A pressão contra a imigração ganhou as ruas em três continentes nas últimas semanas. No Reino Unido, na Austrália e no Japão, manifestações reuniram milhares de pessoas.
Os protestos tinham como alvo tanto o aumento no número de pessoas buscando asilo quanto às novas políticas migratórias de cada país.
Embora os cenários sejam distintos, o tom das ruas se repete: parte da população pede que os governos fechem as portas.
Na Grã-Bretanha, o uso de hotéis para abrigar pessoas que buscam asilo se tornou o ponto central de manifestações. Em junho de 2025, cerca de 32 mil pessoas estavam hospedadas em mais de 200 hotéis, segundo o Ministério do Interior.
O atraso no processamento dos pedidos gerou protestos de moradores e disputas judiciais. Em Epping, ao norte de Londres, o Bell Hotel virou símbolo da controvérsia.
“Somos veementemente contra o uso de hotéis como acomodação para pessoas em busca de asilo. Eles não são apropriados nem sustentáveis, nem para os indivíduos envolvidos, nem para a comunidade local”, disse a vereadora Karen Kilgour, líder do Conselho Municipal de Newcastle.
Em frente a hotéis em Londres e outras cidades, grupos anti-imigração têm realizado manifestações, algumas com episódios de violência.
A polícia prendeu cinco pessoas no oeste da capital após homens mascarados tentarem invadir um dos hotéis.
Na Austrália, a “Marcha pela Austrália” mobilizou milhares de pessoas em Sydney, Melbourne, Adelaide e outras cidades. Os organizadores pediram o fim do que chamam de política de “migração em massa”.
Muitos carregavam bandeiras nacionais e cartazes com a frase “hora de colocar a Austrália em primeiro lugar”. Outros entoavam slogans como “ame-a ou deixe-a”.
O governo condenou a marcha por ligações com grupos de extremistas. Líderes da comunidade indiana alertaram que migrantes poderiam ser alvo de ataques.
No Japão, os protestos começaram após a Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica) anunciar a criação de “cidades natais” ligadas a quatro países africanos: Nigéria, Gana, Tanzânia e Moçambique.
A proposta previa receber estagiários africanos em cidades japonesas, que voltariam aos seus países após o treinamento.
Mesmo assim, o anúncio gerou receio de que fosse o início de uma abertura migratória.
Multidões se reuniram diante da sede da Jica, em Tóquio, com cartazes prometendo “proteger o povo japonês” e pedindo o “fim da migração em massa”.
O secretário-chefe de gabinete, Hayashi Yoshimasa, negou que houvesse planos de flexibilizar a imigração.
“Não há planos para emitir vistos especiais para residentes de países africanos. A série de relatórios e anúncios sobre tais medidas não é verdadeira”, declarou.
Nos Estados Unidos, políticas anti-imigração têm ganhado espaço nos últimos meses. Em abril, Donald Trump assinou um decreto exigindo que estados e cidades colaborassem com o governo federal, sob pena de perder verbas.
Em julho, foi a cidade de Nova York que entrou no centro da disputa, e agora se tornou alvo de um processo movido pelo governo.
O processo contra Nova York mira as chamadas “cidades-santuário”.São cidades que criam regras para não colaborar totalmente com as autoridades de imigração.
Essas cidades permitem, por exemplo, que imigrantes sem documentação tenham acesso a serviços básicos ou obtenham documentos locais.
Entre elas estão Los Angeles, Chicago, Boston e a própria Nova York, além de estados como Califórnia e Massachusetts.
Para a Casa Branca, essas políticas atrapalham o combate à imigração ilegal. O caso marca o primeiro grande embate da nova fase do governo Trump.
O objetivo é endurecer as regras migratórias e pressionar estados e municípios a colaborarem com Washington.
A imigração tem se tornado um ponto de tensão em diferentes países. Do Reino Unido à Austrália e ao Japão, o tema aparece não só nas estatísticas, mas também nas ruas, nos tribunais e nos parlamentos.
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