legislação sobre o aborto na Inglaterra e no País de Gales passa por uma mudança profunda e com apoio massivo.
Com 242 votos favoráveis, os parlamentares aprovaram uma reforma que descriminaliza mulheres que optam pelo aborto até a 24ª semana.
Isso significa que mulheres que interromperem a gravidez até a 24ª semana não poderão mais ser investigadas ou presas, mesmo que o procedimento não siga à risca todos os protocolos médicos exigidos pela lei.
A proposta acaba com a chance de prisão e investigação, mesmo quando não há intenção criminosa.
Antes da mudança, o aborto era tecnicamente um crime, embora permitido em certas condições médicas até 24 semanas de gestação.
Casos fora dessas condições, como mulheres que tomavam pílulas sem autorização ou passavam do prazo legal, podiam resultar em investigação policial ou processo judicial.
Agora, essas mulheres não poderão mais ser punidas. No entanto, a nova regra não descriminaliza quem ajuda a realizar um aborto ilegal, incluindo médicos ou outras pessoas que atuem fora da lei.
A emenda foi apresentada pela deputada Tonia Antoniazzi, que defendeu a mudança com base em dados e casos recentes.
Segundo ela, 99% dos abortos no Reino Unido ocorrem antes da 20ª semana de gestação. “Estamos falando de um número muito pequeno de casos e muitas vezes em situações desesperadoras”.
Antoniazzi também disse que a lei atual era ultrapassada. Criada em 1861, ela foi escrita em um contexto em que mulheres não podiam sequer votar.
A medida ainda precisa passar por mais etapas no processo legislativo, incluindo a aprovação final na Câmara dos Lordes.
No entanto, com o apoio majoritário de parlamentares e instituições médicas, como o Colégio Real de Ginecologistas, a expectativa é de que a mudança seja confirmada em breve.
A executiva-chefe do BPAS, Heidi Stewart, chamou a decisão de “um momento histórico” e afirmou: “Nenhuma mulher deve temer ser presa por um aborto espontâneo ou por buscar ajuda”.
Já organizações contrárias à medida, como a Sociedade de Proteção das Crianças Não Nascidas (SPUC), critiaram a medida, afirmando que a mudança pode reduzir a proteção legal aos bebês.
A deputada Rebecca Paul alertou que, se a nova regra for confirmada, “até bebês totalmente formados poderiam ser abortados sem qualquer punição”.
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