
Quando a cidade de El-Fasher, no oeste do Sudão, foi tomada pela milícia Forças de Apoio Rápido (RSF) na quarta-feira (28), começaram a surgir relatos de um massacre.
O principal hospital local, o Hospital Saudita de Maternidade, teria sido palco da execução de centenas de civis, segundo informações confirmadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e grupos médicos sudaneses.
460 civis, entre pacientes, acompanhantes, e funcionários foram mortos “a sangue-frio”, de acordo com relatos de médicos.
O ataque ocorreu poucos dias depois de a RSF assumir o controle total de El-Fasher, último reduto do Exército sudanês na região de Darfur, no oeste do país.
De acordo com a Rede de Médicos do Sudão, combatentes invadiram o hospital e “mataram a sangue-frio todos que encontraram”.
Imagens verificadas por agências internacionais mostram execuções em massa e valas comuns nas imediações da unidade médica e de um antigo hospital infantil transformado em centro de detenção.
Além das mortes, seis profissionais da saúde foram sequestrados e mantidos sob ameaça. Fontes locais relatam que resgates de até US$150 mil (R$806.415) foram exigidos para libertá-los.
Sobreviventes que conseguiram fugir para a cidade de Tawila, a 60 km de distância, relataram torturas e estupros.
“Corpos estavam espalhados nas ruas e ninguém podia ajudar”, contou um dos sobreviventes em entrevista.
As Forças de Apoio Rápido são uma milícia paramilitar criada em 2013 a partir de grupos conhecidos como janjaweed (termo genérico para milícia no Sudão), que atuaram nos conflitos de Darfur nos anos 2000.
Oficialmente, a RSF foi integrada às Forças Armadas Sudanesas, mas manteve liderança e estrutura próprias, respondendo ao comandante Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como “Hemeti”.
Em 2021, a RSF e o Exército tomaram o poder juntos em um golpe militar que derrubou o governo civil de transição. Dois anos depois, a aliança se rompeu.
Desde então, os dois grupos travaram uma guerra que dividiu o país: a RSF controla boa parte do oeste e do centro do Sudão, enquanto o Exército mantém a capital Cartum e o leste.
A ONU e diversas organizações de direitos humanos acusam a milícia de execuções em massa, estupros coletivos, pilhagens e perseguição étnica. Com a queda de El-Fasher, o controle da RSF sobre Darfur é quase total.
“Os membros do Conselho de Segurança expressaram grave preocupação com a escalada da violência em e ao redor de El Fasher, Norte de Darfur” disse o presidente do Conselho de Segurança da ONU.
Tom Fletcher, o Subsecretário-Geral para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência disse que a cidade vive “um inferno ainda mais escuro”.
James Kariuki, Embaixador do Reino Unido nas Nações Unidas, disse:
“O mundo responsabilizará a liderança da RSF pelos crimes cometidos por suas forças”.
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