Em uma manhã em San Francisco, Alex Slater, britânico de 19 anos que abandonou a faculdade, e Connor McLaren, americano de 23 anos com apenas 3 mil dólares, reuniram-se num Chipotle. O desejo dos dois era criar uma solução para um dos mais graves problemas da modernidade – o vício em pornografia.
Nesta conversa nasceu o Quittr, um aplicativo que, em menos de um ano, atingiu mais de 1 milhão de downloads em 120 países, transformando a vida de milhares de jovens da Geração Z e liderando um movimento antipornografia que já movimenta milhões de dólares.
Lançado há pouco mais de um ano, o Quittr já ultrapassou 150 mil usuários ativos diariamente. Gerando cerca de US$ 500 mil por mês (R$ 2,71 milhões) com alta margem de lucro, o aplicativo é uma ferramenta que dá voz a uma geração em busca de libertação de um ciclo vicioso.
Desenvolvido para ajudar homens a superar o vício em pornografia, o aplicativo oferece recursos inovadores, como um “botão de pânico” que faz o celular vibrar e ativa a câmera frontal, confrontando o usuário com sua própria imagem.
“Olhe para você. Por que você está fazendo isso? Você tem objetivos pelos quais precisa lutar. Você tem sua família para sustentar. O que a masturbação vai fazer por você? Nada”, explica Alex Slater sobre o recurso.
Além disso, o aplicativo inclui bloqueio de sites pornográficos, um chatbot com inteligência artificial, exercícios para “reconectar o cérebro” e um fórum acolhedor onde usuários compartilham suas lutas.
“É um tabu. Você não quer falar sobre isso com seus amigos. É constrangedor. Esta é uma comunidade de pessoas que lutam contra a mesma coisa porque nunca tiveram a oportunidade de falar sobre isso”, destaca Slater.
Com uma assinatura anual de £ 29,99 (R$ 190), o Quittr combina tecnologia e apoio comunitário para transformar vidas, provando que a luta contra o vício pode ser poderosa e inspiradora.
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Durante uma videochamada, Alex Slater mostra o cenário onde vive: uma mansão reluzente no sul de Miami, com piscina e gramado exuberante. “É uma casa de R$ 10 milhões”, diz ele em entrevista ao The Times, com a naturalidade de quem já se enxerga como um futuro bilionário:
“A cultura britânica é muito fechada. Fiz uma viagem aos Estados Unidos aos 17 anos, sozinho, e minha mente se abriu tanto que pensei: ‘OK, vou largar a faculdade, vou me dedicar a isso em tempo integral’”.
Filho de uma artista e de um DJ e produtor musical que fez sucesso nos anos 1990 com a faixa "Passion”, Slater herdou a criatividade e a ousadia.
“Usei toda essa criatividade de ambos os lados da minha família para projetar e construir aplicativos. Sempre tive muita motivação porque percebo muitas coisas sobre a sociedade e o mundo que quero melhorar e não quero ficar sentado esperando que outras pessoas resolvam para mim”.
Slater e McLaren enxergaram um problema que aflige milhões de jovens mundo afora: a pornografia, acessível a um toque no celular, virou uma armadilha que parece preencher um vazio emocional, mas, na verdade, o torna ainda mais profundo.
“As pessoas usam pornografia para preencher um vazio na vida, mas, na verdade, é a pornografia que cria esse vazio”.
Ele critica a “supersexualização” da mídia e das redes sociais, que, segundo ele, “gera cliques, curtidas e alimenta o algoritmo”.
Como exemplo, cita o caso de Tia Billinger, conhecida como Bonnie Blue, que chocou o mundo ao afirmar ter sido filmada fazendo sexo com mais de mil homens em 12 horas para um documentário do Canal 4. Para McLaren, o caso é “triste”.
“É triste a quantidade de homens que fizeram fila e é triste que ela tenha se disposto a fazer isso”, diz, balançando a cabeça.
Quando confrontado com a declaração de Bonnie Blue ao The Times — “Todos os dias acordo tão animada. Não consigo acreditar que esta é a minha vida” —, McLaren é categórico: “Ela deve estar mentindo.”
Essa visão reflete a percepção de uma nova geração que começa a questionar alguns valores, como a normalização da hipersecualização e da pedofilia.
“Vimos uma mudança com a Geração Z expressando o fato de que pornografia é ruim, não faz bem para você, você deveria parar de assistir pornografia. Não era mais legal assistir pornografia, era meio que: você é um perdedor se assistir pornografia”.
A inspiração para o Quittr veio da jornada pessoal de Slater, que mergulhou no universo do aperfeiçoamento pessoal — a chamada “toca do coelho”.
Lá, ele encontrou mensagens que incentivam jovens a adotarem disciplina, irem à academia, seguirem dietas saudáveis e abandonarem hábitos destrutivos, como o consumo excessivo de redes sociais, açúcar e pornografia.
“O que descobri na minha jornada de autoaperfeiçoamento é que a pornografia é a mais difícil de combater porque é muito acessível. É grátis, todo mundo tem um celular. Instintivamente, queremos sair e encontrar uma namorada porque é para isso que os humanos são feitos, mas, como temos celulares nas mãos, simplesmente acessamos a pornografia porque é mais fácil”.
Slater menciona influências como Jordan Peterson, Andrew Huberman e Joe Rogan, figuras proeminentes no movimento de libertação masculina da pornografia.
Conheça a filosofia de Jordan Peterson abaixo:
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O Quittr nasceu com um investimento modesto de US$ 3 mil (quase R$ 18 mil) das economias de McLaren, mas faturou US$ 30 mil (R$ 180 mil) já no primeiro mês.
Hoje, com meio milhão de dólares mensais, Slater e McLaren reinvestem a maior parte dos lucros no negócio, mas também desfrutam do sucesso com carros luxuosos e uma mansão alugada que reflete sua visão de marca. “O objetivo é conseguir mais visualizações no YouTube. É ótimo, porque não só temos um negócio de sucesso, como também estamos ajudando milhares e milhares de pessoas”, diz Slater.
O público do Quittr é majoritariamente jovem: 50% dos usuários têm menos de 18 anos, o que Slater considera surpreendente.
“Você ainda é muito novato quando tem menos de 18 anos. Então, o fato de já ser um problema na vida das pessoas, a ponto de baixarem um aplicativo inteiro e até pagarem por ele — isso é surpreendente”, reflete. O aplicativo também enfrenta desafios contemporâneos, como o uso de VPNs por jovens para burlar restrições de idade em sites pornográficos no Reino Unido.
O Quittr se consolida, assim, como um dos aplicativos de maior crescimento do momento, ao mesmo tempo em que levanta debates sobre saúde mental, tecnologia e cultura digital. Os fundadores afirmam que liutam para saber se o modelo se sustentará no longo prazo em meio a um mercado competitivo e a discussões ainda em aberto sobre seus efeitos sociais.
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