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Aos 24 anos, o carioca nascido na Cidade de Deus e criado no Complexo do Alemão conquistou milhões de ouvintes com hits como Oh Garota Eu Quero Você Só Pra Mim e participações em projetos como Poesia Acústica 13, acumulando mais de 10 milhões de ouvintes mensais no Spotify.
Filho de Marcinho VP, líder histórico do Comando Vermelho (CV), Oruam carrega nas letras e na vida a marca das favelas, misturando ostentação e referências ao crime que o colocam no centro de um debate acalorado:
Seria ele um poeta da realidade periférica ou um propagador da “narcocultura”?
Suas polêmicas como as acusações de apologia ao crime e ameaças de estupro contra a vereadora Amanda Vettorazzo, fizeram ele ganhar projeção nacional.
Conheça agora MC Oruam e o que está em jogo com sua influência.
Origens e Infância: a vida nas favelas e a sombra do Comando Vermelho
Mauro Davi, conhecido como Oruam, nasceu em 2000 na Cidade de Deus, uma das favelas mais conhecidas do Rio de Janeiro, e cresceu no Complexo do Alemão, outra comunidade marcada pela violência e pela presença do crime organizado.
Sua trajetória foi moldada pelo contexto das favelas e pela figura de seu pai, Marcinho VP, um dos fundadores do Comando Vermelho, preso desde 1996. Abaixo, os principais fatos de sua infância e desenvolvimento inicial:
Nascimento e Família:
Nascido em 2000, filho de Márcio dos Santos Nepomuceno (Marcinho VP), líder do CV, e de uma mãe cuja identidade ele mantém reservada.
Nunca conviveu com o pai em casa, que já estava preso quando Oruam nasceu, mas cresceu sob a influência de sua reputação nas favelas e o visitando algumas vezes por ano na prisão.
Infância nas Favelas
Criado inicialmente na Cidade de Deus, mudou-se para o Complexo do Alemão, onde viveu a realidade de comunidades dominadas por facções.
Exposto desde cedo à violência, à cultura do funk e do rap, que se tornariam sua porta de entrada para a música.
Relação com o crime organizado
Oruam cresceu cercado por figuras ligadas ao CV, incluindo Elias Maluco, traficante condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, a quem chama de “tio de consideração”.
O crime de Elias contra Tim foi de uma brutalidade extraordinária: Tim foi torturado com cigarros, mutilado com uma espada de samurai enquanto ainda estava vivo e, por fim, teve o corpo queimado.
Tim Lopes, jornalista da TV Globo, foi à Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão para investigar denúncias de tráfico de drogas e exploração sexual de menores em bailes funk promovidos pelo Comando Vermelho.
Ele trabalhava em uma matéria para o programa Fantástico, usando uma câmera escondida. Durante a apuração, foi capturado por traficantes liderados por Elias Maluco, torturado e assassinado.
Quando Oruam foi questionado pelo jornalista Roberto Cabrini por ter tatuado um criminoso autor de crimes bárbaros, ele respondeu:
"Eu falo que eu não olho pro erro dele, sabe? Eu olho pra ele. O erro dele eu condeno, ele tá errado. Vou falar que ele tá certo? Ele tá errado. Mas eu amo ele, o que eu faço com ele?”.
A conexão de Oruam com o CV é reforçada por tatuagens de Marcinho VP e Elias Maluco, feitas na adolescência, e por letras que mencionam a facção.
Oruam cantou mais de uma vez em seus shows a música Na Faixa de Gaza, que diz:
“Nós desce pra pista pra fazer o assalto, mas tá fechadão no doze.
Se eu tô de Rolex, 600 argolado, perfume importado, pistola no coldre.
[...] Não somos fora da lei porque a lei quem faz é nós;
Segundo informações obtidas pelo portal Metrópoles, imagens de Oruam ao lado de líderes da facção durante eventos no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, são investigadas pela polícia para averiguar sua conexão com os chefes do CV.
