A Planned Parenthood anunciou o fechamento de cinco clínicas no norte da Califórnia após perder repasses do programa federal Medicaid.
A decisão está ligada ao chamado “Big Beautiful Bill”, projeto de lei sancionado por Donald Trump no dia 4 de julho.
As unidades encerradas estavam localizadas em
A medida também resultou na demissão de mais de 60 funcionários.
O projeto de lei proíbe, por um ano, reembolsos do Medicaid para prestadores de serviços de aborto que tenham recebido pelo menos R$4.448 milhões em repasses.
Segundo dados da própria Planned Parenthood, a organização recebeu cerca de R$2.168.400 milhões do Medicaid em 2015.
“Isso basicamente retira o financiamento do Medicaid para a Planned Parenthood, impedindo que sejamos reembolsados pelos cuidados que prestamos”, afirmou Stacy Cross, CEO da afiliada Planned Parenthood Mar Monte, que atende a Califórnia e Nevada.
A organização entrou com um processo contra o governo Trump, e um juiz federal, nomeado durante o governo Obama, chegou a conceder uma ordem de restrição temporária.
No entanto, a liminar expirou e foi substituída por uma medida que autoriza o pagamento do Medicaid apenas a 10 unidades específicas da entidade.
O governo dos EUA justificou a medida como uma forma de reorganizar o programa Medicaid e garantir que os recursos cheguem a quem mais precisa. Em nota, a Casa Branca afirmou:
“O Projeto de Lei Big Beautiful Bill protege e fortalece o Medicaid para aqueles que dependem dele, gestantes, crianças, idosos, pessoas com deficiência e famílias de baixa renda, ao mesmo tempo que elimina desperdícios, fraudes e abusos.”
O texto também estabelece novas exigências, como a retirada de imigrantes ilegais do programa e a imposição de critérios de trabalho para os beneficiários.
Além das unidades na Califórnia, a Planned Parenthood também fechou clínicas em outros estados nos últimos meses:
Em comunicado oficial, a organização considerou o projeto de Trump uma forma indireta de restringir o acesso ao aborto, inclusive em estados que mantêm leis permissivas sobre o tema:
“Esta lei é claramente uma proibição indireta do aborto em estados com liberdade reprodutiva”, afirmou a afiliada Mar Monte.
Durante coletiva, Stacy Cross declarou:
“Fui CEO da Planned Parenthood por 24 anos em três afiliadas diferentes, e posso dizer que esta é realmente a fase mais difícil da minha vida. Sentimos que estamos na luta da nossa vida.”
O caso marca mais um capítulo da disputa entre a administração americana e organizações que oferecem serviços de aborto, e deve seguir em debate nos tribunais e no Congresso.
Enquanto isso, a Planned Parenthood tenta manter parte de suas operações com recursos próprios e ações judiciais, enquanto o governo federal sustenta que a medida busca garantir o uso direcionado de verbas públicas.
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