Falta de dinheiro, insegurança no trabalho e medo do futuro têm impedido milhões de pessoas de formar as famílias que desejam.
A conclusão é do novo relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), publicado nesta semana. Para a entidade, trata-se de um fenômeno sem precedentes.
Após ouvir 14 mil pessoas em 14 países, incluindo o Brasil, a ONU constatou que uma em cada quatro vive em nações onde a população já começou a encolher devido à queda nas taxas de natalidade.
Segundo o relatório, esse declínio impacta diretamente o futuro das sociedades.
De acordo com o levantamento, a taxa de fecundidade vem despencando em países de todos os continentes, inclusive no Brasil. Em cada dez pessoas entrevistadas, quatro afirmaram que não conseguiram ou não conseguirão ter o número de filhos que desejam.
A maior parte (39%) apontou os custos financeiros como principal barreira.
Outros citaram o desemprego, a falta de moradia e o medo de criar filhos em um mundo instável. Segundo Natalia Kanem, diretora do UNFPA:
“As taxas de fertilidade estão caindo em grande parte porque muitos sentem que não conseguem criar as famílias que desejam. E essa é a verdadeira crise”.
O relatório entrevistou adultos em 14 países, entre eles Brasil, Coreia do Sul, Índia, México, EUA e Suécia, cobrindo cerca de um terço da população global. Os dados revelam que:
Na Coreia do Sul, 58% dos entrevistados disseram que o custo de vida impede que tenham filhos. Na Suécia, país com um dos melhores índices de bem-estar do mundo, esse número ainda é de 19%.
Apesar do desejo declarado por mais filhos, o planejamento familiar está sendo frustrado por dificuldades econômicas e sociais.
O país já registra uma taxa de fecundidade abaixo do nível de reposição populacional (2,1 filhos por mulher).
“A verdadeira crise é quando a decisão mais importante da vida, quando e com quem ter filhos, não pode ser tomada com liberdade”, afirma o documento.
A ONU alerta que esse declínio demográfico pode trazer consequências graves nas próximas décadas: envelhecimento da população, escassez de mão de obra e colapso em sistemas de previdência.
O relatório enfatiza que a resposta não deve ser forçar políticas natalistas, e sim remover os obstáculos que impedem as pessoas de formar a família que desejam.
A proposta do UNFPA é dar suporte para que as famílias possam crescer naturalmente, e não por imposição do Estado. Isso inclui:
“Nosso objetivo não deve ser gerar números de fertilidade, mas permitir que cada pessoa decida com liberdade e responsabilidade sobre sua vida reprodutiva”, conclui a publicação.
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