Claude Monet é um dos artistas mais famosos da história, reconhecido como o pai do impressionismo, escola que revolucionou a pintura ao focar na luz e no movimento.
No entanto, poucos sabem que Monet começou a perder a visão devido a uma doença nos últimos anos de sua vida.
Por volta dos 60 anos, ele começou a sofrer de cataratas, uma doença causada pela perda de transparência do cristalino, a lente natural do olho.
Essa condição afeta a visão, tornando-a cada vez mais turva e diminuindo a capacidade de distinguir cores.
Aos 66 anos, ele começou a notar que não conseguia perceber as cores com a mesma intensidade.
“Minha visão ruim fazia com que eu visse tudo através de uma névoa”, chegou a declarar.
A doença de Monet atrapalhou sua capacidade de diferenciar as cores, fazendo com que ele passasse a pintar com tons mais intensos para enxergar.
Em 1922 ele chegou a comentar que “para criar uma aura impressionista, confio apenas nos rótulos dos tubos de tinta e na força do hábito dos meus 50 anos de trabalho.”
Se você se interessa pela arte e seu impacto na vida do ser humano não pode deixar de assistir O Fim da Beleza. Assista abaixo:
Ele relutava em passar pela cirurgia de catarata, já que na época era um procedimento complexo e arriscado.
O primeiro-ministro francês, Georges Clemenceau, conseguiu convencê-lo em 1923.
Ele passou por um difícil processo de recuperação, relatando que não conseguia enxergar com os dois olhos ao mesmo tempo e via objetos com curvaturas anormais:
“Sinto que se eu der um passo, vou cair no chão. Perto ou longe, tudo é deformado e dúbio. Enxergar dessa maneira é intolerável. Persistir parece perigoso para mim. Se eu estava condenado a ver a natureza como a vejo agora, preferiria continuar cego e manter as memórias das belezas que sempre enxerguei.”
O artista também disse que seu olho passou a enxergar com uma tonalidade azulada:
“É imundo, é nojento, só vejo azul. Não vejo mais vermelho nem amarelo. Isso me irrita muito, porque sei que essas cores existem. Estou terrivelmente triste e desanimado. A vida é uma tortura para mim.
A visão de Monet nunca se recuperou por completo, mas ele continuou a pintar até sua morte em dezembro de 1926.
Os tons se tornaram mais enlameados e escuros. As formas ficaram menos distintas e passaram a ser feitas com pinceladas mais violentas, resultando em obras que se aproximam do abstrato.
A progressão da doença é notável em sua famosa série de quadros "Pontes Japonesas":
As últimas obras do artista não foram apreciadas na época, segundo a curadora do Marmottan, Sylvie Carlier durante entrevista para o El País.
No entanto, ela afirma que esses trabalhos foram revisitados por autores importantes na segunda metade do século XX “em particular Jackson Pollock (1912-1956), que se inspirou profundamente nela para sua própria técnica”
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