Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, se elegeu como prefeito de Campinas com quase 60% dos votos nas eleições municipais de 2000. Entretanto, sua gestão foi curta, pois apenas 8 meses após sua posse ele seria morto a tiros.
Várias teorias sobre a real causa de seu homicídio foram levantadas. Enquanto a polícia afirmava que ele foi vítima por se intrometer no caminho de uma gangue, a esposa afirmou com veemência que sua morte foi encomendada, já que sua honestidade e luta por justiça irritava “gente graúda” do próprio partido.
A morte de Toninho não ocupou as capas de jornal por muito tempo devido ao atentado às Torres Gêmeas que ocorreu no dia seguinte. Contudo, esse ainda é um dos maiores mistérios da política brasileira.
Nesse artigo, conheça os segredos por trás da morte de Toninho do PT.
O até então prefeito de Campinas foi morto a tiros no dia 10 de setembro de 2001 por volta das 22:20. A bala atingiu sua Artéria aorta. Ele foi encontrado desacordado dentro de seu carro.
Havia batido em um outdoor na Avenida Mackenzie, próximo ao Shopping Iguatemi, onde teria ido buscar seu terno.
Seu mandato durou apenas 8 meses e 10 dias, mas foi o suficiente para se tornar ícone da população no município. Em reportagem do Jornal Nacional, William Bonner destacou que mais de 50 mil pessoas acompanharam seu funeral.
A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso no mesmo dia, mas a conclusão não satisfez a família, nem os membros do partido. Sua vice, Izalene Tiene afirmou:
“Não dá para acreditar que o roubo tenha acontecido com o carro andando”
A possibilidade de ter sido um assalto foi descartada quase imediatamente. Os pertences de Toninho ainda estavam no carro quando ele foi encontrado, inclusive o terno que ele teria ido buscar no shopping.
A polícia continuou investigando até descobrir que os disparos foram efetuados de um Chevrolet Vectra prata que estava sendo usado na fuga de uma quadrilha de criminosos. A arma do crime nunca foi encontrada.
Os quatro suspeitos foram identificados como:
Dentre os quatro, Andinho foi detido como principal suspeito. Sua pena total acumulou 717 anos. Ele confessou crimes de homicídio, sequestro, tráfico de drogas, formação de quadrilha e roubo. Contudo, sempre que questionado, negou ter envolvimento na morte de Toninho do PT. Em entrevista ao jornal Globo, Andinho disse:
“Eu acho que ele era o único que tomou conta de Campinas”
A conclusão do inquérito policial foi que Toninho foi morto porque seu carro bloqueou a rota de fuga dos criminosos que praticavam um sequestro relâmpago naquela noite.
A história levantou dúvidas quando foi descoberto que os demais criminosos no carro com Andinho já estavam mortos. Eles foram assassinados em uma operação policial extra-oficial.
Um mês após a morte de Toninho, sete policiais se deslocaram até a praia de Caraguatatuba, local em que sabiam que os parceiros de Andinho se encontravam. Sem mandado, eles teriam invadido o condomínio em que dois dos três comparsas de Andinho estavam e então os executaram.
A polícia ainda tentou apresentar uma nova tese de que quatro jovens em cima de duas motos teriam tentado assaltar Toninho. O prefeito teria reagido, e por isso sido morto.
Os garotos em questão teriam chegado a confessar, mas logo retiraram os depoimentos e alegaram terem sido torturados pela polícia para prestar falso testemunho.
A preservação da cena do crime foi acusada de ter sido feita de maneira precária. Era permitido tocar em objetos como cápsulas de balas. Digitais de pessoas não envolvidas foram encontradas e o corregedor da Polícia Civil da época afirmou que isso prejudicou as investigações.
O fato é que as conclusões apresentadas pela polícia não foram satisfatórias. Para desacreditar ainda mais a polícia, a viúva de Toninho declarou:
“Recebi ameaças de morte da própria polícia.”
Isso permitiu que surgissem teorias de que a morte de Toninho do PT foi um crime político.
Antes mesmo de ocupar o cargo de vice-prefeito, Toninho já atuava como cidadão na defesa do patrimônio histórico de Campinas, denunciando projetos de empreiteiras que ameaçavam prédios tombados.
Toninho ingressou na política aos 29 anos, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) por indicação de Izalene Tiene. Em 1988, ele concorreu como vice-prefeito na chapa de Jacó Bittar e venceu.
Durante o mandato, Toninho denunciou diversas fraudes do governo que fazia parte, destacando-se o superfaturamento na construção do metrô de Campinas e na obra de saneamento do ribeirão Anhumas.
Suas denúncias resultaram na condenação do prefeito Jacó Bittar, co-fundador e ex-Secretário Geral do PT, que foi obrigado a ressarcir a prefeitura em mais de 3 milhões de reais. Após as denúncias, Toninho renunciou ao cargo de vice-prefeito.
Isso aconteceu em 1988. Em 2001, Toninho do PT foi eleito prefeito de Campinas. Ele tomou posse em 1º de janeiro de 2001, mas seu mandato foi interrompido tragicamente em 10 de setembro de 2001, quando foi assassinado.
Familiares afirmaram que ele possuía dossiês com nomes de funcionários corruptos ligados à gestão de Bittar e a outros membros do PT, mas esses documentos desapareceram após seu assassinato.
A viúva de Toninho, Roseana Morais, afirmou com contundência que seu marido foi morto por não compactuar com as falcatruas do partido. Ela disse:
“(Antonio) gritava contra as empreiteiras, corrupção, especulação imobiliária. Ele era um cara com quem não dava para negociar… Ele não teria compactuado jamais com as falcatruas que o PT vem fazendo.”
Em 2003, foram recolhidas 53 mil assinaturas solicitando que o então presidente Lula ordenasse à Polícia Federal que interviesse nas investigações, mas ele não o fez. Isso fez com que Roseana nutrisse uma profunda mágoa contra Lula e Dirceu, presidente do Partido na época.
“Só posso dizer que muita gente ficou feliz com a morte do meu marido”.
Disse a viúva à revista Isto é.
Contudo, ainda há uma terceira teoria sobre quem encomendou a morte de Toninho do PT.
A gestão de Toninho buscou uma melhor utilização dos recursos públicos. Ele cortou 40% dos valores dos contratos logo nos primeiros meses, o que afetou negativamente o faturamento do crime organizado.
Comprometido com o combate à corrupção, seu histórico anti-crime já era conhecido. Em 1999, entregou à Polícia Federal informações sobre o narcotráfico atuante na cidade.
O mistério se torna uma conspiração de fato quando a morte de Toninho torna-se pauta na CPI dos Bingos. Nessa ocasião, um garçom de uma casa de bingo afirmou ter testemunhado reuniões em que o principal tópico era o planejamento da morte de Toninho do PT.
Apesar de o mistério nunca ter sido formalmente concluído, houve um grupo que assumiu a autoria pelo atentado contra Toninho do PT. Entretanto, para saber dessa parte da história, precisará assistir ao episódio da Investigação Paralela, em que a morte de Toninho do PT é destrinchada em detalhes.
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No dia 10 de setembro de 2021 o caso de Toninho do PT prescreveu, o que significa que ainda que o assassino seja descoberto, ele não será punido.
Apesar disso, na série Investigação Paralela, Henrique Zingano e Felipe Benke destrincham os maiores mistérios que assolam o Brasil.
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