Os bolivianos se preparam para ir às urnas no segundo turno das eleições presidenciais neste domingo (19).
Pela primeira vez em décadas, nenhum dos dois candidatos se apresenta como um representante da esquerda.
O ex-presidente liberal Jorge "Tuto" Quiroga (LIBRE) lidera as pesquisas com 47% das intenções de voto, contra Rodrigo Paz (PDC), que aparece com 39,3%, segundo pesquisa da Ipsos-Ciesmori.
A eleição acontece em meio a um cenário econômico grave. A Bolívia enfrenta escassez de combustíveis, a maior inflação em décadas e queda nas exportações de gás natural, sua principal fonte de receita.
Engenheiro da IBM e educado nos Estados Unidos, Quiroga governou o país por cerca de ano em 2001.
Ele assumiu após Hugo Banzer renunciar por causa de um câncer. Depois de perder duas eleições, o ex-presidente volta ao centro da cena política.
Sua visão é liberal e pró-mercado. Quiroga se define como um defensor fervoroso da democracia e promete encerrar “20 anos de socialismo” no país.
Entre suas propostas estão a redução do Estado na economia e a reaproximação com países ocidentais.
O candidato afirma estar engajado na luta contra governos autoritários na Venezuela e em Cuba. Seus adversários o acusam de ser “pró-gringo”, em referencia a sua simpatia pelos EUA e pela União Europeia.
Rodrigo Paz Pereira é filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora e nasceu em Santiago de Compostela durante o exílio de seus pais.
Economista formado e com mestrado em Gestão Política pela American University, construiu carreira como deputado, prefeito e senador.
Considerado candidato de centro-direita, chegou ao segundo turno com 32% dos votos com um discurso de “renovação”.
Suas principais pautas incluem descentralização, reforma da Justiça e um projeto econômico que chama de “capitalismo popular”. A estratégia econômica se baseia em crédito acessível, corte de impostos, incentivo a pequenos negócios e fechamento de estatais deficitárias.
A eleição marca a primeira vez em que o Movimento ao Socialismo (MAS) não participa de um segundo turno desde a primeira vitória de Evo Morales, em 2005.
Morales se reelegeu três vezes, nas eleições de 2009, 2014 e 2019. Ao todo, ele governou o país por 13 anos ininterruptos.
Seu governo só acabou em 2019, quando renunciou após enfrentar uma série de protestos. Os manifestantes receberam apoio da polícia e de setores das Forças Armadas.
A renúncia de Evo foi acompanhada pela saída de seu vice, Álvaro García Linera, da presidente do Senado, Adriana Salvatierra, e do presidente da Câmara, Víctor Borda.
Esse cenário fez com que a vice-presidente do Senado, Jeanine Áñez, assumisse a presidência. Ela convocou eleições para o ano, levando à eleição de Luís Arce pelo MAS.
Áñez foi presa sob a acusação de terrorismo e conspiração contra o governo boliviano.
Evo Morales e Arce brigaram por disputas internas dentro do MAS. O ex-presidente foi expulso da liderança de seu partido após uma decisão judicial.
Morales tentou concorrer nestas eleições, mas não conseguiu porque seus partidos, Evo Pueblo e Partido de Ação Nacional Boliviano (Pan-Bol), não estão com a personalidade jurídica vigente
Sem apoio de Morales, Luís Arce concorreu à reeleição no primeiro turno, mas acabou derrotado com menos de 4% dos votos.
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