Atualizado em 25 de junho de 2025.
Israel e Irã aceitaram um cessar-fogo mediado pelo governo americano para pôr um fim a 12 dias de conflito.
O ministério da saúde iraniano afirma que quase 610 pessoas morreram no país, enquanto os ataques a Israel fizeram 28 vítimas.
O conflito começou na sexta-feira (13) quando mais de 200 caças israelenses atacaram instalações nucleares e estruturas militares iranianas.
Israel acusa o país de usar seu programa nuclear para desenvolver fins militares. Depois do ataque inicial, o Irã retaliou com mísseis.
O Irã conta com 18 instalações nucleares oficialmente conhecidas, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA).
Três delas foram atingidas por Israel, apenas os locais considerados estratégicos para a produção de armas nucleares:
No sábado, 21 de junho, o governo americano entrou no conflito e atacou as três principais instalações nucleares do país: Fordow, Natanz e Isfahan
A instalação de Fordow era a estrutura mais protegida do Irã, um complexo subterrâneo cravado no interior de uma montanha, a mais de 90 metros de profundidade.
Ali estavam cerca de 3.000 centrífugas avançadas, muitas do tipo IR-6, que operam com urânio já enriquecido a 20% e por isso aceleram o processo para alcançar 60% de pureza.
Se Fordow não fosse atingida, o Irã continuaria com a capacidade de produzir material para ao menos quatro ogivas nucleares rudimentares em poucos meses.
Israel não era capaz de atingir essa instalação bem protegida. Apenas os Estados Unidos possuem o equipamento necessário para isso.
Para atingir as instalações subterrâneas foi necessário usar a bomba de 13 toneladas GBU-57, apelidada de "caçadora de bunkers".
A arma é lançada de uma alta altitude e tem a capacidade de perfurar concreto e rocha antes de explodir.
Essa bomba só pode ser carregada pelo bombardeiro furtivo B-2 Spirit, que também é exclusivo do exército americano.
Cada avião tem a capacidade de levar duas bombas do tipo, ao todo as instalações iranianas foram atingidas por seis bombas desse tipo.
Em resposta à operação americana, o Irã lançou 10 mísseis contra a base aérea americana de Al Udeid, no Catar, a maior instalação dos Estados Unidos no Oriente Médio.
A base é o centro de comando e controle da CENTCOM (Comando Central dos EUA) para operações aéreas na região e abriga mais de 10 mil soldados americanos.
Nenhum dos foguetes acertou a base. Vídeos mostram mísseis iranianos sendo interceptados no espaço aéreo do Catar:
Uma base americana no Iraque também foi alvo de um ataque com mísseis que aconteceu simultaneamente.
Nenhum americano se feriu, Trump afirmou que o governo dos EUA foi avisado antes dos ataques.
Após a retaliação iraniana às bases dos EUA, os dois países começaram a negociar uma trégua mediada por Trump.
Na madrugada desta terça-feira (24), Israel acusou o Irã de ter violado os termos ao lançar bombas contra a cidade de Beersheba.
Trump criticou a postura de seu aliado e começou a fazer pressão pela paz no Oriente Médio:
"Não estou feliz com Israel. Não estou feliz com o Irã também, mas realmente não estou feliz com Israel. Israel tem de se acalmar, tenho de fazer Israel se acalmar." falou Trump ao embarcar para a cúpula da OTAN em Haia.
Em uma postagem ele exigiu que Israel não bombardeie o Irã novamente, considerando a ação uma "grande violação":
"Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação. Traga seus pilotos para casa, agora! Donald J. Trump, presidente dos Estados Unidos."
A pressão de Trump surtiu efeito. Israel enviou caças para atacar o Irã, mas a operação foi minimizada.
Um oficial israelense informou à Axios que foi decidido "reduzir significativamente" o ataque, atingindo apenas um sistema de radar fora de Teerã, em vez de um grande número de alvos.
Pouco depois da operação, os dois países voltaram a seguir os termos do acordo de paz.
Trump comemorou o fim da situação na região em suas redes sociais, alegando que "tanto Israel quanto o Irã queriam parar a guerra”:
O presidente Masoud Pezeshkian celebrou o que chamou de “grande vitória” e declarou que o Irã está disposto a dialogar com os EUA sob “marcos internacionais”.
A mídia oficial iraniana reforçou o tom conciliador, dizendo que o Irã não romperá a trégua a menos que Israel o faça primeiro.
Israel, por sua vez, declarou o fim das restrições de segurança em todo o território e reabriu o Aeroporto Ben Gurion, sinalizando uma retomada da normalidade.
O chefe das Forças de Defesa de Israel, Eyal Zamir, afirmou que o país concluiu um “capítulo significativo” do conflito, mas alertou:
“A campanha contra o Irã não acabou”, transferindo o foco novamente para Gaza e os confrontos com o Hamas.
O ministério da Defesa de Israel afirma que já atingiu mais de 1,1 mil alvos militares e ligados ao programa nuclear iraniano.
Além de mirar em alvos ligados ao programa nuclear iraniano, Israel também atingiu estruturas militares importantes para o país.
Em cinco dias de operações, as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram a destruição de mais de 200 lançadores de mísseis, alvos subterrâneos e estruturas logísticas do programa de mísseis iraniano.
As forças de Defesa de Israel afirmam que isso representa aproximadamente dois terços de todos os lançadores de mísseis do Irã.
O porta-voz da IDF, general Effie Defrin, disse que a meta é destruir entre 50% e 70% da capacidade de lançamento iraniana.
O objetivo é impedir ataques em massa que sobrecarreguem os sistemas de defesa aérea de Israel.
Imagens de satélite confirmam os impactos em três pontos-chave:
A ofensiva também atingiu alvos energéticos em Teerã, como a refinaria Shahr Rey e o depósito de combustível de Shahran.