Oruam também já foi preso por fugir da polícia em uma blitz e por ter abrigado um traficante procurado pela polícia que estava com uma arma de uso restrito.
“Quero proibir o Oruam de realizar shows em São Paulo! Apologia às dr0g4s, ao sex0 e às facções criminosas são os principais temas das músicas do rapper Oruam, filho de Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho, organização criminosa que aterroriza o Rio de Janeiro”.
Para ela, músicas como as de Oruam "abriram as porteiras para que rappers e funkeiros começassem a produzir músicas endeusando criminosos e líderes de facções".
O cantor revoltou-se contra a vereadora. Em um vídeo publicado nos stories do instagram, chamou-a de “doente mental ” por propor a lei e usá-lo como exemplo:
“Tu vai proibir é o c**. É só não falar meu nome, se não, você vai conhecer o capeta”.
Disse ainda que “canta o que vive”, referindo-se a Amanda como “sua idiota”.
“Quando é um playboy cantando, ninguém fala nada”, disse carioca de 24 anos, nascido no Complexo do Alemão, no Rio.
O cantor divulgou o perfil dela em seu instagram e escreveu:
“Tropa do 22, vamos dar fama pra ela”.
Além dos seguidores dele ameaçarem ela de morte e de abusos, o próprio Oruam publicou um vídeo nas redes sociais dizendo:
“Pelo amor de Deus, alguém come ela. Dá Jack para ela".
Jack é um termo usado para se referir a estupradores em muitas periferias, incluindo o Rio de Janeiro.
Músicas que auxiliam o crime
Segundo o Capitão Alexandre Antunes, da 1ª Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep), muitas mensagens das músicas de Oruam auxiliam uma estratégia maior do crime organizado, comparando-a a táticas de grupos insurgentes globais:
“Uma dessas frentes de atuação, dessas frentes de avanço do crime organizado, é a frente cultural. E isso não é só a característica das facções no Brasil, né? Todos os grupos insurgentes fazem isso. Então o Talibã fez isso no Afeganistão, o Hamas faz isso, o Hezbollah faz muito isso.
Tem um livro que eu recomendo, chama-se Out of the Mountains: The Coming Age of the Urban Guerrilla, do David Kilcullen. Ele anota tudo isso, ele registra tudo isso aí. E a cultura é uma frente de avanço. Então nós vemos MCs que são financiados pelo crime.”
O capitão Antunes ainda destacou que o pai de Oruam criou uma rede para criar conteúdos relacionados a cultura para promover o crime:
“Tem MC no Nordeste preso por envolvimento com a facção. Qual que era a função dele? A facção lá do Rio Grande do Norte financiava ele pra ele fazer música contra a polícia e a favor do crime. Essa era a função dele na facção.
O Marcinho VP iniciou a Academia Brasileira de Letras do Cárcere. Ele fundou uma Academia Brasileira de Letras do Cárcere, só pra difundir livros que atendam os interesses da facção”.
Oruam começou a rimar na adolescência, influenciado pelo funk carioca e pelo trap, gêneros populares nas favelas.
Ganhou notoriedade local com freestyles e participações em eventos de rua, antes de ser descoberto por produtores como o Papatinho, do Poesia Acústica.
Desenvolvimento Artístico
Em 2019, aos 19 anos, lançou suas primeiras músicas profissionais, como Oh Garota Eu Quero Você Só Pra Mim, que viralizou nas plataformas digitais, chegando a ter mais de 120 milhões de visualizações no YouTube.
Sua ascensão foi impulsionada por colaborações com grandes nomes do rap, como MC Cabelinho e TZ da Coronel, e por uma estética que mistura ostentação (joias, carros de luxo), sexualidade irrestrita e narrativas da favela.
