“A mais extrema, cruel e angustiante forma de punição”, diz o Dr. Pierre Barbet, cirurgião do Hospital Saint Joseph de Paris, em seu livro A Paixão de Cristo segundo o cirurgião, onde descreveu de forma médica como Jesus morreu.
A descrição da morte de Jesus está presente nos quatro evangelhos canônicos da bíblia: Mateus, Marcos, Lucas e João. Mas existem ainda outras fontes históricas que relatam a morte de Jesus.
Coube a um cirurgião investigar esses relatos para entender o que aconteceu com Jesus em cada momento da crucificação. Entretanto, antes de conhecer a visão de um médico sobre como Jesus morreu, alguns detalhes precisam ser relembrados.
Estima-se que a crucificação de Jesus tenha acontecido entre os anos 30 d.C e 33 d.C. A pedido dos judeus, ele foi levado a Pôncio Pilatos para receber uma sentença de morte. Este episódio também é chamado de Paixão de Cristo, aspecto central da teologia cristã, e inclui a doutrina da salvação e da expiação dos pecados da humanidade.
A crucificação de Jesus é um evento firmemente estabelecido na história, confirmado pela múltipla atestação de autores cristãos e não cristãos, que escreveram o mesmo conteúdo em momentos distintos e sem terem se encontrado.
Apenas um evento real teria a força de dividir a história da humanidade em antes e depois de um modo tão cristalizado e forte. Muitos já tinham morrido em uma cruz, mas foi a morte de um galileu em específico que impactou civilizações inteiras para sempre.
Uma das primeiras atestações da morte de Jesus, escrita por uma pagã, é a carta de Mara Bar-Serapion dirigida ao seu filho. Provavelmente, a carta é de 73 d.C. Nela, há referências às injustiças cometidas contra três sábios: Sócrates, Pitágoras e o sábio rei dos judeus.
Contemporaneamente, o historiador Lawrence Mykytiuk publicou um artigo condensando as informações sobre a vida de Jesus contidas nas principais fontes pagãs e judaicas. As principais foram a de Tácio, Josefo e escritos rabínicos dos primeiros séculos da era cristã.
No início do século II, Tácio, um dos maiores historiadores romanos, em Os Anais, descreveu a perseguição que os cristãos sofreram por parte de Nero. Também afirmou que Pilatos mandou matar Jesus:
“Nero reprimiu sua culpa e infligiu as mais requintadas torturas numa classe detestada por suas abominações, chamados de cristãos pela população. Christus, de quem se origina o nome, sofreu a pena capital durante o reinado de Tibério pelas mãos de um de nossos procuradores, Pôncio Pilatos.”
Flávio Josefo, em Antiguidades Judaicas, afirma a morte de Jesus sob Pôncio Pilatos. A obra é de 93 d.C.
“Vivia naquele tempo Jesus, um homem sábio, … Ele atraiu para junto de si muitos judeus e muitos gentios… E quando Pilatos, por sugestão dos principais homens entre nós, condenou-o à cruz…”
Até mesmo o Talmude babilônico aborda o tema de como Jesus morreu por crucificação:
“Na véspera da Páscoa, Yeshu foi pendurado. Por quarenta dias antes da execução, um mensageiro apareceu e exclamou: ‘Ele seguirá sendo apedrejado pois ele praticou a bruxaria e levou Israel para a apostasia. Quem puder dizer algo em sua defesa, que se apresente e o defenda’. Como desde então ninguém se apresentou em sua defesa, ele foi pendurado na véspera da Páscoa!”
Mesmo os quatro evangelhos são provas históricas de que Jesus de Nazaré realmente existiu e foi crucificado. Eles descreveram a morte de Jesus em períodos distintos e escreveram seus evangelhos sem se consultarem.
Lucas, nem mesmo foi apóstolo, nada presenciou, mas ouviu a descrição de Paulo de Tarso, que se tornou apóstolo tardiamente e também nada havia presenciado.
Marcos, igualmente, não foi apóstolo, mas ouviu os relatos diretamente de Pedro.
O relato dos apóstolos e dos varões apostólicos coincide e confirma o mesmo fato, o que constitui prova histórica.
