A Câmara dos Deputados aprovou em regime de urgência um projeto para derrubar o decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A votação, com um placar de 346 votos a favor e apenas 97 contra, é um recado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e de líderes do Centrão.
Eles estão insatisfeitos com o pacote fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o que consideram um atraso na liberação de emendas parlamentares.
A disputa entre Congresso e Palácio do Planalto começou no final de maio, quando o governo editou um decreto aumentando as alíquotas do IOF para tentar arrecadar cerca de R$20 bilhões a mais neste ano.
O objetivo era fechar as contas e cumprir a meta de déficit zero, mas a medida causou reações negativa no mercado financeiro e no Congresso.
Pressionado, o governo recuou parcialmente, editando um novo decreto com um aumento "recalibrado" do IOF, com previsão de arrecadação menor (entre R$6 e R$7 bilhões).
Para compensar a perda, o Ministério da Fazenda enviou ao Congresso uma Medida Provisória (MP) com uma série de outras propostas para aumentar a arrecadação.
A Medida Provisória enviada por Haddad enfrenta forte resistência na Câmara e no Senado.
A proposta inclui uma lista de medidas consideradas impopulares pelos parlamentares. As principais são:
Diante do pacote fiscal, o presidente da Câmara, Hugo Motta decidiu pautar a votação para derrubar o aumento do IOF.
A aprovação da urgência do projeto, que permite que o texto seja votado diretamente no plenário sem passar pelas comissões, foi um recado direto ao Palácio do Planalto.
O líder do PSD, deputado Antonio Brito, resumiu a posição de seu partido:
"Fizemos uma reunião com a bancada do PSD, hoje, na qual discutimos a importância do debate desse tema. Nos estatutos do nosso partido há uma posição contrária a qualquer aumento de impostos."
Prevendo a derrota, a articulação política do governo tentou negociar para achar formas de conter a crise.
Lula se reuniu no fim de semana com Hugo Motta e com o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Na segunda-feira, antes da votação, os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil) também se reuniram com o presidente da Câmara.
No entanto, o governo já esperava sair derrotado no plenário e liberou a base para votar como quisesse.
Partidos que compõem o governo, como o PSD e o MDB, orientaram o voto a favor da urgência, junto com a oposição.
A ministra Gleisi Hoffmann tentou minimizar a derrota, dizendo que a votação "não abala a confiança do governo no diálogo com o Legislativo".
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