Vida de luxo e ostentação
Oruam vive em uma mansão na Barra da Tijuca. É conhecido por ter animais exóticos em sua casa, como:
Gato Savannah F1 (Malandrex): Híbrido de gato doméstico e serval africano, Malandrex é um Savannah F1, o gato mais caro do mundo (até R$ 120 mil). Três vezes maior que gatos comuns, tem pelagem pintada, comportamento intenso e exige presas frescas ou ração especial. Primeiro Savannah adestrado no Brasil por William Almeida, é ativo, mas pode ser agressivo sem estímulos. Oruam e Fernanda Valença, estudante de Veterinária, mostram seu dia a dia no Instagram, onde viralizou em maio de 2024; Fernanda ganhou outro Savannah.
Macaco: Oruam e Fernanda possuem um macaco, embora detalhes sobre a espécie não sejam amplamente divulgados. A posse de primatas exige autorização do Ibama e cuidados específicos.
Nas redes sociais, Oruam exibe sua riqueza no Instagram, com vídeos em carros, festas e viagens, reforçando a imagem de sucesso. Ele possui uma coleção de veículos de luxo, incluindo um Porsche Carrera 911 (R$ 1 milhão), com um valor total de aproximadamente R$ 11 milhões.
Músicas imorais
Suas músicas destacam o estilo de vida de ostentação, violência a mulher e sexualidade libertina, como:
Música "Diz Aí Qual é o Plano?": "Diz aí qual é o plano? / Tô com as mais gata na minha mão / Louis / Louis Vuitton, Lacoste, gastando grana / Festas, carrão, vida de playboy".
22 Meu Vulgo : "Piranh@ quer colar na porr@ do show / Olha pra minha cara e quer me dar a porr@ da xota / Roça na minha Glock, no bico do meu meiota / Pega na minha pic@, que eu te levo pro céu".
Filha do Deputado (2024, feat. MC Poze do Rodo): "Filha do deputado quer sentar pro menor / Tô de ouro no pescoço, brilhando no rolê / Ela quer o moleque que veio da favela / Dinheiro e putaria, essa é a minha novela".
O comando vermelho e o progressivo domínio do crime no Brasil
Milhares de mães cariocas passam o dia preocupadas se seus filhos voltarão ou não para casa. Elas também precisam estar atentas se suas crianças e adolescentes serão cooptadas pelas facções que dominam a região em que moram.
Um intenso tiroteio durante operação da PM no Complexo de Israel fechou a Avenida Brasil por mais de duas horas, resultando em duas mortes e quatro feridos.
A operação visava prender criminosos envolvidos em roubos de carros e cargas. Bandidos ergueram barricadas e incendiaram… pic.twitter.com/W0NkGkYtcB
Os turistas provam um pouco dessa realidade ao chegar na cidade. A jovem Valentina Betti Simioni foi baleada por tiros de fuzil após seu pai entrar por engano no Complexo da Maré em setembro de 2024. Eles moravam na cidade de Belo Horizonte-MG e estavam no Rio de Janeiro para ir ao Consulado Americano resolver questões do visto.
Nenhum dos criminosos foram presos, uma realidade muito comum no Rio de Janeiro. A cidade tem uma das piores taxas de resolução de homicídio, com apenas 11% dos dados sendo solucionados. Engana-se quem pensa que a criminalidade reside apenas nas ruas.
Uma cidade linda, bela, conhecida por sua rica história, está à mercê do crime que se faz presente desde o controle de facções criminosas nos mototáxi nas favelas até na política partidária. Existe alguma solução para o Rio de Janeiro?
O primeiro passo é compreender o problema. A Brasil Paralelo foi até a cidade para entrevistar pessoas que combatem e vivem com o crime de perto. Uma produção arriscada, com imagens exclusivas de dentro de algumas das favelas mais perigosas do país.
Tudo isso estará disponível em nosso novo documentário “Rio de Janeiro: Paraíso em Chama”. Clique no link abaixo e garanta o seu acesso gratuito: