O ministro Gilmar Mendes disse que os membros do STF admiram o regime chinês durante a votação sobre a responsabilização das plataformas de rede social.
O decano da Corte usou uma citação atribuída ao líder da China, Deng Xiaoping, para defender a criação de uma entidade para fiscalizar as redes sociais no Brasil:
"É… Um pouco na linha, nós todos somos admiradores do regime chinês, do Xi Jinping, que diz assim: ‘A cor do gato não importa, o importante é que ele cace o rato’."
Logo após a declaração, Luís Roberto Barroso, corrigiu o colega, esclarecendo que a frase citada não é de Xi Jinping, mas sim de Deng Xiaoping, líder comunista que governou a China entre 1978 e 1992.
Deng assumiu o poder pouco tempo após a morte do ditador comunista Mao Zedong, promovendo uma série de reformas que abriram a economia chinesa ao capital estrangeiro.
As mudanças de Deng iniciaram um período de crescimento econômico sem precedentes que tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza.
Gilmar Mendes quis fazer uma referência à filosofia do líder comunista, conhecida como a "Teoria do Gato", que pode ser resumida pela famosa frase:
"Não importa se o gato é preto ou branco, desde que cace ratos".
Isso significa que o sistema econômico, seja ele socialista ou capitalista, é secundário, o mais importante é combater o subdesenvolvimento.
Atualmente, a China vive sob um regime unipartidário e totalitário, no qual o Partido Comunista Chinês (PCC) controla a sociedade.
O governo utiliza aparatos de vigilância para cassar dissidentes, com milhões de câmeras de reconhecimento facial, um sistema de crédito social focado na lealdade ao Partido e um rigoroso sistema de censura na internet.
A citação de Gilmar Mendes ocorreu durante o debate sobre a criação de uma entidade para fiscalizar o conteúdo das redes sociais no Brasil.
O ministro Cristiano Zanin defendia um órgão de natureza privada, criado pelas próprias empresas.
Ao usar a "teoria do gato", Gilmar sugeriu que a natureza dessa entidade (pública ou privada) não importa tanto, desde que ela seja eficaz:
"A priori dizer que não pode ser um ente estatal , não me parece bem encomendado nem recomendado. O importante é que encontremos um equilíbrio, que a sociedade se faça presente. E, que sobretudo, esse ente consiga dialogar diante dos avanços."
O STF já formou maioria para permitir que redes sociais sejam responsabilizadas por conteúdos de terceiros, mesmo sem decisão judicial.
O julgamento trata da constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet.
A lei estabelece que plataformas digitais só podem ser responsabilizadas por conteúdos de terceiros se descumprirem uma ordem judicial para removê-los.
Na prática, o artigo protege plataformas como Facebook, X (ex-Twitter), Google e TikTok de sanções por publicações de usuários. A regra foi criada em 2014 para evitar censura preventiva.
Com a mudança, ministros defendem que o cenário digital exige novas formas de proteção contra conteúdos ilícitos. O julgamento deve ser concluído nesta quinta-feira (12).
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP