História
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Alberto Santos Dumont: o brasileiro que fez o mundo decolar com o avião

Santos Dumont inaugurou uma nova era tecnológica e seu nome tornou-se referência na aviação mundial.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
11/11/2025 17:46
Retrato de Alberto Santos Dumont - Crédito: Getty Images

No início do século XX, enquanto o mundo se deslumbrava com o progresso e a eletricidade, um brasileiro preparava-se para mudar a história. 

Alberto Santos Dumont, nascido em 1873 no interior de Minas Gerais, cresceu entre locomotivas e livros de Júlio Verne, sonhando em fazer o homem voar. 

Em 1906, diante de uma multidão em Paris, conseguiu o que parecia impossível: um avião decolou sozinho.

A façanha não apenas consagrou o “pai da aviação”, mas fez o Brasil ser reconhecido como protagonista de uma das maiores revoluções tecnológicas da humanidade.

O que você vai encontrar neste artigo?

Vida e formação de Santos Dumont

Santos Dumont herdou do pai, Henrique, o amor pela engenharia e a fortuna da família, conquistada com o café. 

Sua condição permitiu-lhe estudar na Europa, onde o jovem mineiro mergulhou na ciência. Em Paris, ele se encantou por motores, balões e dirigíveis. 

Em 1901, deu a volta na Torre Eiffel em seu dirigível em menos de 30 minutos e conquistou o Prêmio Deutsch, que distribuiu entre a equipe e os pobres.

O piloto era conhecido como “le petit Santos” (o pequeno Santos). Sofreu quedas, sobreviveu a uma explosão e continuou a voar. Com saúde debilitada e alma sensível, viu sua criação ser usada na guerra e se entristeceu profundamente.

Santos Dumont e a criação do avião

Depois de dominar os dirigíveis, Santos Dumont passou a buscar um objetivo mais ambicioso: construir uma máquina capaz de voar sem depender do vento, mais pesada que o ar e movida por um motor próprio. 

Assim nasceu o 14-Bis, uma estrutura feita de bambu, seda e metal, movida por um motor de 50 cavalos.

Santos Dumont fazendo um voo histórico com o 14-bis.

No Campo de Bagatelle, em Paris, em 23 de outubro de 1906, Dumont fez história. Diante de juízes e curiosos, o 14-Bis decolou sozinho e percorreu cerca de 60 metros sem trilhos, rampas ou catapultas

No dia 12 de novembro, em um novo teste oficial, o avião do Santos Dumont repetiu o feito, voando 220 metros a cerca de seis metros de altura

A Federação Aeronáutica Internacional registrou o evento como o primeiro voo autônomo e controlado da história.

Quem voou primeiro, Santos Dumont ou os Irmãos Wright?

A disputa com os irmãos Wright começou logo depois da façanha do Santos Dumont. Os norte-americanos afirmavam ter voado três anos antes, em 1903, com o Flyer, na Carolina do Norte. 

No entanto, seus experimentos ocorreram em segredo e com o auxílio de dispositivos externos, como uma catapulta. Nenhum órgão independente presenciou ou homologou aqueles testes na época.

Por isso, para a história, o título de “pai da aviação” pertence a Santos Dumont, o primeiro a voar de forma comprovada e pública.

Mesmo após o sucesso, Dumont não parou. Em 1909, criou o Demoiselle, um avião leve e rápido, que podia alcançar até 96 km/h

Dumont recusou-se a patentear o projeto, disponibilizando-o para quem quisesse reproduzi-lo. Foi um gesto que democratizou a aviação e acelerou o avanço tecnológico no mundo inteiro.

O legado de Santos Dumont

Santos Dumont inaugurou uma nova era tecnológica e seu nome tornou-se referência na aviação mundial e um símbolo de competência técnica brasileira.

Seu exemplo inspirou instituições como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e empresas como a Embraer, que transformaram o país em um dos principais polos aeronáuticos do planeta. 

A Força Aérea Brasileira o reconhece oficialmente como Patrono da Aeronáutica, e museus em Cabangu e Petrópolis preservam seu legado material e intelectual.

O pai do avião tirou sua própria vida em 1932, no Grand Hotel La Plage, em Guarujá, São Paulo. A decepção com o uso da sua criação na Primeira Guerra Mundial foi citada como uma das causas do seu suicídio.

Histórias importantes do Brasil que não foram contadas, você poderá encontrá-las no documentário da Brasil Paralelo: "Brasil: A Última Cruzada".

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