“O roubo no Louvre é um ataque a um patrimônio que prezamos, porque é a nossa história”, declarou o presidente Emmanuel Macron ao comentar o crime no museu mais visitado do mundo.“
Nove peças foram subtraídas do Museu do Louvre, em Paris, neste domingo (19) após um roubo que abalou a França.
Um grupo de criminosos invadiu o edifício e levou peças da coleção real francesa. O crime ocorreu por volta das 9h30 da manhã (4h30 em Brasília), cerca de meia hora após a abertura ao público.
De acordo com o Ministério do Interior da França, os assaltantes usaram uma plataforma acoplada a um caminhão para alcançar o primeiro andar do museu. Eles arrombaram uma janela, quebraram vitrines e fugiram em motos. A operação durou menos de dez minutos.
“Eles claramente fizeram um reconhecimento prévio. Parecem muito experientes”, afirmou o ministro do Interior, Laurent Nuñez, descrevendo o episódio como um “grande roubo” e destacando que as joias levadas têm “valor inestimável”.
As investigações indicam que três ou quatro homens mascarados participaram da ação. Testemunhas relataram que dois deles usavam coletes de operários enquanto manobravam a plataforma utilizada para acessar a Galeria de Apolo.
Os criminosos cortaram o vidro das vitrines com ferramentas elétricas, recolheram as peças e escaparam por uma saída lateral. A coroa da imperatriz Eugênia, composta por 1.354 diamantes e 56 esmeraldas, foi encontrada danificada nas ruas de Paris.
A polícia investiga a possibilidade de cumplicidade interna. Os criminosos teriam acessado o prédio por uma área em obras na fachada voltada para o rio Sena e usado o elevador de carga para alcançar a galeria.
A imprensa francesa informou que foram levadas nove peças, entre elas um colar, uma tiara, um broche e a coroa da coleção de Napoleão e da imperatriz Eugênia.
A peça foi usada por Hortênsia de Beauharnais, filha da imperatriz Josefina, e depois por Maria Amélia de Bourbon-Siciles, esposa de Luís Filipe, rei da França.
O conjunto foi um presente de casamento dado por Napoleão em 1810. O colar possui 32 esmeraldas e 1.138 diamantes, incluindo dez pedras em formato de pera.
Criada em 1855 para a Exposição Universal de Paris, foi encontrada danificada nas proximidades do museu, junto com sua caixa original.
O diamante Regent, de 140 quilates, uma das joias mais valiosas do mundo, não foi roubado. Avaliado em cerca de R$325 milhões, o Regent foi descoberto na Índia em 1698 e já pertenceu a Luís XV, Napoleão Bonaparte e Maria Antonieta.
Segundo o ministro Nuñez, os ladrões fugiram antes que o sistema de segurança acionasse os alarmes da ala.
“Foi uma ação rápida, meticulosa e planejada com antecedência”, afirmou o ministro.
O Ministério Público de Paris abriu um inquérito por “furto organizado e conspiração criminosa” com apoio da brigada especializada em tráfico de arte e bens culturais.
As autoridades revisam as imagens das câmeras de segurança do museu e da área do rio Sena, enquanto a fachada e a plataforma usada na invasão passam por perícia.
Os criminosos teriam planejado a rota de fuga até estradas secundárias da capital, onde abandonaram os veículos usados na operação.
O governo francês determinou a revisão dos protocolos de segurança dos museus nacionais.
O Museu do Louvre, inaugurado em 1793, é o mais visitado do mundo, com mais de 8 milhões de visitantes anuais e um acervo de 33 mil obras, incluindo:
A Galeria de Apolo, alvo do roubo, foi criada pelo rei Luís XIV como homenagem ao deus grego da luz.
“O Louvre é um símbolo global da nossa cultura. Esse roubo é uma humilhação insuportável para o nosso país”, escreveu Jordan Bardella, líder da oposição francesa, em publicação no X.
Nos últimos meses, o museu enfrenta críticas por superlotação e falta de pessoal, o que gerou greves e atrasos na abertura.
O governo lançou o projeto “Nova Renascença do Louvre”, de R$ 4,4 bilhões, para modernizar o prédio até 2031. Os funcionários do museu afirmam que as melhorias não têm acompanhado o crescimento do público.
O Louvre já foi palco de outros furtos célebres. Em 1911, a Mona Lisa foi roubada por um ex-funcionário do museu, Vincenzo Peruggia, que se escondeu dentro do prédio e fugiu com a pintura escondida sob o casaco.
A obra só foi recuperada dois anos depois, em Florença.
Em 1983, duas armaduras renascentistas desapareceram do acervo e só foram recuperadas quase 40 anos depois.
Mais recentemente, museus franceses como o Cognacq-Jay, o Hieron e o Adrien Dubouché, em Limoges, também sofreram assaltos a mão armada.
O roubo cinematográfico no Louvre colocou em alerta o sistema de segurança dos museus da Europa e levantou um debate sobre a proteção do patrimônio histórico em meio à crescente pressão do turismo global.
“As joias levadas são parte da memória da França”, declarou o ministro Nuñez. “E o país fará tudo o que for necessário para recuperá-las.”
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