O intuito deste artigo é fazer uma descrição do que aconteceu fisiologicamente no corpo de Jesus ao longo de todas as suas horas de sofrimento. Por essa razão, é necessário relembrar, de forma resumida, o que aconteceu em cada hora desde o momento em que ele foi preso até sua morte.
As últimas horas da vida de Jesus são resumidas assim:
Jesus foi crucificado no Gólgota ou Calvário, isto é, o lugar das caveiras. Ficava fora dos muros da cidade de Jerusalém, acessível aos que passavam e fácil de ser observado à distância.
Em aramaico, calvário é Gûlgaltâ, gólgota, o lugar da crucificação. Tradicionalmente, os católicos consideram que esse lugar já havia sido atestado no século IV. Está dentro da atual Igreja do Santo Sepulcro no Bairro Cristão da Cidade Velha.
Mateus relata diversas pessoas presentes. Havia dois ladrões que também foram crucificados, um de cada lado de Jesus, um centurião romano posteriormente identificado como Petrônio e alguns outros soldados.
Algumas mulheres também estavam presentes, destacando-se Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José e a mulher de Zebedeu.
João, autor de um dos evangelhos, também estava presente.
Teologicamente, a tradição cristã afirma que Jesus morreu para salvar a humanidade, que precisava ser redimida de seus pecados. Sua morte foi um ato de amor.
Desconsiderando a explicação religiosa, Ele foi morto por ser considerado perigoso, já que tinha apoio do povo e poderia ser uma ameaça ao poder dos judeus e dos romanos.
O responsável legal pela morte de Jesus foi Pôncio Pilatos. Foi ele quem o sentenciou à morte por crucificação, embora esse tenha sido o pedido dos judeus.
A punição mais comum entre os judeus era o apedrejamento. Já os romanos, decapitavam, queimavam, entregavam a vítima aos animais ou a empalavam. Mas de todas as formas, a pior era a crucificação, reservada apenas aos principais inimigos de Roma, acusados de se rebelar contra César.
Quando Jesus foi levado diante de Pilatos, os sumos sacerdotes judeus e os fariseus insinuaram que Jesus se considerava Rei dos judeus. Essa acusação tinha uma dupla gravidade: para os judeus isso era uma blasfêmia e para os romanos uma afronta ao único rei que era o imperador em Roma.
Basicamente, o império romano usava quatro tipos de cruzes:
Não era necessário crucificar os condenados exclusivamente dessa forma. A crucificação poderia acontecer em árvores, muros e paredes.
Baseando-se no evangelho de Mateus, acredita-se que Jesus morreu crucificado na Comissata ou na Latina. Em ambas seria possível anexar o titulus.
Sabe-se que na cruz de Jesus estava escrito “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus” em hebraico, latim e grego.
Em relação à altura da cruz, o que também confirma a possibilidade de terem sido a Comissata ou Latina é o fato dos soldados terem necessitado de um caniço para dar de beber a Jesus e de terem usado uma lança para perfurá-lo.
Não há consenso, mas há uma concordância geral de que a morte de Jesus aconteceu em uma sexta-feira, durante o governo de Pôncio Pilatos, entre os anos 30 d.C e 33 d.C.
No Evangelho de Marcos (15,25), ele afirma que a crucificação ocorreu na hora terceira (9h da manhã) e que a morte de Jesus ocorreu na hora nona (15h).
Para Colin J. Humphreys, professor e diretor de pesquisa em Cambridge, em O mistério da última ceia, descreve:
“Mas sabe-se que morreu no reinado de Tibério César (que durou de 14 a 37 d. C.), executado por Pilatos (prefeito da Judéia de 26 a 37 d. C.) e quando Caifás era sumo sacerdote (entre 18 e 36 d. C.). Ou seja, Jesus morreu entre 26 e 36 d. C. Nesse intervalo de 10 anos, a maioria dos grandes especialistas bíblicos inclina-se sobretudo para duas datas: 30 d. C. e 33 d. C. Mas sem certezas. Além disso, falta descobrir o dia do mês, os quatro evangelhos afirmam apenas ter sido no dia antes do sabat, ou seja, numa sexta-feira.”
E como o jantar da Páscoa Judaica deveria acontecer no 15º dia do primeiro mês do ano religioso judeu, isso significa que Jesus pode ter morrido em Março ou Abril.
Finalmente, para responder à pergunta “como Jesus morreu”, o que se segue é um resumo do que está no livro do Dr. Pierre Barbet, cirurgião do Hospital Saint Joseph de Paris, em seu livro A Paixão de Cristo segundo o cirurgião.
Desde o século I, existem publicações de relatos médicos sobre a crucificação e morte de Jesus.
Atualmente, com o conhecimento que se tem da fisiopatologia de um paciente com traumas por grandes feridas, pode-se inferir quais foram as mudanças fisiológicas ocorridas no corpo de Jesus durante a crucificação.
“E seu suor tornou-se como que coágulos de sangue caindo pelo chão” (Lucas 22,44).
Dentre os evangelistas, Lucas foi o único a relatar esse fenômeno do suor de sangue. Não por coincidência, ele era médico.
A hematidrose (hematihidrosis ou hemohidrosis) é um fenômeno raro mas bem documentado. Aparece, segundo o Dr. Le Bec “em condições completamente especiais: uma grande debilidade física, acompanhada de um abalo moral, seguido de profunda emoção, de grande medo”.
Lucas exprime por “agonia” o que em grego significa luta, ansiedade e angústia. Isso pode desencadear a dilatação dos vasos capilares que ficam sob a pele, que se rompem em contato com os fundos-de-saco de milhões de glândulas de suor.
Nesse contato, o sangue se mistura ao suor e se coagula na pele após a exsudação. É esta mistura de suor e de coágulos que se reúne e escorre por todo o corpo em quantidade suficiente para cair por terra.
Essa hemorragia microscópica se produz em toda a pele, que fica atingida e prejudicada em seu conjunto e, de algum modo, dolorida, e mais sensível para todos os golpes futuros.
Uma vez preso e aguardando o julgamento de Caifás, Jesus recebeu bofetadas e socos. Foi colocado um véu sobre sua cabeça e cada um o golpeou ali. Com o corpo já completamente dolorido, os tapas reboaram e sua cabeça ressoava latejando.
Provavelmente, neste momento ele sentiu as primeiras vertigens, ou seja, perda de equilíbrio.
Jesus já foi apresentado diante de Pilatos com equimoses (hematomas) e escarros. Como foi entregue para ser flagelado, foi levado ao lugar chamado pretório, onde foi desnudado e amarrado com os braços esticados para cima e os punhos amarrados no alto de uma coluna.
A flagelação era uma preliminar legal em toda execução romana. A lei hebraica fixava que 39 golpes deveriam ser dados. Mas os carrascos não seguiram esse número e foram até o limite da síncope (desmaio). Eram dois algozes, um de cada lado.
O Dr. Barbet também estudou detalhadamente o Sudário de Turim. Pelas análises, as marcas dos flagelos podem ser vistas nas espáduas, costas, rins e também no peito.
As chicotadas vão até às coxas e barriga-das-pernas; e aí, a extremidade das correias, além das balas de chumbo, contorna o membro e marca seu sulco até a face anterior das pernas.
Aos primeiros golpes, as correias deixaram longos riscos azuis de equimose subcutânea em uma pele já sensibilizada e dolorida pelas milhões de pequenas hemorragias intradérmicas do suor de sangue.
Os soldados usavam açoite curto (flagram ou flagellum) com várias cordas ou correias de couro, com bolas de ferro ou pedacinhos de ossos nas pontas. As bolas de ferro causavam contusões e hematomas, mas com ossos, rasgavam a pele e o tecido subcutâneo.
Durante o açoite, as lacerações cortavam até mesmo os músculos, produzindo tiras sangrentas de carne rasgada. Essa era a criação das condições para perder líquidos como o próprio sangue e o plasma.
Diz o doutor:
“As balas de chumbo marcam mais. Em seguida a pele, infiltrada de sangue, mais sensível, é dilacerada por novos golpes. O sangue jorra, pedaços se destacam e ficam pendentes. Toda a face posterior não é outra cousa senão uma superfície vermelha sobre a qual se destacam grandes vergões jaspeados; cabeça Lhe gira com sensações de vertigem e náuseas, calafrios Lhe passam ao longo da espinha”.
Após a flagelação, os soldados colocaram sobre a cabeça de Jesus uma coroa de espinhos. Comum na região da Palestina, foi usado o espinho Zizyphus ou Azufaifo, chamado Spina Christi, espinhos agudos, longos e curvos.
