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Entenda o que mudou após o atentado de 7 de outubro de 2023

Conflito entre Israel e Hamas transformou a geopolítica do Oriente Médio e dividiu o mundo.

Guerra em Israel
Oriente Médio
Geopolítica
Euronews
Redação Brasil Paralelo
Comunicação Brasil Paralelo

Há dois anos, terroristas do Hamas atravessavam as grades de proteção na Faixa de Gaza e adentravam o território israelense. A incursão causou a morte de 1.200 israelenses, a maioria deles civis.

O grupo também levou 251 pessoas vivas e mortas como reféns em Gaza. Atualmente, 48 delas continuam, apenas 20 vivos.

O ataque brutal desencadeou uma reação de Israel. O país está em uma guerra contra o grupo terrorista desde então. O conflito causou a morte de aproximadamente 67 mil palestinos e feriu cerca de 170 mil.

O conflito é um dos mais polêmicos no mundo e tem transformado a geopolítica do Oriente Médio. Entenda o que mudou desde o início da guerra.

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Grupos terroristas perderam força na região

O Hamas sofreu perdas pesadas desde 7 de outubro de 2023. A alta cúpula da organização foi dizimada em meio a ataques em Gaza e outros países do Oriente Médio, incluindo Irã e Catar.

A estrutura militar do grupo também ruiu, assim como sua capacidade de efetivamente governar Gaza

Israel afirma ter eliminado a maior parte dos batalhões e milhares de combatentes. Mesmo assim, o grupo mantém poder de fogo.

Em Gaza, antigos redutos foram devastados por bombardeios e escavadeiras, isso fez com que o Hamas intensificasse a atividade armada na Cisjordânia. O grupo foi responsável por cerca de 130 incidentes violentos no último ano, 135% a mais do que em 2023.

Na prática, a organização migrou de um “exército” com cadeia de comando para células autônomas que atuam de forma clandestina

A tática virou guerra de atrito: emboscadas, explosivos, minas, túneis e ataques rápidos seguidos de retirada, para reduzir as baixas. 

O número exato de combatentes remanescentes é incerto, estimativas pré-guerra apontavam para uma força entre 25 e 30 mil homens

Apesar das baixas, o grupo continua recrutando e pode ter preservado até perto da metade desse contingente.

A destruição total do Hamas por completo é improvável, mesmo enfraquecido militarmente e desgastado internamente, o grupo tende a manter papel relevante na política palestina.

Israel também enfraqueceu o grupo xiita Hezbollah. A organização começou a lançar mísseis contra o Norte do país a partir do Sul do Líbano no dia após o atentado.

Forças israelenses fizeram ataques importantes contra o grupo, com ataques coordenados e até uma ocupação militar no Líbano

O principal líder do movimento, Hassan Nasrallah, e seu sucessor, Hashem Safieddine, foram mortos durante os ataques.

Além disso, as estimativas apontam que o grupo perdeu cerca de 70% de sua capacidade de disparar foguetes

O cessar-fogo de 27 de novembro de 2024 estabeleceu a retirada do Hezbollah do Sul do Líbano e transferiu ao Exército do país para fazer a segurança da região, enquanto Israel manteve posições estratégicas.

Guerra em Israel mudou a balança de poder na região

O enfraquecimento desses grupos terroristas reflete diretamente no poder iraniano sobre o Oriente Médio

Ambos recebem financiamento e apoio do governo de Teerã, como destacado em um relatório do congresso americano

Outro grupo aliado ao Irã que foi enfraquecido pela guerra contra Israel foram os rebeldes Huthi, que atuam na região do Iêmen.

Ao declarar solidariedade a Gaza, o grupo começou uma campanha de ataques com drones e mísseis contra navios israelenses e de aliados na região do mar vermelho

Os EUA bombardearam posições houthi, além disso, Israel executou ataques à infraestrutura do grupo e realizou operações de alto impacto, inclusive na capital do Iêmen. 

Apesar de Israel expandir sua presença naval no Mar Vermelho, os rebeldes continuam fazendo ataques na região.

