Corte de de 15 mil funcionários
O plano prevê a saída de 10 mil funcionários em 2026 e 5 mil em 2027, chegando a cerca de 19% do quadro atual de 80 mil empregados.
Em nota, os Correios disseram que o programa “está sendo dimensionado com base em estudos técnicos” e que o objetivo é ajustar custos de forma gradual e voluntária.
Por que o programa de demissão é considerado essencial?
A estatal enfrenta uma das maiores crises de sua história. Em 2024, registrou prejuízo de R$2,6 bilhões, acumulando um rombo de R$7,5 bilhões desde 2023.
Entre os motivos citados estão a perda de espaço no mercado, aumento de despesas, derrotas judiciais e problemas de gestão.
O plano de reestruturação inclui:
- corte de R$ 1,5 bilhão em gastos;
- fechamento de 1.000 agências e centros de distribuição;
- reorganização interna e novo plano de cargos até 2026;
- redução de custos com plano de saúde;
- venda de imóveis sem uso;
- renegociação de contratos com grandes fornecedores.
Aporte para pagamento de salários
Para garantir salários, 13º e pagamentos essenciais, a empresa tenta um aporte emergencial de R$5 bilhões a R$6 bilhões do Tesouro ainda em dezembro.
É uma tentativa de reorganizar o caixa após o fracasso da operação de crédito anterior, um empréstimo de R$20 bilhões, rejeitado pelo governo por risco elevado.
A nova estratégia é buscar um financiamento mais modesto, entre R$10 bilhões e R$15 bilhões, o que depende da apresentação de um plano de recuperação claro e viável.
Corte de benefícios
Com a crise, os Correios cancelaram o Vale Peru de R$2,5 mil, pago como bonificação de Natal. A direção afirma que nenhuma despesa fora do plano de reestruturação será mantida.
O Acordo Coletivo de Trabalho foi prorrogado até 16 de dezembro enquanto a empresa negocia cláusulas salariais e operacionais com sindicatos. Internamente, a meta é atingir 95% das entregas no prazo até janeiro de 2026, mesmo com cortes e reorganização.
A direção avalia que o PDV ampliado e o aporte emergencial podem criar a base para um financiamento mais barato no próximo ano, caso as medidas melhorem a percepção de risco da empresa no mercado.