Charlie Kirk foi assassinado durante uma palestra em uma universidade em Utah, nos Estados Unidos. Fundador da Turning Point USA, era considerado a principal referência do conservadorismo entre jovens.
Sua ausência abre espaço para outros influenciadores que já vinham ocupando posições de destaque e que hoje compartilham do mesmo público e de pautas semelhantes.
Não há um sucessor único, mas diferentes vozes que dão continuidade ao trabalho iniciado por Kirk.
Entre esses nomes estão Ben Shapiro, Riley Gaines, Kristan Hawkins, Allie Beth Stuckey e Michael Knowles. A seguir, conheça um panorama de suas trajetórias, das pautas que defendem e dos episódios que marcaram a presença pública de cada um.
Ben Shapiro nasceu em 1984. É advogado formado em Harvard, comentarista e apresentador. Tornou-se colunista nacional ainda aos 17 anos, trabalhou no jornal Breitbart como editor-geral.
É cofundador do The Daily Wire, onde hoje atua como editor emérito e âncora de um programa diário de grande audiência.
Os livros que publicou ajudam a entender suas ideias: críticas à agendas progressistas na cultura e no ensino superior e defesa de valores conservadores clássicos.
Na arena de políticas públicas, Shapiro se posiciona contra o aborto, confronta políticas de identidade de gênero e enfatiza liberdade de expressão em campus e redes.
Judeu ortodoxo, combina apoio a Israel com o combate ao antissemitismo, inclusive quando parte de seus seguidores.
Sua conexão com Charlie Kirk é antiga: Shapiro apoiou a criação da Turning Point USA, elogiou a estratégia de disputar jovens em universidades e, após a morte do fundador, escreveu tributo conclamando sua base a manter o trabalho iniciado por Kirk.
Um episódio que marcou o estilo combativo de Shapiro na cultura pop ocorreu em 2020, quando criticou a música “WAP” da contora Cardi B. Leu trechos no ar e viralizou ao ironizar o teor sexual da música.
Embora tenha sido alvo de piadas na Internet, manteve a linha de confrontar símbolos do entretenimento que, em sua leitura, consolidam valores que ele rejeita.
Em suas redes sociais possui mais de 12 milhões de seguidores.
Riley Gaines é uma ex-nadadora universitária americana que ganhou projeção nacional ao se posicionar contra a participação de atletas trans em competições femininas.
A partir de sua experiência na NCAA, principal liga universitária dos Estados Unidos, Gaines passou a defender que os esportes femininos sejam disputados apenas por mulheres.
Para ela, essa é a forma de garantir a equidade competitiva e preservar as oportunidades conquistadas pelas atletas ao longo de décadas.
O estopim para seu ativismo ocorreu em 2022, quando, mesmo empatando em uma prova importante, viu a premiação privilegiar o atleta trans.
Gaines relatou que um dirigente lhe disse que só havia um troféu disponível e que, por decisão da organização, ele seria entregue à competidora trans, enquanto o dela seria enviado posteriormente pelo correio.
Inicialmente, Gaines reagiu com frustração, mas sem manifestações públicas. Com o tempo, percebeu que episódios como esse simbolizavam o que via como uma mudança estrutural no esporte feminino e decidiu se posicionar.
Desde então, participa de audiências, concede entrevistas e percorre universidades defendendo sua bandeira.
O ativismo lhe trouxe apoio, mas também hostilidade. Em palestras e eventos, já foi alvo de protestos e até de agressões físicas de opositores.
Ainda assim, Gaines insiste em que sua luta não é contra indivíduos trans, mas em defesa da integridade e da segurança das competições femininas.
Em suas próprias palavras, “não se trata de transfobia, mas de preservar a justiça no esporte. As mulheres treinaram duro por décadas para conquistar esse espaço, e não podemos permitir que ele seja comprometido”.
A atuação saiu das redes para audiências legislativas, circuitos de palestras e participação frequente em programas.
A ligação com Kirk veio pelo palco: Gaines se tornou presença em eventos da TPUSA, e, após a morte dele, afirmou que pretende manter as frentes abertas por Charlie na disputa sobre gênero e esporte.
Riley possui mais de 2 milhões de seguidores em suas redes sociais
Kristan Hawkin construiu sua trajetória no ativismo desde muito cedo. Aos 15 anos, já trabalhava em campanhas políticas republicanas, e poucos anos depois se formou em ciências políticas pela Shepherd University.
Em 2006, aos 23 anos, assumiu a presidência da Students for Life of America (SFLA), organização que transformou na maior entidade pró-vida jovem do mundo, com mais de 1.200 grupos espalhados por escolas e universidades.
Cristã devota, casada e mãe de quatro filhos, Hawkins integra sua fé ao trabalho de militância. Além de liderar a SFLA, apresenta o podcast The Kristan Hawkins Show.
Escreveu livros como Unapologetically Pro-Life e percorre os Estados Unidos em turnês universitárias, além de participar de debates sobre aborto.
