O monitoramento de autoridades poderia chegar a custar mais de R$100 mil
O grupo, composto por militares e civis, possuía uma "tabela de preços" para seus serviços.
O monitoramento de deputados custava R$100 mil, enquanto de senadores R$150 mil. Havia até a possibilidade de matar ministros do STF, o que poderia custar até R$250 mil.
Polícia descobriu a organização durante investigações sobre assassinato
Os planos do Comando C4 foram descobertos depois da Polícia Federal encontrar uma agenda com os nomes das autoridades, referências ao monitoramento e possíveis ataques.
A agenda foi descoberta durante as investigações do assassinato do advogado Roberto Zampieri.
Ele foi morto com 10 tiros dentro do carro, em frente ao seu escritório na cidade de Cuiabá, em 2023
Zampieri era conhecido como um "lobista dos tribunais" e a análise de seu celular revelou um esquema de venda de sentenças que chegava até o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A operação que investiga essa rede de corrupção no Judiciário foi batizada de Sisamnes, e a descoberta do "Comando C4" aconteceu durante sua sétima fase.
Como foi o assassinato de Zampieri
As investigações da Polícia Civil de Mato Grosso apontam que o crime foi motivado por uma disputa de terras envolvendo duas fazendas avaliadas em cerca de R$100 milhões.
Zampieri representou um dos fazendeiros na disputa. O principal suspeito de ser o mandante do assassinato era Aníbal Manoel Laurindo, a outra parte no processo.
Segundo o delegado do caso, Aníbal desconfiava de uma aproximação de Zampieri com o desembargador responsável pelo julgamento da causa.
Cinco pessoas ligadas ao "Comando C4" foram presas preventivamente nesta fase da Operação Sisamnes, todas acusadas de participação no assassinato de Zampieri.
Entre os detidos estão:
- Aníbal Manoel Laurindo, um fazendeiro apontado como o mandante do crime;
- Antônio Gomes da Silva, que confessou ter recebido R$ 40 mil pelo "serviço";
- Hedilerson Fialho Martins Barbosa, um instrutor de tiro que teria fornecido a pistola 9mm usada no assassinato e depois descartada; e
- o coronel Etevaldo Caçadini de Vargas, que teria financiado parte da execução pagando um sinal de R$ 20 mil.
O coronel era dono de um canal no YouTube chamado Frente Ampla Patriótica, no qual publicava vídeos defendendo um golpe contra o presidente Lula, segundo os investigadores.
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