O Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Egito e pelo Catar. Fontes do grupo confirmaram à imprensa internacional que o novo texto prevê uma trégua de 60 dias e a libertação de parte dos reféns israelenses ainda mantidos em Gaza.
Israel, até a tarde desta segunda-feira (18), não havia se pronunciado oficialmente.
Representantes do Hamas aprovaram integralmente o texto apresentado pelos mediadores egípcios, sem pedir alterações.
A rede Al Jazeera também informou que a proposta inclui a libertação de reféns em troca da suspensão das operações militares israelenses durante o período de trégua.
Dos 251 israelenses sequestrados em 7 de outubro de 2023, 49 permanecem em Gaza, segundo o Exército de Israel. Entre eles, estão os corpos de 27 pessoas.
Ainda não há clareza sobre como se dará a troca por prisioneiros palestinos, ponto de divergência em rodadas anteriores de negociação.
O ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, afirmou nesta segunda-feira que o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, esteve em Rafah para “exercer a máxima pressão” sobre as partes.
Uma fonte egípcia disse que o acordo segue de perto uma proposta elaborada por enviados dos Estados Unidos.
O anúncio do Hamas ocorre em meio à aprovação de um plano israelense para expandir a ofensiva na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já havia autorizado uma operação para tomar a Cidade de Gaza, mas setores das Forças Armadas alertaram que a medida poderia colocar em risco os reféns ainda vivos e prolongar a guerra.
Enquanto isso, protestos em Israel ganharam força. Milhares foram às ruas no domingo para cobrar do governo um acordo que assegure a libertação dos sequestrados.
Após 22 meses de combates, mais de 61 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, números considerados confiáveis pela ONU.
Especialistas alertam para risco de fome generalizada, já que a entrada de ajuda humanitária segue restrita. Nos últimos dias, o ministério informou que 263 pessoas, incluindo 112 crianças, já morreram por desnutrição desde o início da guerra.
Em declaração nesta segunda-feira, Donald Trump afirmou que “só veremos o retorno dos reféns restantes quando o Hamas for confrontado e destruído”.
Para o presidente americano, a pressão militar é condição para o sucesso de qualquer negociação.
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