Democracia de mercado - uma nova perspectiva sobre o poder dos consumidores

Diferentemente do que o nome pode sugerir, Democracia de Mercado não é uma forma de regime político que una o sistema democrático às práticas de livre mercado. Autores liberais usam o termo para ilustrar e defender as qualidades do livre mercado.

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Quando um consumidor busca comprar algum bem, serviço ou produto, ele deseja uma solução para uma demanda específica. Na hora de escolher qual vai adquirir, é calculado:

• o custo;
• o benefício;
• o prazo;
• as opções disponíveis.

As empresas que tendem a prosperar são aquelas que são capazes de oferecer um produto ou serviço com valor agregado, boa qualidade, dentro do prazo e que o preço seja visto como razoável.

Empresas que vão mal ou são mal vistas no mercado, em geral, enfrentam problemas por oferecer serviços de qualidade ruim, por não precificar adequadamente ou por fazer escolhas que prejudicam seu serviço/produto.

Eles orientam o mercado com base na percepção dos consumidores. Suas escolhas e preferências direcionam a produção e alocação de recursos.

"Os consumidores determinam em última instância a direção da produção, o que significa que determinam o que deve ser produzido, em que quantidade e com que qualidade", afirma Ludwig Von Mises em seu livro Ação Humana.

O economista Ludwig Von Mises entende esse ciclo como uma “Democracia do consumidor”. Milton Friedman e Friedrich von Hayek o chamam de “Democracia de Mercado”.

• Hayek é um dos economistas da renomada Escola Austríaca de Economia.

Essa teoria se baseia na premissa de que, em uma economia de livre mercado, os consumidores exercem um poder decisivo sobre o que é produzido e como é produzido.

O poder dos consumidores na Democracia de Mercado

Mises argumenta que, em uma economia livre, o consumidor é "soberano" e tem a capacidade de escolher quais produtos e serviços deseja comprar.

"Os mercados livres e competitivos são sistemas de descoberta, nos quais a solução mais eficiente é encontrada através da liberdade de escolha" - F.A. von Hayek, O Caminho da Servidão.

Como resultado, as empresas são incentivadas a produzir bens e serviços que atendam às necessidades e desejos dos consumidores, em vez de seguir as preferências do governo ou de outras entidades poderosas.

Para Ludwig Von Mises, no mercado, o consumidor é capaz de ditar sua dinâmica, enquanto na política a realidade é outra. O eleitor que vota e escolhe seus políticos não se enxerga como soberano nas decisões do Estado, antes pode perder a voz diante da burocracia estatal.

Quando, por exemplo, uma empresa emprega um novo líder (CEO) para comandar as operações e ele entrega resultados ruins repetidamente, logo a diretoria da empresa se desfaz deste CEO e escolhe um novo.

Para os economistas, não há espaço para cobranças no âmbito do poder político. Os políticos não necessariamente são obrigados a entregar resultados. Caso um congressista não esteja indo bem, não é possível retirá-lo antes do fim do mandato.

Comparando a dinâmica do mercado com a dinâmica da política, Mises, Hayek e Friedman afirmam que a Democracia de Mercado (ou democracia dos consumidores) é uma forma superior de democracia.

Na democracia de mercado, os consumidores têm um poder mais direto sobre a economia do que os cidadãos têm sobre o governo.

Os autores enxergam nessa modalidade a junção da liberdade de escolha com a individualidade, dentro de um sistema justo e igualitário.

"A liberdade econômica é uma parte essencial da liberdade mais ampla. Se as pessoas não são livres para comprar, vender e produzir o que quiserem, não são realmente livres" Milton Friedman, Liberdade de Escolha.