Filantropo bilionário, Soros é conhecido por ter uma abordagem agressiva em seus investimentos, fazendo jogadas arriscadas e pouco ortodoxas.
Em um de seus investimentos, Soros apostou contra a libra esterlina da Inglaterra e teve sucesso na sua especulação, ganhando o apelido “o homem que quebrou o banco da Inglaterra”.
Por meio de sua instituição filantrópica, a Open Society Foundations, ele financiou causas progressistas, como a legalização das drogas, legalização do aborto e projetos para desfavorecer o patriotismo, sendo por isso criticado em diversos países.
Para o atual governo húngaro, chefiado por Viktor Orbán, George Soros é considerado um dos principais apoiadores dos inimigos dos valores húngaro-ocidentais. Isso porque o investidor defende:
Além dessa reputação na Húngria, Soros também é acusado em países como a Turquia, onde o premiê do país, Recep Tayyip Erdogan, afirma que o bilionário está no centro de uma conspiração judaica para “dividir” e “partir” a Turquia e outras nações.
Para o ex-vice premiê-italiano Matteo Salvini, Soros é responsável por encher o país de migrantes porque “ele gosta de escravos”.
Conheça agora a história de George Soros e sua face oculta.
A história de George Soros começa em 1930, na cidade de Budapeste, na Hungria. Filho do casal Tivadar e Erzsébet Schwartz, seu nome era György Schwartz.
Sua mãe vinha de uma família rica, composta por comerciantes de seda. Já seu pai era advogado. O casal tem dois filhos, Soros, o caçula da família, e Paul, que se formou em Engenharia.
Em 1936, com o crescimento da perseguição aos judeus na Europa, seu pai decidiu que seria importante mudar o nome da família, de origem judia.
Por já ter sido prisioneiro de guerra durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a família conhecia bem os riscos desses conflitos.
Por isso, decidiu mudar o nome dos integrantes da sua família para algo “menos judeu”. Com isso, sua mãe passou a se chamar Elizabeth e o futuro investidor tornou-se George.
O sobrenome Schwartz deu lugar a Soros, que significa “ecoará” em esperanto, língua falada pelo pai de George.
Essa alteração dos nomes permitiu que a família Soros saísse ilesa da perseguição de Hitler e dos nazistas aos judeus na Europa.
Porém, em 1947, já depois da Segunda Guerra Mundial, a Hungria foi invadida pela União Soviética, forçando George Soros a mudar-se para Londres.
Em Londres, George Soros tornou-se estudante da London School of Economics, onde fez graduação e mestrado em Filosofia.
Para sustentar-se na cidade, Soros realizava alguns trabalhos, como garçom e carregador de malas.
Foi durante a faculdade que ele conheceria Karl Popper, autor do livro A Sociedade Aberta e Seus Inimigos. Essa relação influenciaria na criação da Open Society Foundations, anos mais tarde, como o próprio Soros relatou:
“Eu tive uma influência muito grande de Karl Popper, que me ensinou que o conhecimento perfeito é inalcançável. Todos nós agimos com base em uma compreensão imperfeita da realidade”, afirmou George Soros em entrevista exibida no documentário The Great Speculator - The Mysterious Life of George Soros (O Grande Especulador - a vida misteriosa de George Soros).
Ao concluir a faculdade, Soros consegue um emprego como atendente do banco Singer and Friedlander. Em pouco tempo na instituição, conseguiu transferência para a área de negociações de ativos.
Após dois anos trabalhando no banco Singer and Friedlander, decidiu mudar-se para Nova York e começar uma nova vida. A especialização no mercado europeu junto de uma carta de recomendação abriram as portas para uma vaga na gestora F. M. Mayer, onde ficou por três anos.
Ainda trabalhou na Wertheim and Co, onde estabeleceu a meta de juntar 500 mil dólares e voltar para a Inglaterra para estudar filosofia.
Por fim, chegou ao cargo de vice-presidente da Arnhold and S. Bleichroeder, onde conheceria Jim Rogers, seu futuro sócio.
Depois dessa empresa, Soros decidiu abrir o seu próprio fundo de investimentos para colocar a sua filosofia no mundo financeiro à prova.
De acordo com a teoria da reflexividade, usada por Soros para fazer seus investimentos, são os indivíduos com suas ideologias e interesses voláteis que mais influenciam o mercado. É como se a economia fosse um reflexo de seus participantes.
Foi com essa filosofia que ele decidiu abrir seu primeiro fundo com os 100 mil dólares da última empresa onde trabalhou. A teoria se mostrou lucrativa para a Quantum Group of Funds.
Com isso, Soros viu-se motivado a começar a sua própria gestora de investimentos, a Soros Fund Management.
A gestora ampliou o seu patrimônio ao se aproveitar do cenário caótico dos Estados Unidos na década de 1970, com episódios como o choque do petróleo, a crise dos reféns americanos no Irã e a renúncia do presidente George Nixon.
Para John Maynard Keynes, um dos economistas mais conhecidos do século XX, no mercado de ações as que subiam não eram necessariamente as melhores, mas aquelas que as pessoas achavam que os outros investidores diriam ser as melhores.
A teoria da reflexividade de Soros é uma expansão desse conceito, levando a episódios marcantes.
Apesar de todo o investimento em filantropia, George Soros é conhecido por apoiar causas polêmicas e usar de atitudes controversas para ganhar dinheiro.
Além disso, ele é apoiador de um relativismo moral que vai contra os princípios defendidos pela cultura ocidental.
Isso faz com que seja acusado em diversos países de promover ações que vão contra o comportamento defendido pelo ocidente, sendo punido em seu próprio país.
Em 2019, o governo de Viktor Orbán baniu da Hungria uma das universidades financiadas por George Soros. De acordo com o governo, a Central European University não respeitava os termos das leis nacionais que limitam a atuação de instituições estrangeiras dentro do país.
Por meio da Open Society Foundations, Soros investe em pautas liberais, como:
Esses investimentos acontecem inclusive no Brasil, por meio de instituições que defendem a legalização das drogas e também do aborto.
Se você quiser ver entrevistas de George Soros e acompanhar mais detalhes sobre a sua vida nos investimentos e na filantropia, assista a Face Oculta de George Soros, no canal da Brasil Paralelo no Youtube:
Em 1992, George Soros mostrou o seu lado agressivo nos investimentos, focado em aumentar o seu patrimônio, mesmo em momentos desafiadores para alguns países. Isso aconteceu no Reino Unido.
Na Europa, havia um acordo para manter as moedas dos países entre si, conhecido como o Mecanismo de Taxas de Câmbio Europeu (ERM).
A libra esterlina, moeda usada no Reino Unido, fazia parte desse acordo. Naquela época, a economia do Reino Unido não era tão forte quanto atualmente. Para muitas pessoas, incluindo George Soros, o preço da moeda estava acima do seu valor real.
Isso incentivou Soros a fazer uma aposta contra a libra. Ele tomou emprestado milhões de libras, vendendo todas por um preço abaixo do que estava sendo praticado na época.
Para que o valor da moeda não diminuísse e prejudicasse a sua população, o Banco da Inglaterra tentou manter o valor da libra alto. Com isso, aumentaram os juros e compraram muitas libras, usando muito dinheiro público nesse projeto.
Apesar das medidas tomadas pelo Banco da Inglaterra, não foi possível manter o valor da libra como estava. Eles tiveram que deixá-la se desvalorizar, pois não conseguiriam comprar libras e títulos suficientes.
Soros, então, devolveu as libras que tinha emprestado, e os grupos que fizeram o empréstimo pagaram o valor antigo para Soros, gerando um lucro de cerca de 1 bilhão de dólares.
Essa perda de valor da moeda elevou o preço dos serviços e produtos externos, levando a um aumento dos preços internos. O resultado da aposta de Soros foi a diminuição do poder de compra dos ingleses.
Em 1997, Soros decidiu repetir a estratégia e apostou contra diferentes moedas do continente asiático. O governo da Malásia acusou o investidor de precipitar a crise que atingiu o sudeste asiático com a sua postura.
Em entrevista concedida ao programa 60 Minutes, da TV americana, Soros afirmou que essa postura foi uma forma do governante se esquivar da responsabilidade pela má administração financeira do país:
“É muito mais fácil para ele botar a culpa em uma força externa do que admitir que eles estavam administrando mal sua economia e sua moeda”.
A sua postura agressiva nos investimentos fez com que ele se tornasse bilionário, com um capital avaliado em US$ 6,7 bilhões.
Em análise feita para o portal Rebellion, Guillermo Hernández Banderas destaca a origem da fortuna de George Soros:
“Esta fortuna tem três marcos fundamentais que o próprio Soros reconhece em sua obra A crise do capitalismo global, que são: a quebra do Banco da Inglaterra em 1992, a crise financeira no mercado asiático em 1997 e a crise do rublo na Rússia em 1998.
Todas elas provocadas intencionalmente pelo próprio Soros, como ele mesmo reconhece, com métodos provavelmente imorais, e como também afirmam analistas financeiros tanto privados como públicos”.
Desde a eleição de 2000 nos Estados Unidos, que teve a vitória de George W. Bush, George Soros tenta influenciar o resultado da votação.
Em 2004, investiu cerca de US$ 27 milhões contra a reeleição de Bush. Em 2008 e 2012, apoiou Barack Obama. E em 2016 doou mais de US$ 22 milhões para a campanha de Hillary Clinton.
Para a campanha de Joe Biden, em 2020, investiu cerca de US$ 70 milhões, além de US$ 140 milhões para candidatos e campanhas do Partido Democrata, durante as eleições legislativas de 2021.
Olavo de Carvalho afirma que George Soros faz parte de um grupo que “está interessada em aumentar o poder do governo central”.
Para isso, financia movimentos que vão contra a cultura tradicional, incluindo a legalização das drogas, legalização do aborto, desarmamento e redução da população carcerária. Para Olavo, Soros e outros empresários progressistas investem nessas pautas para enfraquecer a população. O professor Alexandre Costa define o globalismo como
“O conjunto de iniciativas e fenômenos que visam criar um ambiente de governança global, que tende a se sobrepor às soberanias nacionais e aos direitos naturais dos indivíduos, e de uma maneira geral à livre determinação dos povos. Por se tratar de uma ideologia, ou seja, de um aglomerado de ideias entrelaçadas de forma a justificarem umas às outras, não necessita de comprovação da sua viabilidade e nem mesmo da sua eventual funcionalidade”.
Olavo afirma ainda que “George Soros e outros interessados em governos globais, defensores de uma agenda progressista, são responsáveis por financiar essas revoluções”.
Mas não é apenas nos Estados Unidos que a instituição investe altos volumes de dinheiro todos os anos.
A Open Society Foundations apoia abertamente a livre comercialização das drogas. Isso envolve uma presença constante na Colômbia, onde financia esforços para desenvolver o uso comercial da folha de coca.
No Brasil, algumas das instituições que recebem apoio da organização são:
Os interesses de atuação dessas ONGs são diversos, incluindo:
O jornal Folha de S. Paulo, veículo de imprensa de circulação nacional no Brasil, chegou a receber US$ 55 mil para divulgar uma série de peças multimídias educativas para educar o público no Brasil e na América Latina sobre as armadilhas da Guerra às Drogas e sobre os benefícios de abordagens alternativas.
Em matéria publicada no canal do Youtube da Forbes, a revista afirma que Soros investiu, em 2022, cerca de US$ 1 bilhão contra o nacionalismo. O recurso foi destinado para a Open Society University Network, com foco no ensino e pesquisa.
Soros afirmou que esse é “o principal projeto da sua vida”.
O jornal A Gazeta do Povo fez um levantamento entre os anos de 2016 e 2019, em que identificou que a Associação Direitos Humanos em Rede, hoje conhecida como Conecta Direitos Humanos, recebeu cerca de US$ 2,3 milhões.