Teerã admitiu os ataques, mas tentou minimizar a repercussão. No entanto, a queda no número de mísseis lançados em represália sugere perda de capacidade real. De mais de 370 lançamentos em três dias, os números caíram para cerca de 20 por dia.
Em apenas quatro dias de operação, Israel assumiu ter destruído aproximadamente 70 baterias de defesa antiaérea iranianas.
As Forças Armadas do país afirmam que mais de 40 alvos foram atingidos apenas no primeiro dia.
Os primeiros alvos foram sistemas que protegiam o espaço aéreo de Teerã e do oeste iraniano, garantindo uma zona de segurança para os aviões israelense.
Israel usou caças furtivos F-35 para fazer a maior parte desses ataques iniciais. Agentes do serviço de inteligência israelense, Mossad, em solo iraniano também teriam participado da sabotagem de sistemas antiaéreos.
Em seguida, novas ondas de ataques atingiram cerca de 30 outros sistemas em regiões mais profundas do país.
A destruição de radares, lançadores de mísseis e sistemas de comando espalhados pelo país abriu caminho para a ação de caças e drones com mais segurança.
Aeronaves israelenses continuam sobrevoando o país para localizar e destruir os radares, lançadores de mísseis e sistemas de comando que ainda restam.
Esses ataques fizeram com que Israel declarasse ter controle aéreo sobre todo o território iraniano.
Em apenas quatro dias de operação, Israel anunciou que conquistou a supremacia aérea sobre o Irã.
Oficiais do exército isralense compararam o controle dos céus iranianos ao domínio do espaço aéreo em lugares como Gaza e Líbano.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o controle israelense do espaço aéreo iraniano foi “um divisor de águas”.
Em retaliação aos ataques, o Irã disparou aproximadamente 400 mísseis contra Israel, no entanto apenas 35 conseguiram atingir seus alvos. Veja onde eles caíram:
As armas iranianas também atingiram cidades próximas à capital israelens, como:
Outras cidades atingidas:
Dois dos centros de inteligência mais sensíveis de Israel também foram atingidos.
A grande maioria dos mísseis iranianos foram abatidos pelo eficiente sistema de defesa israelense.
O famoso Domo de Ferro é apenas a primeira camada de uma estratégia de defesa em múltiplos níveis.
Ele detecta o lançamento de foguetes de curto alcance, calcula sua trajetória e decide se o projétil representa uma ameaça a áreas povoadas.
Após identificar o risco, o sistema lança interceptadores para neutralizá-lo ainda no ar.
Cada bateria cobre uma área de até 150 km² e funciona com três componentes: radar de detecção, centro de comando e lançadores.
Para ameaças maiores, como mísseis de médio ou longo alcance, Israel utiliza outros sistemas.
O David's Sling, para médias distâncias, e os Arrow-2 e Arrow-3, que interceptam ameaças fora da atmosfera.
Todos esses sistemas funcionam de forma integrada para defender o país de ataques simultâneos.
O sistema não é infalível. Segundo o próprio exército israelense, a taxa de eficiência gira entre 80% e 90%. Isso significa que uma pequena porcentagem dos projéteis consegue passar.
O Irã tem explorado justamente essa brecha com estratégias variadas como:
Cada míssil interceptador pode custar até R$16,2 milhões. Israel pode gastar o equivalente a mais de R$5 bilhões apenas em defesa em um único dia.
Segundo fontes americanas para a Reuters, o Domo de Ferro, por exemplo, teria autonomia de apenas mais 7 dias se o ritmo atual de ataques se mantiver.
Segundo o Wall Street Journal, os Estados Unidos acompanham uma possível escassez de interceptores do sistema “Arrow”.
O Washington Post revelou que, de acordo com avaliações da inteligência, Israel pode manter sua defesa aérea por mais 10 a 12 dias no ritmo atual.
A mesma fonte alertou que, até o fim da semana, “Israel terá que escolher o que deseja interceptar”, pois “o sistema já está sobrecarregado”.
Alguns mísseis também estão sendo interceptados antes mesmo de chegar na zona protegida pelo sistema.
Como Israel e Irã não fazem fronteira, os ataques de ambos os países precisam atravessar o espaço aéreo de ao menos três Estados: Iraque, Síria e Jordânia.
O governo da Jordânia anunciou que interceptou mísseis e drones iranianos que invadiram seu espaço aéreo.
A ação foi tomada para evitar que os artefatos caíssem em áreas povoadas, colocando em risco a população.
As forças armadas do país alegam ter agido para "proteger as fronteiras da nação por terra, mar e céu e não vai permitir a violação do espaço aéreo da Jordânia em nenhuma circunstância”.
Apesar da pressão popular e de algumas falas do governo jordaniano contra Tel Aviv, a cooperação entre os dois países segue ativa.
A Jordânia continua colaborando em segurança e inteligência com Israel, especialmente na defesa contra ameaças vindas do Irã e de milícias xiitas operando na região.
Enquanto mísseis iranianos cruzam seu espaço aéreo e caças israelenses sobrevoam o país, o governo em Bagdá busca manter a neutralidade.
A situação é delicada já que milícias xiitas ligadas ao Irã operam dentro do país e já ameaçaram atacar bases e diplomatas americanos caso os EUA apoiem Israel diretamente.
O governo iraquiano tenta evitar que esses grupos entrem no conflito, mas uma escalada pode tornar inevitável o envolvimento.
Desde a queda do regime de Bashar al-Assad, em dezembro de 2024, a Síria deixou de ter um exército operacional.
O que permitiu a Israel neutralizar bases aéreas e radares, usando o espaço aéreo sírio como um corredor livre até o Irã.
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