Suas pautas giram em torno da defesa da abolição total do aborto, sob o argumento de que a vida deve ser protegida desde a concepção. Hawkins critica abertamente o Planned Parenthood, defende seu desfinanciamento e se opõe a legislações pró-escolha.
Kristan e Charlie Kirk dividiram o palco em eventos como o National Pro-Life Summit de janeiro de 2025 e o AmericaFest, discutindo temas como fé, família e aborto. Kirk a convidava regularmente para o The Charlie Kirk Show, onde ela se tornou uma das entrevistadas frequentes.
A interação entre os dois também se refletia nas redes sociais. Kirk compartilhava vídeos de Hawkins em debates e elogiava seu trabalho. Ela, por sua vez, frequentemente retuitava conteúdos dele sobre fé, imigração e família.
Após sua morte, Hawkins publicou mensagens emocionadas, divulgou vídeos do memorial, reagiu a vandalismos contra homenagens feitas a Kirk e reforçou sua defesa pela continuidade do legado deixado por ele.
Kristan possui mais de 400 mil seguidores em suas redes
Allie Beth Stuckey nasceu em 1992, no Texas, e construiu sua carreira unindo convicções pessoais, fé protestante e comunicação.
Formada em Comunicação pela Furman University, começou como blogueira e rapidamente ganhou projeção nas redes sociais, onde falava de política e teologia para um público jovem.
Em 2018, passou a apresentar o podcast Relatable, transmitido pela Blaze Media, que se consolidou como uma das principais referências do conservadorismo cristão nos Estados Unidos.
Em seus conteúdos, sustenta que política e fé não podem ser dissociadas, pois “a definição de Deus sobre o que é bom e amoroso quase sempre vai contradizer a definição do mundo”.
Em seus livros You’re Not Enough (And That’s Okay) e Toxic Empathy, argumenta que a cultura progressista se apropria da compaixão cristã para promover agendas que, em sua visão, enfraquecem a liberdade e os valores tradicionais.
As pautas que defende incluem oposição ao aborto, críticas ao feminismo contemporâneo, rejeição da chamada “ideologia de gênero” e defesa da família como núcleo da vida social.
Ao mesmo tempo, procura traduzir temas bíblicos em linguagem acessível, mesclando referências de cultura pop e análise política, o que explica sua forte adesão entre jovens.
Stuckey tinha relação próxima com Charlie Kirk. Era convidada frequente de seu programa, The Charlie Kirk Show, e participou de eventos organizados pela Turning Point USA, como o AmericaFest.
Após o assassinato de Kirk em 2025, prestou homenagens públicas, descrevendo-o como “soldado da verdade, defensor da fé e amigo”.
Também apresentou episódios em sua memória, reforçando o legado de Kirk e destacando sua influência sobre a juventude americana.
Michael Knowles, nascido em 1990 em Nova York, é comentarista político, apresentador e escritor ligado ao Daily Wire, onde se tornou um dos rostos mais conhecidos ao lado de Ben Shapiro e Matt Walsh.
Formado em História e Italiano pela Universidade de Yale, onde também atuou no teatro, Knowles leva para a comunicação a desenvoltura adquirida nos palcos.
Seu programa mais popular, The Michael Knowles Show, reúne milhões de seguidores apenas no YouTube.
Ganhou notoriedade em 2017 com o lançamento de Razões para Votar nos Democratas: Um Guia Abrangente, um livro satírico cujas páginas estavam em branco.
A provocação transformou a obra em best-seller da Amazon e abriu caminho para sua consolidação na mídia conservadora.
Desde então, publicou outros três livros, incluindo Cale-se: quem controla a opinião controla as mentes, traduzido para o português pela editora LVM.
Nos programas e palestras, Knowles critica o progressismo cultural, rejeita a chamada ideologia de gênero e alerta contra o que considera tentativas de enfraquecer valores tradicionais ocidentais.
Católico praticante, insere com frequência referências religiosas em suas análises, defendendo que a verdadeira liberdade só pode existir quando enraizada na fé e na moral cristã.
Também é presença constante em eventos estudantis promovidos pela Turning Point USA, onde fala a jovens conservadores em universidades.
Combinando carisma, oratória e convicções firmes, Michael Knowles se consolidou como uma das vozes que dão continuidade ao legado de influenciadores como Charlie Kirk no debate conservador contemporâneo. Possui mais de 2 milhões de seguidores em suas redes sociais.
Esses cinco nomes atuam em frentes distintas do conservadorismo americano seja no esporte, na pauta pró-vida, na crítica cultural ou na defesa da liberdade de expressão.
Após a morte de Charlie Kirk, passaram a ocupar maior espaço no debate público, dialogando com o mesmo público jovem que ele ajudou a mobilizar.
O cenário atual não aponta para uma liderança única, mas para uma geração de influenciadores que seguem presentes nas principais arenas de disputa política e cultural nos Estados Unidos.
Assista à cerimônia em homenagem a Charlie Kirk.
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