“Muito positiva.” Foi assim que o governo brasileiro descreveu a reunião em Washington entre o ministro Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
O encontro durou pouco mais de uma hora na Casa Branca e marcou a reaproximação entre os dois países desde o início da crise comercial.
A reunião contou também com o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, e diplomatas dos dois governos.
Na nota conjunta divulgada após o encontro, os dois lados disseram que as conversas foram “muito positivas” e que concordaram em abrir novas frentes de negociação.
“Ambos os lados também concordaram em trabalhar juntos para agendar uma reunião entre o presidente Trump e o presidente Lula o mais cedo possível”, diz o comunicado oficial.
Em coletiva de imprensa, Mauro Vieira afirmou que o diálogo foi “produtivo e descontraído”.
Ele afirmou que o encontro serviu para reabrir canais diplomáticos e traçar uma agenda prática de temas comerciais.
“Durante todo o encontro, prevaleceu uma atitude construtiva, voltada à retomada das negociações entre os dois países”, disse Vieira.
O chanceler chamou o resultado de “um princípio auspicioso” e anunciou que novas reuniões serão marcadas nos próximos dias. Ele e Rubio seguirão em contato direto para acompanhar o avanço das tratativas.
O principal tema da conversa foi o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros desde julho.
A medida foi assinada por Donald Trump, com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional.
A Casa Branca justificou a decisão como resposta a políticas brasileiras consideradas uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional americana.
O governo dos EUA também incluiu o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa na lista de sanções da Lei Global Magnitsky, que pune estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.
As punições envolvem bloqueio de bens, restrição de entrada no país e interrupção de relações comerciais.
No telefonema de 9 de outubro, Lula pediu a Trump que retirasse as tarifas e as sanções impostas a autoridades brasileiras.
Na ocasião, o presidente americano indicou Marco Rubio para liderar as negociações, e Lula designou Mauro Vieira como seu representante direto.
Os Estados Unidos demonstraram interesse em minerais estratégicos, como lítio, nióbio e terras raras, usados na indústria tecnológica.
Atualmente, 70% da produção mundial desses materiais é controlada pela China, e Washington quer reduzir essa dependência com novas parcerias comerciais.
O Brasil tenta reverter as tarifas e ampliar o comércio bilateral. Vieira classificou o diálogo como “início promissor” e disse que o governo brasileiro trabalha para reabrir o fluxo comercial e político entre os dois países.
A expectativa é que o encontro entre Lula e Trump aconteça ainda neste ano, possivelmente nos Estados Unidos.
Será a primeira reunião presencial entre os dois desde o início do novo governo americano e pode definir o futuro da relação econômica entre Brasília e Washington.
"Declaração Conjunta do Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, do Secretário de Estado, Marco Rubio, e do Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer
Hoje, o Secretário de Estado Marco Rubio e o Representante de Comércio dos Estados Unidos Jamieson Greer se reuniram com o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e mantiveram conversas muito positivas sobre comércio e questões bilaterais em andamento. O Secretário Rubio, o Embaixador Greer e o Ministro Mauro Vieira concordaram em colaborar e conduzir discussões em várias frentes no futuro imediato, além de estabelecer uma rota de trabalho conjunto.
Ambas as partes também concordaram em trabalhar conjuntamente pela realização de reunião entre o Presidente Trump e o Presidente Lula na primeira oportunidade possível".
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