No Brasil, uma família prova que isso não é necessariamente verdade. A pedagoga Ana Carolina Barbi e o executivo da construção civil Humberto Terra criam os dois filhos de 12 e 10 anos com uso de telas restrito . Barbi afirma que apesar de desafiadora, a decisão só trouxe benefícios à sua família. Apesar de ser tentador deixar que o uso das telas seja indiscriminado devido ao cansaço do dia a dia, Terra afirma que as mudanças no comportamento das crianças fazem o esforço valer a pena.
“As correções de rota geraram efeitos positivos no humor, na conduta dos meninos”, apontou Terra em entrevista exclusiva ao portal Brasil Paralelo.
A mãe concorda com o marido e explica que, desde então, o casal passou a sacrificar o próprio bem estar para proporcionar aos filhos o melhor.
“Nossas decisões não são baseadas no que é fácil pra nós, mas sim no que nossos filhos precisam no momento”, declarou a especialista em psicologia do desenvolvimento da aprendizagem.
Lei brasileira quer restringir celulares em escolas
Deputados de São Paulo estão discutindo um projeto de lei que visa banir de uma vez por todas o uso de smartphones em escolas do estado. No dia 10 de junho, um debate na Assembleia Legislativa de São Paulo com médicos, pais e educadores discutiu com parlamentares sobre o assunto.
Durante uma das discussões, uma professora da rede pública do estado teria chorado ao declarar que impedir o uso dos dispositivos nas escolas se tornou impossível. Ela afirmou ainda que o corpo docente é cobrado pela direção das escolas a acessar plataformas digitais. A situação não é diferente em escolas particulares.
A psicóloga Stela Palmieri contou que na escola particular de uma de suas pacientes as atividades de “para casa” são todas colocadas no Google Classroom. As crianças já não copiam mais a lição.
“É tudo muito fácil, rápido. Não há o incentivo para o esforço”, relata.
Ela também afirma que a ausência de esforço para obter quaisquer coisas torna as crianças ansiosas e avessas à frustração. Com o tempo, isso pode refletir na vida adulta, como pessoas que não param em um emprego ou são incapazes de manter uma relação amorosa, por exemplo. Se aprovado, o PL 293/24 irá restringir apenas o uso de celular nas instituições, não interferindo no uso de outros dispositivos como tablets e computadores.
A discussão reflete o desejo da sociedade em encontrar o equilíbrio entre promover um ambiente educacional focado e produtivo, sem privar os jovens das ferramentas digitais que caracterizam sua geração.