Biografia

Enéas Ferreira Carneiro era seu nome completo. Nasceu em Rio Branco, no Acre, em 5 de setembro de 1938. Seu pai era barbeiro e sua mãe era dona de casa. Enéas foi criado católico, tendo defendido a fé em Deus na vida adulta durante palestras e entrevistas.

Com 9 anos de idade ficou órfão de pai. O livro Enéas, o brasileiro por excelência, de André Garcia Britto de Morais, mostra que a família Ferreira Carneiro praticamente só comia farinha e tomava café após a perda do pai. 

O pequeno Enéas teve que ajudar no sustento da casa, trabalhando em açougues, construção civil, auxiliar de escritório, datilógrafo e outras profissões.

Na escola, Enéas sempre foi o primeiro da turma, passando no vestibular da Escola de Saúde do Exército em primeiro lugar. Segundo ele, foi graças ao ingresso na escola de sargentos que ele conseguiu estudar e sair da pobreza.

Aos 19 anos, ele e sua mãe se mudaram para o Rio de Janeiro, onde Enéas se tornou Terceiro Sargento Auxiliar de Anestesia após 2 anos de curso, tendo recebido premiações pelo seu trabalho. A partir daí, ele não deixaria de trabalhar e estudar arduamente.

Algumas das suas principais realizações profissionais e intelectuais são:

• Enéas passou em primeiro lugar na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, atual UNIRIO, onde formou-se médico. Especializou-se em cardiologia e foi tido como referência na área devido a seus escritos sobre o assunto;
• Em 1962, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Estado da Guanabara, atual UERJ, formando-se em matemática e física. Logo após a graduação começou a dar aulas de matemática, física, química, português e biologia em um cursinho preparatório para vestibular, tornando-se diretor-presidente da instituição.

Obteve título de mestre em cardiologia pela UFRJ e publicou diversos artigos científicos e livros na sua área, tais como O Eletrocardiograma e Alentecimento da Condução AV.

Em 1994, publicou o livro Um Grande Projeto Nacional, obra feita para mostrar seu projeto de governo para o Brasil.

Início do interesse político

Como lia muito e a respeito de assuntos variados, Enéas conheceu o comunismo em sua juventude a partir das obras de Friedrich Engels. De início, ficou deslumbrado com as teses supostamente científicas do autor. 

Com o passar do tempo e dos estudos, Enéas se desencantou com essas teorias. Em 1994, em entrevista ao programa Questão de Ordem, afirmou:

"Quando o Estado toma conta dos meios de produção, a competição some, e satisfeitas as necessidades básicas, como habitação, a sociedade entra em letargia e não se desenvolve". 

A partir de suas leituras sobre diversos posicionamentos políticos que Enéas formularia o pensamento que o tornaria um ícone nacional.

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O pensamento político de Enéas

Enéas dizia ser nacionalista. Sua doutrina política girava em torno da defesa dos interesses nacionais contra interesses globalistas. Denunciava grandes governos e empresários que investiam em políticas de conquista econômica, de liberação das drogas e da defesa do relativismo moral, como o governo dos EUA e o empresário George Soros.

Para ele, esses empresários buscavam enfraquecer as sociedade locais para incentivar o mercado das drogas e para tomar suas riquezas:

"Acredito que exista uma saída para o Brasil: romper completamente com o sistema financeiro internacional que movimenta diariamente cerca de US$ 3 trilhões. Diante deste cassino mundial, a globalização é apenas uma palavra bonita que encobre um processo de pirataria, de rapinagem explícita", disse Enéas na edição de maio de 1998 da revista IstoÉ.

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Economia e defesa internacional

Para desenvolver a economia nacional, Enéas defendia um Estado forte, gerido por especialistas em seus respectivos assuntos, que incentivassem e protegessem o livre mercado interno.

Para assegurar a soberania nacional, Enéas defendia o desenvolvimento de bombas atômicas nacionais.

Quando questionado sobre sua posição política, afirmava ser contrário aos erros da direita e da esquerda:

"Jamais aceitei o elitismo da direita, a desordem da esquerda, nem a falsa democracia” , disse em uma propaganda eleitoral.