Há alguns anos, a ativista ambiental Greta Thunberg chamou a atenção do mundo ao falar que a espécie humana está à beira da extinção durante seu discurso na ONU:
“Nós estamos vivenciando o começo de uma extinção em massa. E tudo o que vocês fazem é falar de dinheiro e de contos de fadas sobre um crescimento econômico eterno.”
Ela alertava para a questão do aquecimento global, um dos assuntos mais abordados pela ciência no debate público.
A narrativa de que as mudanças climáticas estariam colocando a humanidade cada vez mais próxima de seu fim também tem sido difundida por outros ambientalistas.
Roger Hallam, fundador do grupo Extinction Rebellion, chegou a falar que as mudanças causariam um cataclisma que poderia acabar com a vida de 6 bilhões de pessoas até o ano de 2100.
No entanto, estudos realizados por autoridades ambientais e órgãos internacionais apresentam um cenário bem diferente.
O jornalista e escritor Leandro Narloch reuniu alguns dados em um vídeo divulgado em suas redes sociais.
Ele menciona que um estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), um órgão da ONU para acompanhar as mudanças climáticas.
O relatório estima cerca de nove milhões de mortes ligadas ao aquecimento global todos os anos até 2100:
“Mais de nove milhões de mortes relacionadas ao clima por ano estão projetadas até o final do século, em um cenário de altas emissões e levando em conta o crescimento populacional, o desenvolvimento econômico e a adaptação.”
Narloch fez os cálculos com base nos números apresentados pelo IPCC e mostrou que o aquecimento global seria responsável por cerca de 9% das mortes no período:
“A tendência até 2100 é de que morram cerca de 100 milhões de pessoas por todas as causas por ano, teríamos um acréscimo de 9% a mais de mortes por ano até 2100. Isso considerando o pior cenário, o mais pessimista e cada vez menos provável”.
Isso significa que as mudanças climáticas poderão ser responsáveis por muitas mortes, porém o número está longe da tragédia narrada pelos ambientalistas.
Outro documento citado por Narloch foi uma publicação na qual a OMS estima 250 mil mortes adicionais causadas pelas mudanças climáticas entre 2030 e 2050.
“A OMS projeta, de forma conservadora, 250.000 mortes adicionais por ano na década de 2030 devido aos impactos das mudanças climáticas em doenças como malária e inundações costeiras”, explica a agência.
O órgão também alega que o aquecimento global já estaria fazendo vítimas atualmente.
Segundo o levantamento, 37% das mortes relacionadas ao calor estão associadas à ação humana. Além disso, houve um aumento de 70% das mortes causadas pelo calor entre pessoas acima de 65 anos.
Apesar do número poder ser considerado grande, Narloch o coloca em perspectiva com outras causas de morte, como acidentes de carro.
Dados da OMS apontam que quase 1,2 milhão de pessoas morrem em acidentes de carros todos os anos.
Um levantamento publicado na Revista Nature estima que o mundo terá cerca de 83 milhões de mortes causadas diretamente pelo aquecimento global até 2100.
“No total, constatamos que há 83 milhões de mortes excedentes cumulativas projetadas entre 2020 e 2100 na estimativa central do cenário de emissões de referência do DICE.”
Narloch destaca que o número é grande, mas representa aproximadamente 1% de todas as mortes que deverão acontecer até o fim do século XXI:
“No período todo, o total de mortes previstas no mundo é de 8 bilhões, então o impacto do aquecimento global estará próximo a 1% do total de mortes.”
Para Narloch, ativistas superdimensionam os riscos e acabam distorcendo a realidade estatística e enfraquecendo a credibilidade da causa.
O jornalista acredita que, encarar o aquecimento global com seriedade passa justamente por focar em soluções práticas e proporcionais aos impactos projetados.
O perigo existe, mas não na escala de “extinção em massa” que muitas vezes se propaga no debate público.
O meio ambiente é uma das pautas mais debatidas por políticos e cientistas no mundo contemporâneo.
A Brasil Paralelo investigou o tema a fundo com o documentário Cortina de Fumaça. Assista completo abaixo:
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