Um dos principais pontos defendidos pela organização é defesa de criminosos encarcerados. A entidade se opõe ao “encarceramento em massa”.
Em seguida, vem o Instituto Sou da Paz, que recebeu cerca de US$ 1,8 milhão durante esse período. Entre as principais causas da organização, está o desarmamento da população.
O Instituto Igarapé recebeu cerca de US$ 1,5 milhão, sendo que atua diretamente na defesa da legalização das drogas.
Durante a campanha presidencial para as eleições de 2002, Enéas afirmou que o então presidente do país, Fernando Henrique Cardoso, recebia apoio de George Soros, considerado “o maior dos narcotraficantes”, de acordo com a revista EIR.
Por fim, o Instituto Anis foi beneficiado com cerca de US$ 245 mil. Entre os integrantes da organização, está Débora Diniz, professora da Universidade de Brasília, conhecidamente defensora da legalização do aborto no Brasil.
Como a própria Débora afirmou, durante audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, “é um ato de responsabilidade reprodutiva”.
Débora Diniz afirma que as mulheres comuns, com religião e companheiros, são as que procuram o aborto e não apenas mulheres às margens da socidade:
“As adolescentes e as putas, dois espectros de mulheres que alimentam a fantasia daqueles contrários à legalização do aborto, pois a imagem da mulher que aborta para os que defendem a vida do embrião não é a da mulher comum, mas a da outra. A adolescente ou a puta”.
Documentos vazados da Open Society Foundations apresentam um plano para o período de 2016 a 2019, motivados pela então possível legalização do aborto na Irlanda. Um dos documentos afirma que essa legalização pode abrir precedentes para outros países do mundo:
“Com uma das leis de aborto mais restritivas do mundo, uma vitória aí poderia impactar fortemente outros países católicos da Europa, tais como a Polônia, e oferecer a prova tão necessária de que a mudança é possível, inclusive em lugares muito conservadores”.
George Soros começou o seu trabalho filantrópico em 1979, oferecendo bolsas de estudos para estudantes negros nas universidades da África do Sul durante o Apartheid.
Em 1984, fundou a Open Society Foundations, hoje conhecido como um dos maiores fundos filantrópicos do mundo.
De acordo com o próprio site da fundação, a quantia total doada pela instituição já passa de US$ 32 bilhões.
Para David Rieff, escritor americano e autor do ensaio The Reproach of Hunger, embora haja muitos avanços com a ajuda do chamado filantrocapitalismo, é difícil diferenciar os interesses comerciais e atitudes com fins realmente altruístas.
A Open Society Foundations também realiza doações elevadas em outros países além dos Estados Unidos. O montante pode chegar a US$ 50 milhões por ano para universidades.
Entre 2014 e 2018, foram US$ 184 milhões doados para 171 universidades em 51 países diferentes.
Na Rússia, a organização financiou cientistas com bolsas de estudo, além de alocar US$ 100 milhões para garantir a infraestrutura necessária para conectar as universidades à internet.
A América Latina também recebe ajuda financeira, tendo recebido ao todo mais de US$ 300 milhões. Diz o site da organização que trabalha com uma série de parceiros locais para desenvolver políticas e estratégias para ajudar as democracias a superarem os governos autoritários da região.
De acordo com artigo de Guillermo Hernádez Banderas, o filantrocapitalismo foi aceito na sociedade atual como substituto da redistribuição da riqueza por parte do Estado. Com isso, vê-se numa perspectiva mais que positiva a atuação desse tipo de figura, independentemente das consequências econômicas que tenham provocado.
Até 2023, George Soros controlava pessoalmente a fundação que criou. Nesse mesmo ano, transferiu o comando da Open Society Foundations para o seu filho Alexander Soros, de 37 anos.
Ao assumir o comando da fundação, Alexander deixou claro que é mais político que o pai, mas que os dois pensam da mesma forma.
Segundo o que adiantou em entrevista para o The Wall Street Journal, apesar de pensar diferente de seu pai, Alexander afirma que é mais comprometido com causas progressistas, como aborto, igualdade de gênero, direito ao voto e discriminação racial.
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