Quando a ação aconteceu, Qi Hong já se encontrava longe dali. Ele planejou para que tudo acontecesse enquanto voava para Londres, pois sabia das consequências de protestar contra o Partido Comunista.
O protesto durou cerca de 50 minutos antes de ser interrompido. Qi Hong posicionou em sua casa um retroprojetor que exibiu frases no prédio da frente:
Uma câmera mostrou quando os policiais invadiram seu apartamento na expectativa de encontrar o manifestante. Veja o momento logo abaixo:
Segundo a apuração do The New York Times, Qi Hong deixou no quarto de hotel, ao lado do projetor, uma mensagem manuscrita endereçada aos policiais que certamente chegariam para desligar a projeção. O texto dizia:
“Mesmo que hoje vocês sejam beneficiários do sistema, um dia inevitavelmente se tornarão vítimas nesta terra. Tratem o povo com bondade.”
O ato de Qi não surgiu do nada. Ele se inspirou em protestos recentes que desafiaram o regime de Xi Jinping:
Diferente deles, Qi usou a tecnologia para resistir e escapar. Ele deixou a China dias antes do ato, junto com sua esposa e filhas, e controlou toda a operação de Londres.
Ainda assim, sua família pagou o preço: sua mãe idosa foi interrogada pela polícia e seu irmão detido após o episódio.
As imagens circularam pelas redes sociais através do dissidente conhecido como “Professor Li” e alcançaram mais de 18 milhões de visualizações em apenas quatro dias.
“Qi Hong enganou a polícia, derrotou a máquina do Estado, e pouco puderam fazer contra ele”, disse Li Ying, considerado hoje a principal voz chinesa de oposição online.
Para a Human Rights Watch, o protesto mostra “a disposição contínua de cidadãos destemidos de criticar publicamente Xi Jinping e pedir reformas democráticas diante da crescente repressão do governo”.
O ato aconteceu enquanto o governo se preparava para um desfile militar em que faria uma demonstração de força do governo. Essa prática é comum em todos os países, mas ainda mais utilizada em regimes autoritários.
No século XX, tanto o Partido Comunista da União Soviética, quanto o Nazismo e Fascismo utilizam de constantes paradas e desfiles militares como simbolismo do poder estatal.
Assim como na China, a censura e controle da oposição era ferramenta política utilizada à exaustão.
Entender esses autoritarismos do século XX é um passo fundamental para saber o que acontece hoje na China.
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