Israel e Irã se enfrentaram

Os dois países chegaram a se enfrentar diretamente. Em abril de 2024 o Irã disparou mais de 300 mísseis e drones contra Israel após um ataque contra sua embaixada na Síria. A maioria dos mísseis caíram no deserto ou foram interceptados.

Em outra ocasião, o Irã atacou Israel após a morte de lideranças do Hezbollah e do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, morto em uma operação israelense em Teerã.

No entanto, a tensão entre os dois países chegou a outra proporção em junho deste ano, no que ficou conhecido como Guerra dos 12 Dias.

O conflito começou após Israel acusar o Irã de usar seu programa nuclear para desenvolver armas de destruição em massa. Com essa justificativa o país lançou uma operação massiva.

O ministério da Defesa de Israel afirma ter atingido mais de 1,1 mil alvos militares e ligados ao programa nuclear.

Em cinco dias de operações, as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram a destruição de mais de 200 lançadores de mísseis, alvos subterrâneos e estruturas logísticas do programa de mísseis iraniano.

As forças de Defesa de Israel afirmam que isso representa aproximadamente dois terços de todos os lançadores de mísseis do Irã.

O porta-voz da IDF, general Effie Defrin, disse que a meta era destruir entre 50% e 70% da capacidade de lançamento iraniana

Em apenas quatro dias de operação, Israel assumiu ter destruído aproximadamente 70 baterias de defesa antiaérea iranianas

As Forças Armadas do país afirmam que mais de 40 alvos foram atingidos apenas no primeiro dia

Os primeiros alvos foram sistemas que protegiam o espaço aéreo de Teerã e do oeste iraniano. Agentes do serviço de inteligência israelense, Mossad, em solo iraniano também teriam participado da sabotagem de sistemas antiaéreos.

Em seguida, novas ondas de ataques atingiram cerca de 30 outros sistemas em regiões mais profundas do país.

Além de causar danos na capacidade de defesa e ataque do governo iraniano, Israel também matou cientistas e oficiais da alta cúpula iraniana, a operação também mirou infraestruturas nucleares do país com apoio dos EUA.

Apesar da destruição, o Irã conseguiu atingir cidades israelenses, causando dezenas de mortes no país.

Os impactos dos ataques israelenses, somados ao enfraquecimento dos aliados iranianos diminuíram a capacidade de ação do Irã, um dos atores mais importantes no Oriente Médio.

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Opinião pública se voltou contra Israel

As consequências da guerra entre Israel e Hamas chegaram além do Oriente Médio e impactaram a política global.

Um dos principais palcos da guerra é a opinião pública mundial, que mudou drasticamente desde o início do conflito.

Dois anos após 7 de outubro de 2023, os números indicam um desgaste consistente do apoio popular a Israel

Um levantamento do Instituto Pew aponta que 39% dos americanos dizem que Israel está indo “longe demais” em sua operação contra o Hamas. Ano passado o número chegava a 31% um ano antes e 27% no fim de 2023. 

A pesquisa também mostra que 59% dos americanos têm visão desfavorável do governo israelense, em comparação a 51% no início de 2024. 

Outro ponto registrado é que o número de americanos que “se identificam” mais com palestinos (35%) é maior do que os com os israelenses (34%), isso acontece pela primeira vez desde 1998.

A maioria é contrária a enviar mais ajuda econômica e militar, 33% dizem que o país dá assistência em excesso a Israel e 42% desaprovam a condução do governo americano no conflito.

Seis em cada dez defendem o fim da campanha militar mesmo sem a libertação de todos os reféns ou a eliminação do Hamas

Em paralelo, oito em cada dez americanos dizem estar pelo menos “algo preocupados” com a fome em Gaza, com mortes de civis por bombardeios e com a não devolução dos reféns.

Além disso, 69% se preocupam com a possibilidade de palestinos serem forçados a sair de Gaza.

A opinião pública americana é especialmente importante para Israel, uma vez que o governo do país é o maior aliado israelense.