Os soldados teceram a coroa de espinhos em uma espécie de fundo de cesta, que Lhe aplicam sobre o crânio. Não foi uma tiara, como se representa, mas tinha formato de capacete e abrangia todo o crânio.
Os juncos torcidos envolveram a cabeça entre a nuca e a testa. Os espinhos penetraram no couro cabeludo, parte esta do corpo extremamente sensível e que sangra muito. Logo o crânio ficou todo pegajoso de tantos coágulos.
Observando o sudário, o Dr. Barbet notou também uma horrível chaga contusa no nariz de Jesus, que ficou deformado por uma fratura da aresta cartilaginosa.
Primeiro, arrancam-Lhe a clâmide (manto) que já estava colada a todas as suas feridas. O sangue que já havia secado voltou a escorrer e um grande calafrio lhe perpassou.
Fizeram-no vestir de novo suas próprias roupas que logo se tingiram de vermelho. Jesus caminhou descalço pelas ruas de um solo escabroso semeado de pedregulhos. Com frequência caiu sobre os joelhos, que em pouco tempo não eram outra coisa senão uma só chaga.
Quantos quilos pesava a cruz que Jesus carregou?
Ele carregou a cruz do poste de flagelação até o lugar da crucificação. A cruz pesava mais de 300 libras (136 kg). Mas somente o patíbulo, parte horizontal, foi colocado sobre sua nuca, balançando sobre os dois ombros. Pesava entre 75 e 125 libras, aproximadamente 30 kg.
O caminho tinha aproximadamente meio quilômetro, por volta de 600 metros. Finalmente, ele chega ao topo, onde será crucificado.
Antes de iniciar a crucificação no calvário, foi oferecida a Jesus uma bebida narcótica (vinho com mirra e incenso), para diminuir a dor. Ele recusou.
No decorrer do caminho, sua túnica estava mais uma vez colada em suas chagas, em todo o seu corpo.
Cada fio de lã estava colado à sua superfície despida, e quando eram retirados, cada um dava a sensação de arrancar uma das inumeráveis terminações nervosas deixadas a descoberto nas chagas.
“Choques dolorosos se adicionam e se multiplicam, aumentando cada um para o seguinte a sensibilidade do sistema nervoso. Ora, não se trata aqui de lesão local, mas de quase que toda a superfície do corpo, e sobretudo daquelas lamentáveis costas”.
“Colocaram-n’O ao pé do “stipes”, com as espáduas deitadas sobre o “patibulum”. Os carrascos tomam as medidas. Um golpe inicial para preparar os buracos dos cravos, o nervo mediano fora atingido”.
Jesus experimentou uma dor inenarrável, que se espalhou por seus dedos, subiu como uma língua de fogo até a espádua e prorrompeu no cérebro. Isso quase sempre acarreta a síncope.
Os pregos ou cravos, tinham um diâmetro na cabeça de 13 cm e comprimento de 18 cm, e eram cravados sobre os pulsos, pois se fosse nas mãos, elas se rasgariam completamente.
Provavelmente foram colocados entre o rádio e os metacarpianos; ou entre duas fileiras de ossos carpianos, perto ou através do forte flexor retinaculum e demais ligamentos intercarpais.
A possibilidade de uma ferida perióssea dolorosa foi grande, bem como a lesão de vasos arteriais tributários da artéria radial ou cubital. O cravo penetrado destruía o nervo sensorial motor, ou comprometia o nervo médio, radial ou o nervo cubital.
A afecção de qualquer destes nervos produziu tremendas descargas de dor em ambos os braços. O empalamento de vários ligamentos provocou fortes contrações nas mãos.
“As agudas pontas do grande chapéu de espinhos dilaceraram o crânio mais profundamente ainda. Sua pobre cabeça pende agora para a frente, porque a espessura de sua corôa impede de repousar sobre a madeira, e, cada vez, que a ergue renova as picadas”.
Sob uma pequena pirâmide truncada, os pés foram posicionados e pregados por um prego de ferro entre o primeiro e o segundo espaço intermetatasiano. Consequentemente, o nervo profundo do perônio e ramificações dos nervos médios foram feridos.
Não há consenso se apenas um prego foi utilizado para ambos os pés ou se foram dois.
