A oposição no Congresso Nacional está articulando um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes. A movimentação é liderada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e já teria reunido 40 assinaturas.
Diante disso, surge a questão: é possível destituir um ministro do STF do cargo? A resposta é sim, e o procedimento está previsto na Lei 1.079, de 1950, que regula os crimes de responsabilidade cometidos por autoridades da República."
Impeachment é o processo legal que permite a destituição de uma autoridade pública por crime de responsabilidade. O objetivo não é punir criminalmente, mas retirar do cargo quem violou gravemente os deveres da função.
Qualquer cidadão pode apresentar uma denúncia ao Senado Federal. O pedido precisa estar baseado em um crime de responsabilidade previsto em lei e vir acompanhado de documentos ou de uma justificativa sobre onde encontrá-los.
Se for o caso de depoimentos, é preciso incluir pelo menos cinco testemunhas. A denúncia deve ser assinada com firma reconhecida.
A lei estabelece cinco motivos principais:
Essas condutas estão descritas no artigo 39 da Lei 1.079.
Se a denúncia for aceita pelos líderes do Senado, ela é enviada para uma comissão especial eleita para o caso. Essa comissão tem até 10 dias para analisar o denúncia e dar um parecer.
Depois disso, o parecer vai para votação no plenário. Para ser aprovado, precisa da maioria simples: pelo menos 41 dos 81 senadores.
Se aprovado, o ministro é oficialmente notificado e tem 10 dias para se defender. A comissão analisa a resposta e prepara um novo parecer, agora dizendo se a acusação é válida ou não.
Se o parecer final da comissão for favorável à acusação, o plenário do Senado vota novamente. Se for aprovado, o ministro é afastado do cargo e perde um terço do salário até a decisão final.
O julgamento ocorre em sessão presidida pelo presidente do STF, ou seu substituto, se ele for o acusado. Para que o impeachment seja aprovado, são necessários dois terços dos votos: pelo menos 54 senadores devem votar “sim”.
Em caso de condenação, o ministro é imediatamente destituído do cargo e pode ficar até cinco anos impedido de exercer qualquer função pública.
Mesmo com todo esse rito previsto em lei, o Brasil nunca aprovou o impeachment de um ministro do Supremo. Todos os pedidos feitos até hoje foram rejeitados ou arquivados antes de chegar à fase de julgamento.
Se o pedido da oposição contra Alexandre de Moraes for aceito pela Mesa Diretora do Senado, o país pode assistir a um processo inédito na história da República.
O pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes ganhou impulso após as manifestações do último domingo(3), que ocorreram em mais de 37 cidades do país.
Segundo o senador Eduardo Girão (Novo-CE), os atos refletiram a insatisfação popular com decisões do STF e do governo federal.
A oposição acusa Moraes de abusar de suas funções e aponta a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, determinada por ele no dia seguinte, como mais um exemplo de parcialidade.
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais pessoas tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP