
Às margens do Monte Honaz, na Turquia, arqueólogos descobriram um cemitério com mais de 60 tumbas escavadas na rocha e centenas de artefatos datados de mais de dois mil anos.
O achado ocorreu nas ruínas de Colossae, antiga cidade mencionada nas cartas de São Paulo na Bíblia.
A escavação, divulgada pela agência Anadolu, revelou novas pistas sobre o contexto espiritual e cultural da região onde se formou uma das primeiras comunidades cristãs do mundo antigo.
De acordo com o arqueólogo Baris Yener, responsável pela descoberta, “as sepulturas e os objetos encontrados ajudam a compreender o ambiente religioso que precedeu a chegada do cristianismo à cidade”.
Colossae aparece no Novo Testamento na Epístola aos Colossenses, texto em que São Paulo exorta os fiéis a permanecerem firmes na fé e alerta contra doutrinas que diminuíam a centralidade de Cristo.
A carta, composta por 95 versículos divididos em quatro capítulos, aborda temas centrais da doutrina cristã, como a centralidade de Cristo e a transformação moral proposta aos fiéis.
O apóstolo nunca visitou Colossae pessoalmente. A comunidade local teria sido fundada por Epafras, um de seus discípulos, e era formada em grande parte por gentios convertidos. Estudiosos apontam que Paulo escreveu a carta enquanto estava preso, possivelmente em Éfeso ou Roma, entre os anos 60 e 90 d.C.
De acordo com o padre Nilo Luza, da Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos, Colossae foi uma cidade próspera no vale do rio Lico, região central da atual Turquia.
Distante cerca de 120 quilômetros de Éfeso, a cidade floresceu com o comércio da lã e da tinturaria, mas entrou em declínio durante o domínio romano.
Por volta de 60 d.C., um terremoto devastou Laodicéia, cidade vizinha, e provavelmente atingiu Colossae. Desde então, o local foi sendo abandonado, até desaparecer quase por completo.
A nova escavação pode ser a maior necrópole do tipo já encontrada na Anatólia, península que abrange grande parte do território da Turquia. As tumbas, escavadas na rocha em formato de canal, revelam a habilidade dos antigos construtores em aproveitar as formações travertinas da região.
Foram localizados 65 sepultamentos, dos quais 60 já escavados. As escavações trouxeram à luz cerâmicas de terracota, lâmpadas a óleo, garrafas de vidro, moedas, sandálias e amuletos, objetos deixados junto aos mortos como oferendas ou símbolos de proteção.
“Esses achados mostram o quanto os habitantes de Colossae valorizavam amuletos e talismãs como meios de proteção espiritual”, afirmou Yener.
Ele afirma que as práticas mágicas e as crenças no além-vida eram parte fundamental da religiosidade local antes da expansão do cristianismo.
Os objetos encontrados sugerem que os colossenses praticavam ritos espirituais e simbólicos complexos muito antes da chegada dos ensinamentos de Paulo.
Essas tradições antigas ajudam a explicar o contexto em que surgiram as primeiras comunidades cristãs: um ambiente permeado por crenças mágicas, cultos a divindades locais e rituais de proteção.
A presença de amuletos e pedras consideradas curativas indica a coexistência de práticas religiosas distintas, algumas das quais Paulo criticava em suas cartas por afastarem o foco da nova fé cristã.
Para os arqueólogos, compreender essas práticas é essencial para entender o impacto da mensagem cristã naquele período.
A Carta aos Colossenses faz parte das chamadas cartas do cativeiro, escritas por Paulo ou por seus discípulos enquanto o apóstolo estava preso.
Padre Luza aponta que alguns estudiosos a classificam como deuteropaulina, isto é, redigida por discípulos de Paulo, possivelmente por Timóteo, entre 80 e 90 d.C. Outros defendem sua autenticidade e a datam em torno de 60 d.C.
Ele afirma que independentemente da autoria, o texto reflete temas que foram reinterpretados à medida que o cristianismo se consolidava como nova visão religiosa.
Também aborda as crenças existentes na época, que combinavam tradições judaicas, cultos regionais e elementos de misticismo oriental.
A descoberta da necrópole de Colossae é mais do que um achado arqueológico. Ela oferece uma janela para o mundo espiritual que antecedeu a evangelização paulina.
Os rituais de sepultamento, os símbolos de proteção e os bens funerários revelam como o homem antigo lidava com o mistério da morte e da transcendência, temas que a mensagem cristã reinterpretaria sob a luz da ressurreição.
Para os arqueólogos, cada peça retirada do solo contribui para reconstruir a história de uma cidade mencionada nos textos bíblicos.
A história de Paulo de Tarso atravessa séculos como símbolo de transformação e coragem. De perseguidor a pregador, ele percorreu o Império Romano anunciando uma nova visão de fé e deixando um legado que moldou a história ocidental.
O filme Paulo, Apóstolo de Cristo mostra os últimos dias do apóstolo em Roma, com James Faulkner no papel de Paulo e Jim Caviezel como Lucas. A produção retrata as perseguições do imperador Nero e o nascimento das primeiras comunidades cristãs.
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