Cristãos estão sendo perseguidos e assassinados por causa de sua fé na Nigéria. Mais de 4.400 pessoas foram mortas ao longo do ano passado, segundo a ONG Portas Abertas.
Os métodos utilizados pelos terroristas são variados. Ataques a vilarejos, muitas vezes noturnos, envolvem o assassinato indiscriminado de homens, mulheres e crianças.
Homens e meninos cristãos, em particular, são alvos frequentes, em uma tentativa de eliminar lideranças e impedir o crescimento futuro das famílias cristãs.
Mulheres e meninas enfrentam um destino particularmente cruel, sendo vítimas de sequestros, estupros sistemáticos, casamentos forçados e escravidão sexual, afirma a Anistia Internacional.
Igrejas não são poupadas: centenas foram destruídas, juntamente com casas, escolas, clínicas e plantações, aniquilando os meios de subsistência e forçando um êxodo em massa.
O resultado é milhões de deslocados internos, vivendo em condições precárias em acampamentos superlotados, onde a ameaça da violência ainda persiste.
Além da violência física direta, nos estados do Norte onde a lei islâmica da Sharia vigora, os cristãos são submetidos a uma discriminação legal e social severa, sendo tratados como cidadãos de segunda classe.
Em 2023 o país já era considerado o lugar mais letal do mundo para os religiosos, sendo que 89% dos cristãos assassinados no mundo, segundo dados da ONG Portas Abertas.
Nas Páscoa de 2025, uma série de ataques coordenados contra comunidades cristãs na reião de Plateau terminaram com pelo menos 126 pessoas mortas.
O governador do estado, Caleb Mutfwang, chegou a usar o termo "genocídio" para descrever a situação.
Mais de 7.000 foram forçadas a abandonar suas casas, fugindo para não serem as próximas vítimas.
Um dos ataques mais conhecidos aconteceu na aldeia de Zike, durante o Domingo de Ramos.
Mais de 50 fiéis foram assassinados enquanto dormiam ou participavam de celebrações, muitos deles executados com golpes de facão e requintes de crueldade.
Os responsáveis por essa campanha de terror são extremistas islâmicos que atuam na região.
Os mais poderosos são as milícias formadas pelo povo Fulani, o Boko Haram e sua facção afiliada ao Estado Islâmico, ISWAP.
“Cristãos no norte e centro da Nigéria enfrentam violência extrema do Boko Haram, ISWAP e militantes armados Fulani, que já mataram milhares de fiéis, destruíram centenas de igrejas e deslocaram comunidades cristãs inteiras”, contou Ryan Brown, CEO da Open Doors US, à Fox News.
O objetivo não é apenas infligir perdas, mas erradicar completamente a presença e a influência cristã nessas áreas.
O Dr. John Eibner, da Christian Solidarity International (CSI) apontam para uma combinação de fundamentalismo islâmico com objetivos de expansão territorial e controle de recursos.
Há uma intenção de tomar as terras tradicionalmente ocupadas por comunidades cristãs, muitas delas agrícolas, e impor uma visão radical do Islã.
Além disso, disputas por terra e água entre pastores nômades Fulani e agricultores cristãos, são frequentemente o estopim para a violência.
Muitas vezes esses embates são instrumentalizados pelos grupos extremistas para recrutar novos membros.
O assessor sênior para a Nigéria no International Crisis Group, Nnamdi Obasi, afirma que houve um aumento no orçamento de defesa, "mas isso não se traduziu em melhores resultados na prática."
Em entrevista ao Financial Times ele afirmou que a falta de ação do governo nigeriano criou um cenário dificil perigoso:
"Há uma inércia contínua na Nigéria e uma falta de ação que está se acumulando, e estamos tendo situações explosivas".
No passado, o ex-presidente Muhammadu Buhari foi acusado pela organização Genocide Watch de não ter feito nada para impedir o genocídio por fazer parte da etinia Fulani.
Apesar dos massacres e da perseguição na Nigéria continuarem acontecendo, poucas informações têm sido notíciadas pela mídia.
O CEO of Global Christian Relief, Brian Orme comentou durante uma entrevista para a CBS News que a mídia estaria evitando esse assunto por não chamar a atenção do público:
“Acho que há duas razões: uma é basicamente porque a mídia hoje divulga o que as pessoas se interessam, e as pessoas não estão clicando nessas notícias. Elas não estão se envolvendo com o que está acontecendo na África hoje, e parece tão distante.”
Para ele, o segundo motivo para o silêncio seria um erro de interpretação sobre o conflito, deixando de lado a questão religiosa:
“A segunda razão é que muitos veículos de mídia sentem que isso não é um conflito religioso, é socioeconômico ou é um conflito étnico. Mas, pelos nossos contatos no campo, trata-se de uma perseguição religiosa direcionada… para eliminar cristãos e substituir suas comunidades por comunidades islâmicas.”
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