu recrutar mais de 1.500 cientistas do Terceiro Reich.
Alguns dos principais tiveram um trabalho importante para o desenvolvimento do programa espacial dos EUA.
Veja abaixo, alguns desses cientistas:
O engenheiro começou a trabalhar para o Exército alemão no desenvolvimento de mísseis de combustível líquido em 1932.
Doutor em física, ele foi membro do partido nazista desde 1937 e chegou a ser um oficial Jr. da SS.
Ele foi o principal responsável pelo desenvolvimento do foguete V-2, a primeira arma balística de longo alcance, capaz de atingir alvos a mais de 300 km de distância.
Em 1945, percebendo a derrota da Alemanha, se rendeu aos americanos junto com sua equipe.
Nos EUA, trabalhou desenvolvendo mísseis para o Exército. E foi transferido para a recém-criada NASA em 1960.
Lá liderou a equipe responsável pelo desenvolvimento do foguete Saturn V, que levou os astronautas da Apollo 11 à Lua em 1969.
Serviu como soldado nazista antes de se transferir para a pesquisa em sistemas de orientação de foguetes.
Após a guerra, ele foi levado para Fort Bliss, Texas, e acabou transferido para uma instalação no Alabama, onde se tornou cientista-chefe do Marshall Space Flight Center da NASA.
Foi pioneiro da propulsão elétrica e participou do planejamento inicial do Telescópio Hubble.
Ernst lecionou na Universidade do Alabama em Huntsville nos anos 1980 e faleceu em 2008.
Strughold ficou conhecido como “pai da medicina espacial”, foi pioneiro nos estudos sobre os efeitos da falta de gravidade no corpo humano.
Durante a guerra, ele chefiou o Instituto de Medicina na Aviação da Luftwaffe, onde médicos realizaram experimentos com prisioneiros do campo de concentração de Dachau.
Após a guerra, ele construiu uma carreira de prestígio nos EUA, liderando o desenvolvimento das roupas usadas pelos astronautas das missões Gemini e Apollo.
De 1963 a 2012, a Associação de Medicina Espacial concedeu o Prêmio Hubertus Strughold a pesquisadores que contribuíram para a saúde de astronautas.
O passado nazista de Strughold só se tornou conhecido em 2012, após reportagem do Wall Street Journal, levando à extinção do prêmio.
Strughold morreu com 88 anos no estado do Texas, em 1985.
Os americanos não foram os únicos a buscar os cientistas nazistas após o final da Guerra.
Em 1946, a União Soviética executou a Operação Osoaviakhim, capturando cerca de 2.500 cientistas, engenheiros e técnicos alemães e junto com 4.000 familiares.
Os especialistas foram transferidos para centros de pesquisa espalhados no território soviético.
Sob a liderança de Sergei Korolev, eles ajudaram a desenvolver versões aprimoradas do V-2.
Posteriormente, os cientistas alemães ajudaram a desenvolver o míssil R-7 Semyorka, que colocou o primeiro satélite em órbita.
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