Crianças, idosos, jovens e famílias inteiras mortas, sequestradas e até presas em gaiolas pelo Hamas. Corpos caídos nas estradas e ruas com buracos de projéteis no corpo. Jovens desesperados tentando fugir do fuzilamento numa festa.
Era manhã de sábado, 7 de outubro de 2023, durante o feriado judaico de Shabat, quando o grupo terrorista lançou milhares de foguetes contra Israel e invadiu cidades próximas à Faixa de Gaza.
Foi o maior ataque a Israel em décadas e o início de uma guerra que, dois anos depois, ainda não chegou ao fim.
O ataque começou com uma chuva de mísseis, estimada entre 2,5 mil e 5 mil foguetes, que atingiram desde o sul de Israel até a região metropolitana de Tel Aviv.
Em seguida, centenas de combatentes do Hamas cruzaram as barreiras de segurança, invadindo casas, bases militares e até uma rave ao ar livre, onde jovens israelenses foram mortos ou sequestrados.
As imagens correram o mundo: famílias inteiras assassinadas, crianças sequestradas, idosos levados como reféns, e ruas cobertas de corpos.
Segundo o governo israelense, mais de 1.200 pessoas morreram em um único dia. Foi o ataque mais sangrento da história de Israel.
Um dia após a invasão, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou oficialmente guerra ao Hamas.
“Será uma guerra longa e difícil. A primeira etapa termina agora com a destruição da grande maioria das forças inimigas que se infiltraram em nosso território”.
Em resposta, Israel lançou uma série de bombardeios intensos contra Gaza, que, segundo a ONU, mataram mais de 2 mil pessoas nos primeiros dias.
O Hamas, por sua vez, reivindicou os ataques, afirmando que eram uma resposta à “opressão dos palestinos na Cisjordânia e nas prisões israelenses”.
O líder do grupo, Ismail Haniyeh, declarou que o ataque marcava “a manhã da derrota e da humilhação do inimigo”, enquanto o comandante militar Mohammad Deif chamava a ofensiva de “a maior batalha para acabar com a última ocupação da Terra”.
O vice-chefe do Hamas, Saleh al-Arouri, confirmou à rede Al Jazeera que oficiais israelenses estavam entre os reféns, afirmando que o grupo tinha prisioneiros “suficientes para forçar a libertação de todos os palestinos das prisões israelenses”.
As cenas de horror se multiplicaram em todo o país. Em Sderot, cidade a apenas 1 km da fronteira de Gaza, corpos de civis foram encontrados espalhados por rodovias e dentro de carros perfurados por tiros.
“Saí e vi muitos corpos de terroristas e civis. Um mar de corpos dentro de Sderot e ao longo da estrada”, relatou um morador.
Em outras regiões, terroristas entraram em casas, mataram famílias inteiras e sequestraram mais de 200 pessoas entre israelenses e estrangeiros.
Um dos casos que mais chocou o mundo foi o de uma jovem alemã, cujo corpo mutilado foi exibido pelos combatentes em uma caminhonete.
Vídeos também mostraram o bombardeio do aeroporto Ben Gurion, o principal de Israel, e a tentativa desesperada de civis para deixar o país.
Diante da gravidade da situação, o governo israelense ordenou a mobilização total das Forças de Defesa (IDF) e declarou que “o inimigo pagaria um preço que jamais conheceu”.
O ataque ocorreu 50 anos após a Guerra de Yom Kipur, um dos momentos mais traumáticos da história israelense e também em um dia de descanso religioso, o que ampliou o impacto psicológico e simbólico do atentado.
Desde então, a guerra se estendeu por dois anos, com milhares de mortos de ambos os lados e devastação generalizada na Faixa de Gaza.
Segundo estimativas da ONU, mais de 67 mil palestinos morreram desde o início dos confrontos.
Israel afirma que sua ofensiva tem como objetivo “eliminar completamente o Hamas”, enquanto o grupo jihadista continua a disparar foguetes e a resistir com apoio de outras facções armadas.
Delegações de Israel e do Hamas estão reunidas no Cairo, Egito, com mediação direta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O líder americano apresentou um plano de paz de 20 pontos para tentar encerrar o conflito.
A proposta prevê:
Trump afirmou na rede Truth Social que as conversas estão “avançando rapidamente” e que o acordo “pode representar a primeira paz verdadeira no Oriente Médio em três mil anos”.
Apesar do otimismo americano, Israel mantém ataques pontuais em Gaza e declara que o cessar-fogo “ainda não é definitivo”.
Dois anos após o ataque do Hamas, a guerra segue como uma ferida aberta no Oriente Médio. Milhares de famílias ainda aguardam notícias de reféns, e Gaza enfrenta uma das piores crises humanitárias do século.
O que começou em 2023 como um ataque surpresa tornou-se um conflito prolongado e devastador. Agora, o mundo observa o Egito com cautela na esperança de que, desta vez, a paz saia do papel.
Há dois anos teve início a guerra na Faixa de Gaza. No entanto, não é fácil compreender um conflito com tantas camadas históricas, religiosas, territoriais e políticas.
A maioria dos especialistas do Oriente Médio tem um consenso sobre o conflito entre Israel e Palestina: o ocidente possui uma visão nebulosa sobre o que acontece no Oriente Médio.
A relação entre as sociedades dessa região é complexa e não cabe nas simplificações políticas que são adotadas na visão de franceses, brasileiros ou americanos.
Para analisar o Oriente Médio, é preciso ajustar a lente para a lógica da região. Por esse motivo, a Brasil Paralelo mobilizou a sua equipe para ir até o local e ouvir as pessoas que de fato vivem essa realidade, produzindo o filme From The River To The Sea, Entenda a Guerra em Israel.
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