O Corpus Christi, expressão em latim que significa "Corpo de Cristo", é uma das festas mais tradicionais da Igreja Católica. Celebrada sempre numa quinta-feira.
O dia da semana escolhido não é aleatório: Cristo reuniu os Apóstolos e instituiu a Eucaristia na quinta-feira, um dia antes de seu sacrifício na sexta-feira da paixão.
Apesar de seu significado religioso, Corpus Christi não é feriado nacional no Brasil. O governo federal o classifica como ponto facultativo, o que abre margem para que cada cidade ou estado decida se adota o dia como feriado religioso oficial.
Neste ano, a celebração será em 19 de junho e será feriado em pelo menos 14 capitais brasileiras. Outras 12 decretaram ponto facultativo.
Veja a seguir onde a data será considerada feriado e o que isso significa para trabalhadores do setor público e privado.
O que é ponto facultativo?
Quando uma data é classificada como ponto facultativo, os órgãos públicos podem suspender o expediente, mas empresas privadas não são obrigadas a liberar seus funcionários. Ou seja, tudo depende da política adotada por cada empregador.
A festa de Corpus Christi é uma solenidade da tradição católica que celebra o mistério da Eucaristia.
A celebração ocorre sempre numa quinta-feira, em referência à Última Ceia de Cristo com seus apóstolos, que também aconteceu numa quinta.
A Igreja ensina que, ao participar da Missa e receber a Comunhão, o fiel entra em contato direto com o mistério central do Cristianismo. De acordo com o artigo 1324 do Catecismo da Igreja Católica:
A Eucaristia é ‘fonte e cume de toda a vida cristã’. ‘Os restantes sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa’”.
A festa foi instituída oficialmente em 1264 pelo Papa Urbano IV, mas nasceu da iniciativa de uma freira belga: Santa Juliana de Cornillon, que teria recebido uma revelação sobre a importância de uma celebração pública dedicada exclusivamente à Eucaristia.
A proposta começou em Liège, se espalhou por dioceses da Bélgica e Alemanha, e foi adotada posteriormente pela Igreja em todo o mundo.
Os textos da celebração de Corpus Christi foram compostos pelo filósofo e teólogo São Tomás de Aquino.
Um dos elementos mais visíveis e simbólicos da festa de Corpus Christi são os tapetes coloridos feitos nas ruas por onde passa a procissão de Corpus Christi. Mas poucos sabem de onde veio esse costume.
A tradição remonta ao Domingo de Ramos, quando Jesus entrou em Jerusalém e foi recepcionado com ramos sobre o caminho. Na Europa medieval, essa reverência foi ressignificada em festas religiosas.
Os tapetes de serragem, sal colorido, flores, pó de café e outros materiais começaram a ser feitos em Portugal, e foram trazidos ao Brasil pelos colonizadores.
Representam um gesto de honra ao Cristo Eucarístico, presente na hóstia consagrada que é levada solenemente em procissão.
Assim como se abre caminho para os reis, para os católicos os tapetes são uma forma de preparar o caminho para o Rei dos Reis.
O Corpus Christi segue sendo uma data relevante no calendário civil e religioso do país. Em algumas cidades, altera o funcionamento do setor público e privado; em outras, passa quase despercebido.
Ainda assim, o dia guarda um papel singular: é um marco da permanência de tradições que resistem ao tempo, às reformas e às mudanças culturais.
Sua presença nos calendários municipais, nas ruas enfeitadas com tapetes e nas agendas das comunidades locais é sinal de que certas datas, mesmo sem força de lei federal, continuam mobilizando a sociedade, por convicção, costume ou memória.
Compreender o Corpus Christi, portanto, é também entender como o Brasil lida com o simbólico, com o religioso e com o coletivo, mesmo em uma era marcada por rotinas aceleradas e valores fragmentados.
No Especial Corpus Christi, o professor Raphael Tonon explica o significado e a história por trás dessa solenidade católica. Além disso, o historiador percorre as origens e a evolução da celebração ao longo dos séculos.
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