A viúva de Carlos Marighella, um dos guerrilheiros mais famosos do Brasil, morreu nesta segunda-feira (3) aos 100 anos.
A morte de Clara Charf foi confirmada pela Associação Mulheres pela Paz, organização que ela mesma fundou e presidiu.
A militante já havia sido hospitalizada e estava entubada há alguns dias. Segundo uma nota de sua associação, ela morreu em decorrência de causas naturais:
"Clarinha morreu de causas naturais. Estava hospitalizada há alguns dias, entubada. Dentre as diversas atividades dessa guerreira, foi também idealizadora e fundadora da Associação Mulheres pela Paz, da qual era presidenta. Deixa um legado de lutas pelos direitos humanos e equidade de gênero.”
Quem era Clara Charf? Veja a trajetória da viúva de Marighella
Nascida em 1925, em Maceió (AL), Clara era filha de judeus russos que fugiram da perseguição antissemita na Europa.
Cresceu em Recife e teve contato com o pensamento comunista desde muito jovem. Ela se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) quando tinha 21 anos.
Foi na sigla que conheceu Marighella, com quem viveu desde 1948 até a morte do guerrilheiro em 1969.
Ela chegou a fazer parte do grupo terrorista fundado por seu marido, a Aliança Libertadora Nacional (ALN).
Logo após a morte do companheiro, ela se exilou em Cuba por dez anos. Na época vivia com uma identidade falsa e trabalhava como tradutora na ilha.
Ela só voltou ao Brasil em 1979, após a Lei da Anistia ser assinada. Entenda melhor o que foi esse marco com o especial da Brasil Paralelo. Clique aqui para assistir completo.
De volta ao Brasil, Clara se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT), sigla pela qual concorreu à Câmara dos Deputados em 1982.
Integrou a Secretaria de Mulheres da sigla e foi membro ativo no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.
Ela fundou a Associação de Mulheres pela Paz em 2003, organização que afirma lutar pela igualdade de gênero.




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