O governo do Brasil lançou o calendário oficial que revela quando será a COP 30 e quais assuntos devem ser debatidos a cada dia.
A cúpula climática da ONU ocorrerá entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025 na capital do estado do Pará, Belém. Será a primeira vez que o evento será sediado no Brasil.
Dentre os principais temas, está um financiamento para projetos ambientais de países emergentes que deve chegar a 1,3 trilhões ao ano e uma nova matriz de indicadores ambientais que pode conter até 100 critérios de análise. Conheça os demais assuntos
Realizada pela primeira vez em solo brasileiro, a COP 30 está marcada para acontecer entre os dias 10 a 21 de novembro de 2025, na cidade de Belém, capital do Pará, Brasil.
Antes disso, ocorrerá nos dias 6 e 7 de novembro a Cúpula dos Líderes, uma parte oficial anterior ao início formal da COP 30. É um encontro de chefes de Estado que visa reafirmar compromissos climáticos de alto nível.
O calendário oficial inclui os seguintes direcionamentos:
Segundo o governo brasileiro, os principais temas da COP 30 serão:
Junto ao financiamento climático, a adaptação se consolidou como uma das pautas centrais. Esse tema exige planejamento de longo prazo e investimentos direcionados às especificidades regionais.
Enchentes, secas prolongadas, ondas de calor e outros eventos extremos já afetam cidades e comunidades em várias partes do mundo, impondo perdas sociais e econômicas.
Objetivo do Acordo de Paris terá de ser revisto. Fortalecer a capacidade de adaptação das sociedades e reduzir a exposição de populações e territórios aos riscos climáticos se torna imprescindível.
Diferentemente da mitigação, em que a redução de emissões pode ser quantificada com maior clareza, o progresso em adaptação é mais difícil de medir.
Desde a COP28 está sendo discutida a criação de um conjunto de indicadores globais, que poderá chegar a até 100 critérios diferentes. A expectativa é que a COP30 conclua esse trabalho, oferecendo parâmetros concretos para acompanhar os resultados.
A chamada transição justa está no centro das discussões internacionais. Ela busca assegurar que a mudança para uma economia de baixo carbono não aprofunde desigualdades sociais já existentes.
A adaptação dos sistemas deve ser acompanhada de medidas que reduzam os impactos socioeconômicos. Ao mesmo tempo, o tema envolve a valorização de direitos humanos, igualdade de gênero, participação da juventude e a criação de empregos sustentáveis.
Ainda não existe consenso sobre quais dimensões a transição justa deve contemplar de maneira prática. Há grande expectativa de que a COP30 avance nessa pauta e estabeleça parâmetros mais claros para orientar políticas públicas e compromissos internacionais.
Um dos maiores desafios enfrentados nas negociações climáticas é a transição para além dos combustíveis fósseis.
Houve avanços desde o Acordo de Paris. Antes, a previsão que era de um aumento de até 4°C até o fim do século, passou a ficar entre 2°C e +2,8°C.
A pesquisadora Brenda Brito da ONG Imazon ainda vê o caminho como insuficiente para manter as metas globais de segurança climática. O relatório da ONU sobre a Lacuna de Emissões de 2023 reforça esse alerta ao mostrar que as promessas feitas até agora não bastam para atingir os objetivos acordados.
A Agência Internacional de Energia (AIE) já recomenda, desde 2021, que não sejam iniciados novos projetos de petróleo, gás ou carvão, mas muitos países seguem ampliando sua produção.
O Brasil se insere nessa contradição. Enquanto avança na redução do desmatamento da Amazônia, também expande sua exploração de petróleo, especialmente na camada do pré-sal.
Destaca-se também a postudo do Presidente Trump, que retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris. Além disso, a maior economia do mundo provavelmente não estará presente para o evento ambientalista em Belém.
O Brasil planeja aproveitar a COP30 para lançar o Fundo de Financiamento para Florestas Tropicais (TFFF). A iniciativa tem como objetivo mobilizar mais de US$ 100 bilhões destinados a recompensar países que obtiverem resultados concretos na redução do desmatamento.
A proposta busca valorizar economicamente os serviços ambientais prestados e reconhecer seu papel no equilíbrio climático global, incentivando políticas de preservação de longo prazo.
No Acordo de Paris, os países desenvolvidos assumiram o compromisso de destinar US$ 100 bilhões anuais para apoiar ações climáticas em nações em desenvolvimento.
Esse valor não foi capaz de atingir os objetivos desejados. Estimativas atualizadas indicam que seriam necessários até US$ 1,3 trilhão por ano para financiar medidas de mitigação, adaptação e reparação de perdas e danos decorrentes de eventos extremos.
Na COP29, houve um avanço com o estabelecimento de uma nova meta de US$ 300 bilhões anuais. Apesar de representar um passo importante, o montante ainda está bem distante das necessidades alegadas.
A expectativa é que a COP30 em Belém se torne um marco na articulação de novas estratégias de financiamento climático global.
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