Resposta aos ataques iranianos
Os EUA e Israel discutem uma resposta adequada ao ataque iraniano, que foi uma retaliação à morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, por Israel.
Biden e aliados do G7 apoiam uma resposta proporcional de Israel, mas se opõem a ataques ao programa nuclear iraniano.
- Um ataque israelense às instalações petrolíferas iranianas poderia aumentar ainda mais os preços do petróleo, prejudicando a economia dos EUA.
O Irã alertou que qualquer país que ajudar Israel será considerado um alvo legítimo. O presidente iraniano busca garantias de neutralidade dos líderes da região do Golfo, enquanto a Arábia Saudita expressa desejo de melhorar relações com o Irã.
O conflito pode bloquear o Golfo Pérsico, afetando a capacidade de exportação de petróleo dos países ao redor, o que poderia ser um fator para o aumento do preço do petróleo em todo o mundo.
A economista-chefe da B. side, Helena Veronese, afirma que a participação do Irã na guerra era uma das grandes preocupações. Isso pois impactaria o preço do petróleo. O país é um dos maiores produtores do mundo e um ferrenho apoiador do grupo Hezbollah.
A alta poderia ocorrer pelo seguinte motivo:
- O temor de uma eventual escassez ou mudança brusca nos preços de combustíveis poderia fazer os compradores adiantarem a compra e o estoque de Petróleo. Isso geraria um aumento imediato dos preços.
No início da guerra entre Israel e Hamas, o valor chegou a US$90 por barril. No dia 30 de setembro de 2024, este valor estava cotado em US$71.
- O preço do barril de Petróleo é o valor acordado visando um equilíbrio entre os que desejam vender e os que desejam comprar os combustíveis.
Não são apenas os que possuem carros, motos ou outros veículos automotores que sofrem impacto no aumento desses preços. Por impactar também nos custos de logística, aumento de custos de Petróleo impactam toda a população.
Além da alta do preço do barril, o Brasil ainda precisará lidar com a alta do dólar que também sofre impacto de diversos fatores internacionais.
Alta do dólar
No Brasil, o preço da gasolina também é impactado pela alta do dólar.
A instabilidade gerada pela guerra pode levar aumentar os investimentos na moeda americana, fazendo o dólar se valorizar e aumentando o preço final para os brasileiros.
- O dólar continua sendo uma moeda bastante estável, de modo que, em tempo de crise, investidores costumam aumentar os recursos alocados nela.
Além disso, as instabilidades do cenário econômico brasileiro, principalmente, no cenário fiscal, a capacidade do governo brasileiro de arcar com as contas públicas, pressiona o preço do dólar a aumentar. Apenas em 2024, o aumento já foi de mais de 12%.
- Como os barris de Petróleo são negociados em dólar, isso pode influenciar no preço final.
Como o preço do combustível é decidido no Brasil?
A política de preços da Petrobras no Brasil é baseada na Paridade de Preços Internacional (PPI). Desde 2016, os preços dos combustíveis no país são influenciados pelos custos de importação, apesar de o Brasil ser autossuficiente na extração de petróleo.
- No entanto, a capacidade de refino é limitada, obrigando o país a importar combustíveis, o que afeta os preços.
O preço da gasolina e do diesel, no Brasil, é formado basicamente por 4 custos:
- A parte da Petrobras;
- Os impostos federais e estaduais (os federais são a Cide, o PIS/Pasep e a Cofins; o estadual é o ICMS)
- O custo de distribuição e revenda;
- O custo da adição de biocombustíveis (a gasolina comum tem 27,5% de etanol anidro e a premium, 25%; o diesel tem 10% de biodiesel);
Variação de preços em cada estado
Além disso, o preço final nas bombas também é afetado pelos altos impostos, como ICMS, CIDE, PIS/PASEP e Cofins.
Isso pode levar a preços diferentes em cada estado.
Assim, o preço da gasolina é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a política de preços, capacidade de refino, custos do etanol e impostos, o que torna importante monitorar tanto as mudanças nessas áreas quanto o cenário econômico mais amplo.
A guerra no Oriente Médio não tem previsão de fim. Isso significa não apenas redução da estabilidade internacional, mas também aumento de custos direto para as pessoas em todo o mundo, inclusive, no Brasil.