Nas palavras de São Meliton de Sardes, vê-se que:
“Os padecimentos físicos já tão violentos ao fincar os pregos, em órgãos extremamente sensíveis e delicados, faziam-se ainda mais intensos pelo peso do corpo suspenso pelos pregos, pela forçada imobilidade do paciente, pela intensa febre que sobrevinha, pela ardente sede produzida por esta febre, pelas convulsões e espasmos, e também pelas moscas que o sangue e as chagas atraíam”.
Nesta longa sequência que explica como Jesus morreu, vale lembrar que ele não tinha comido nada desde a véspera da tarde. Aproximava-se ao meio-dia e ele já tinha perdido muita massa sanguínea. Jesus tinha sede.
Jesus sofreu múltiplos traumas e contusões. Com tantos ferimentos e dores, a crucificação aumentava sua dor nos braços e nas pernas, interferindo na respiração normal, principalmente na exalação.
Os braços ficaram estendidos, mas o peso do corpo os puxava para baixo. Por essa razão, os músculos intercostais ficavam em um estado de inalação, afetando a inalação passiva, diafragmática e muito leve.
Respirar assim era insuficiente e aumentava a retenção de CO2 (hipercapnia). Para respirar e inalar o suficiente, Jesus precisava se apoiar nos pés, flexionar os braços e depois soltar o corpo para conseguir exalar.
A flexão dos cotovelos causava a rotação dos pulsos em torno dos pregos de ferro e esse movimento retomava em seu corpo dores semelhantes a de ser novamente pregado, porque o movimento fazia roçar os nervos e músculos lacerados nos pregos.
Durante horas de fadiga, teve cãibras musculares e contraturas tetânicas. Isso fazia com que os músculos dos braços ficassem mais rígidos espontaneamente por uma contração que se acentuava cada vez mais.
“Os deltóides, os bíceps estão entesados e salientes, os dedos se crispam. Câimbras! É o que chamamos de tetania, quando as câimbras se generalizam, e eis que apareceu. Os músculos do ventre se enrijecem como em ondas congeladas, depois os intercostais, em seguida os músculos do pescoço e os músculos respiratórios”.
“A respiração tornou-se a pouco e pouco mais curta, superficial. As costelas já elevadas pela tração dos braços, ainda se sobreelevarn; o epigastro se cava e também o mesmo acontece com as covas das clavículas. O ar penetra sibilando, mas quase não sai mais. Respira só no alto, inspira um pouco e não mais consegue expirar”.
Com a respiração cada vez mais fatigante e agonizante, eventualmente aconteceria a morte por asfixia.
“O rosto pálido pouco a pouco fica corado, vermelho, passa ao violeta púrpura e em seguida ao azul. É a asfixia. Os pulmões, fartos de ar, não conseguem se esvaziar”.
“Os tornozelos e os joelhos, a pouco e pouco, se estendem e o corpo, a arrancões, se ergue, aliviando assim a tração dos braços (tração que era de mais de 90 quilos para cada mão). Então, eis que o fenômeno diminui por si mesmo, a tetania regride, os músculos se distendem, pelo menos os do peito. A respiração torna-se mais ampla e mais profunda, os pulmões se desenfartam e, dentro de pouco, o rosto retoma sua palidez anterior”.
Todo esse esforço foi feito porque Ele queria falar.
Os evangelistas registraram sete frases ditas por Jesus enquanto estava na cruz:
Era de costume deixar que os corpos ficassem longas horas pendentes na cruz, até mesmo à putrefação até que feras ou aves de rapina devorassem as carcaças.
Para acelerar o fim dos condenados, costumava-se também quebrar suas pernas a golpes, para que não conseguissem se impulsionar para respirar. Essa operação era o crurifragium.
Com Jesus isso não aconteceu, porque já tinha morrido. Entretanto, um dos soldados romanos quis dar em Jesus o chamado golpe de misericórdia e traspassou-lhe o peito com uma lança.
O relato bíblico aponta que nesta hora saiu do lado de Jesus sangue e água. Os médicos concluíram que o pericárdio (saco membranoso que envolve o coração) deve ter sido alcançado com a lança. Outra alternativa é que tenha sido perfurado o ventrículo direito ou até um hemopericárdio postraumático.
A profusão de sangue pode ter vindo do fluido de pleura e do pericárdio.
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