O cenário global também reflete essa mudança. Manifestações pró-palestina tem sido realizadas ao redor do mundo e os símbolos ligados à causa também se popularizaram

Antissemitismo em alta: sinais no mundo e no Brasil

A virada de opinião sobre Israel também tem se refletido na forma como a comunidade judaica é vista ao redor do mundo.

Uma pesquisa do Comitê Judaico Americano registrou que 90% dos judeus no país afirmam que o antissemitismo aumentou desde 7 de outubro

Mais de 56% relatam ter evitado ações que os identificassem como judeus por medo de agressões

Em paralelo, o percentual de americanos que enxerga “muita” discriminação contra judeus dobrou desde 2021.

No Brasil, o relatório da Conib e da Fisesp aponta 1.788 denúncias de antissemitismo em 2024, contra 1.410 em 2023, uma alta de 27%. 

A média diária passou de 3,9 para 4,9 registros. O avanço foi puxado pelo ambiente digital, que concentra a maioria dos casos. 

Além disso, 68% dos brasileiros declaram opiniões favoráveis sobre judeus, mas 26% ainda sustentam crenças antissemitas significativas. Apesar do indicador, 75% acreditam que judeus seriam mais leais a Israel que ao Brasil.

Israel é alvo de processos internacionais e sofre pressão de outros países

Em meio a essa guinada na opinião pública, muitos países têm tomado medidas contra Israel

A África do Sul chegou a mover um processo contra Israel na Corte Internacional de Justiça, um órgão da ONU dedicado a resolver questões jurídicas entre países. O Brasil aderiu ao processo em julho.

A acusação mantida pelo governo sulafricano afirma que Israel estaria punindo os civis palestinos pelo atentado de 7 de outubro e cometendo genocídio, além de acusar Israel de manter um sistema de segregação por décadas. 

Esse não é o único processo internacional do qual o governo israelense se tornou alvo por conta da guerra. 

Em novembro de 2024, juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiram um mandado de prisão contra Benjamin Netanyahu, o ex-ministro de defesa Yoav Gallant e o ex-comandante do Hamas Mohammed Deif, morto em um ataque israelense.

  • Conheça a trajetória do primeiro-ministro de Israel com o especial da Brasil Paralelo. Assista completo abaixo:

Segundo o órgão, foram encontrados “motivos razoáveis” para acreditar que os três tenham responsabilidade por crimes de guerra e contra a humanidade.

Com os mandados expedidos, cabe aos países signatários do acordo que criou o TPI decidir se prendem os três, vale lembrar que EUA e Israel não estão nesta lista.

Mais países reconhecem o Estado palestino 

Desde a assinatura do Tratado de Oslo, em 1993, existe uma Autoridade Nacional Palestina (ANP), controlada pelo Fatah, partido de Yasser Arafat.

  • Conheça a história de Arafat com o especial da Brasil Paralelo. Assista completo abaixo:

A ANP não tem poder de um Estado soberano, essa autoridade lida com questões de administração civil e segurança pública dentro dos territórios limitados.

Para que um Estado possa existir são necessários pelo menos três fatores: 

  • um território; 
  • uma população com identidade compartilhada; e 
  • um governo com poder político soberano.

No caso palestino há uma forte identidade nacional compartilhada, porém as fronteiras territoriais do país são embaralhadas por conta dos assentamentos judaicos e da ocupação israelense na Cisjordania. 

Também não há um poder soberano responsável por administrar os territórios palestinos, uma vez que a autoridade palestina possui grandes limitações impostas por Israel e não tem poder sobre Gaza.

No entanto, mais de 80% dos 193 países membros da ONU reconhecem a Palestina como um Estado. Desde os ataques de 7 de outubro o número aumentou.

Países que tradicionalmente apoiam Israel, como Canadá, Reino Unido e Austrália anunciaram o reconhecimento da Palestina em 2025. 

Outras nações como França e Portugal também anunciaram este ano que reconhecerão o Estado.

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